José Lutzenberger, agrônomo e ecologista brasileiro

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Preservação da Amazônia foi a principal bandeira

 

José Lutzenberger (Porto Alegre, 17 de dezembro de 1926 – Porto Alegre, 14 de maio de 2002), agrônomo e ecologista brasileiro, nascido na capital gaúcha.

 

Nascido em Porto Alegre, José A. Lutzenberger formou-se engenheiro agrônomo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1950 e fez pós-graduação em ciência do solo na Lousiana State University, 1951/2. Após trabalhar até 1957 em empresas de adubos químicos no Rio Grande do Sul, foi para a Alemanha trabalhar na BASF, empresa multinacional em química agrícola. Esteve sediado na Alemanha, Venezuela e Marrocos, trabalhando como executivo e assessor técnico nos países do norte da América do Sul e Caraíbas, na África do Norte, Espanha e Canárias.

 

Em dezembro de 1970 pediu demissão por não poder mais coadunar sua visão ecológica com as práticas da agro-química. Voltou a sua terra natal e tornou-se autônomo, inicialmente como consultor, depois como empresário.

 

Ao constatar os estragos causados pelos agrotóxicos na agricultura brasileira, assim como a devastação ambiental em geral, ajudou a fundar um movimento ambiental militante, a AGAPAN, Associação Gaúcha de Proteção Ambiental. Tornou-se conhecido no Brasil inteiro.

 

Por trabalhar em cinco idiomas (Alemão, Inglês, Português, Frances e Castelhano), acabou tornando-se conhecido mundialmente, embarcando em intensiva atividade de palestras e participação em movimentos na Europa, América do Norte e do Sul, Ásia e África.

 

Em 1987, criou a Fundação GAIA, para promover consciência ecológica e desenvolvimento sustentável, atualmente praticando e promovendo agricultura ecológica, regenerativa, educação ambiental para crianças e conscientização ecológica para a comunidade em geral.

 

Dentro do contexto de um desenvolvimento sustentável, Lutzenberger preocupava-se, além disso, com energias limpas, renováveis e todo o panorama de tecnologias brandas ou suaves que são as tecnologias ecologicamente sustentáveis e socialmente desejáveis. Fundamental para ele era a conscientização para uma visão naturalista com ética holística, não antropocêntrica, também chamada ecologia profunda (deep ecology).

 

Lutzenberger participou intensivamente da luta contra o Banco Mundial em Rondônia onde o Projeto Polo Noroeste causou tremenda devastação e desestruturação social. Nunca interrompeu a luta contra os agrotóxicos, participou, mais recentemente, na contestação dos transgênicos na agricultura e luta contra a marginalização sistemática dos camponeses no mundo inteiro. Neste contexto promoveu o mercadeio local e regional dos alimentos.

 

Recebeu inúmeros prêmios e condecorações. Em 1988 recebeu o prêmio Right Livelyhood Award, conhecido como Nobel Alternativo. Em suas atividades e lutas Lutzenberger costumava usar linguagem forte e emotiva, mantendo-se, porém, estritamente dentro da visão e disciplina científica.

 

Desempenhou-se como Secretário Especial do Meio Ambiente em Brasilia, durante o governo do Presidente Fernando Collor, permanecendo como titular da pasta de março de 1990 até meados de 1992.

 

Como empresário fundou, em 1979, a empresa VIDA produtos e serviços em desenvolvimento ecológico que emprega umas cem pessoas e que faz consultorias e empreitadas em engenharia sanitária e reciclagem de resíduos industriais, jardins e paisagismo.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 116 – Nº 226 – Cronologia – 14/5/11)
(Fonte: www.fgaia.org.br)

José Lutzenberger, ambientalista gaúcho, conhecido como um dos principais ecologistas brasileiros. Engenheiro agrônomo, outra de suas bandeiras era o combate aos agrotóxicos. Entre 1990 e 1992, durante o governo Collor, comandou a Secretaria do Meio Ambiente, com status de ministro.
(Fonte: Veja, 22 de maio, 2002 – ANO 35 – N.° 20 – Edição 1752 – Datas – Pág; 116)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Preservação da Amazônia foi a principal bandeira

A formação de uma consciência ecológica no Brasil deve ser, em boa medida, creditada ao ambientalista José Lutzenberger. Gaúcho de Porto Alegre, onde nasceu em 17 de dezembro de 1926, filho de imigrantes alemães, Lutzenberger, quase 30 anos atrás, introduziu na sociedade brasileira muitas das questões que hoje são temas familiares, como combate à poluição, preservação de espécies vegetais e animais e efeito estufa.

 

Quando questionado sobre o que o teria levado a se dedicar à militância ambiental, Lutzenberger costumava lembrar o seguinte episódio: “Certa vez acompanhei um francês que cobria mais de cem hectares de macieiras com veneno. Perguntei se ele não tinha medo. Com naturalidade, o francês respondeu que não sentia medo, pois não era ele quem comia as maçãs. Para mim, que vendia o veneno, foi um choque tão grande que me demiti [da multinacional Basf” e voltei para o Brasil”.

 

Foram suas manifestações sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos que lhe renderam projeção nacional e alimentaram fama de encrenqueiro. Lutzenberger inspirou a primeira legislação do país sobre o uso de defensivos.

 

Desmistificou a expressão politicamente correta “defensivo agrícola”, consagrando o termo agrotóxico. Comandou pessoalmente a apreensão de produtos perigosos, comprou brigas com agrônomos e fabricantes de agrotóxicos e adubos.

 

Desde o final dos anos 1970, Lutzenberger defendeu com veemência a preservação da Amazônia. Suas manifestações foram, no entanto, polêmicas. Chegou a pressionar o Banco Mundial para que suspendesse empréstimos ao Brasil para a construção da BR-364, na Amazônia, enquanto não fossem realizados estudos de impacto ambiental da obra.

 

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO / COTIDIANO / DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 15 de maio de 2002)

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