Maria Dinorah Luz do Prado (1925-2007), autora infantil e juvenil

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Maria Dinorah Luz do Prado (Porto Alegre, 13 de maio de 1925 – Porto Alegre, 15 de dezembro de 2007), autora infantil e juvenil, nascida 13 de maio de 1925, em Porto Alegre, passou a infância em Colônia de São Pedro, distrito de Torres, no Litoral Norte. Concluiu a formação de professora em São Leopoldo, atuou como alfabetizadora e jornalista, mas suas maiores realizações foram na literatura voltada para crianças e jovens, da qual foi uma praticante pioneira no Rio Grande do Sul e um dos maiores nomes.

Escreveu mais de cem livros, que freqüentam os currículos de obras que são recomendadas nas escola há quatro décadas. São volumes de poesia, livros para crianças e novelas para adultos. Abordou desde os medos e desafios da adolescência até questões como ecologia, miséria, adoção, em textos nos quais o lirismo e a honestidade do texto falavam diretamente aos leitores, como a novela A Coragem de Crescer, sobre a passagem de um garoto para a vida adulta, ou o corajoso Um Pai para Vinícius, no qual abordava a história de uma jovem que engravidava após ser violentada. Em Panela no Fogo, Barriga Vazia, falava sobre fome e pobreza.

O resultado de uma vida dedicada a escrever para jovens foi um reconhecimento não só nacional, mas além-fronteiras. Ganhou mais de 20 prêmios, nacionais e internacionais, entre eles o Jabuti para Geometria de Sombras (1992) e o Prêmio Jean Piaget, concedido pelo Instituto Jean Piaget de Lisboa, em Portugal, para o melhor escritor de cada país. Teve obras traduzidas na Alemanha, Argentina, na antiga Checoeslováquia, Suíça, França e Itália.

Em Londres e Paris, bibliotecas mantêm coleções completas de sua obra. Mas sua maior influência pode ser encontrada em milhares de livros nas estantes das livrarias: – Quando ela se iniciou na literatura infantil esse gênero estava ainda engatinhando no Rio Grande do Sul. As poucas referências eram os livros do Erico Veríssimo e do Mario Quintana. Maria Dinorah é uma das grandes responsáveis não só por termos uma literatura infantil hoje como pelas próprias bases do que se tornou essa literatura.

Além de autora de mais de uma centena de obras, Maria Dinorah teve o pioneirismo de aproximar os escritores da escola. Trabalhando na Delegacia de Educação do Estado, criou o projeto Escritor em Sala de Aula, que não apenas levava autores para palestras em salas de aula como ensaiava com os próprios professores formas de trabalhar a leitura na infância e formar jovens leitores.

Uma autora que ensinou a mais de uma geração de leitores o valor da palavra “coragem”. Ela foi quem teve a real coragem de sonhar. Morreu no dia 15 de dezembro de 2007, aos 82 anos de complicações respiratórias, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

(Fonte: Zero Hora, segunda-feira, 17 de dezembro de 2007 – TRIBUTO – Pág; 40)

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