José Eugênio Farina, empresário do setor moveleiro, e presidente do Conselho Consultivo do Grupo Todeschini

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Empresário do Grupo Todeschini

“Deixa um legado de empreendedorismo”, diz nota da empresa

 

Ele ficou conhecido ao fazer empresa renascer das cinzas, protagonista na produção de móveis no Brasil

 

José Eugênio Farina (Bento Gonçalves, 1925 – 27 de maio de 2020), empresário do setor moveleiro, e presidente do Conselho Consultivo do Grupo Todeschini.

 

À frente de uma das maiores empresas do setor moveleiro, com atuação internacional, desde a década de 1970, José Eugênio Farina era presidente do Conselho Consultivo do Grupo Todeschini.

 

As novidades implantadas pela empresa naquela época ajudaram a fomentar o papel do designer na indústria e a relevância do polo moveleiro de Bento Gonçalves para o país.

 

Em 1971, quando adquiriu as ações da empresa para assumir o comando da então fábrica de acordeões, foi ousado. Em entrevista para a rádio Gaúcha Serra, em 2017, contou que vendeu tudo que havia acumulado nos empregos anteriores, como diretor de metalúrgica, para apostar na empresa em que, quando era jovem, passava na frente e sonhava em trabalhar de tanto orgulho que tinha:

— Fui arrojado, tive que vender tudo que tinha. Inclusive, com consentimento da minha esposa, cheguei a vender o carro dela para comprar as ações. A única coisa que ficou foi a minha casa.

 

No mesmo dia que ele terminou de pagar as ações, veio o incêndio que consumiu a então fabricante de instrumentos musicais. A empresa se reergueu das cinzas e acabou abandonando a fabricação de acordeão, mercado que sofria a concorrência das guitarras. Foi a partir desta reviravolta que a Todeschini se tornou protagonista na produção de móveis no Brasil. As novidades implantadas pela empresa naquela época ajudaram a fomentar o papel do designer na indústria e a relevância do polo moveleiro de Bento Gonçalves para o país.

 

O marco histórico foi a contratação dos consagrados designers brasileiros José Carlos Bornancini e Nelson Ivan Petzold, resultando no desenvolvimento das cozinhas modulares coloridas, que viriam a se tornar um ícone brasileiro dos anos 1970 e 1980. Até hoje, é tido como um grande caso de inovação mercadológica. A Todeschini atua hoje em diversos segmentos por meio de suas coligadas: Italínea, Criare, Carraro, Avantti, Todesmade, Todesflor, Grato e Todescredi.

 

Farina passou o controle para os filhos em função da velocidade de expansão, mas com a condição de que permaneceria na empresa. Até outubro de 2019, quando sofreu um acidente vascular, permanecia visitando a fábrica esporadicamente. Uma das últimas homenagens que recebeu foi o troféu Dom Empreendedor do CIC de Bento Gonçalves, em julho de 2019.

 

Biografia

 

Natural de Bento Gonçalves, iniciou sua vida profissional com apenas 12 anos, como balconista de uma farmácia. Ao longo dos anos, trabalhou num armazém de secos e molhados, como balconista numa agência de automóveis até chegar ao cargo de diretor na Metalúrgica Bento Gonçalves e na Farina S/A, respectivamente.

 

Em 1971, ele adquiriu ações da Todeschini S/A, reconhecida como uma das mais proeminentes fabricantes de acordeões da América Latina, entretanto com o famoso instrumento já entrando em declínio comercial. Assim, direcionou sua ação para o mercado moveleiro. Após um incêndio que destruiu todas as instalações, iniciou uma caminhada rumo ao desenvolvimento e crescimento do mercado moveleiro brasileiro. Iniciava-se a fabricação de móveis componíveis. Atualmente, a Todeschini S/A é uma das maiores empresas do setor moveleiro, reconhecida internacionalmente, e atuando em diversos segmentos através de suas coligadas Italínea, Criare, Carraro, Avantti, Todesmade, Todesflor, Grato e Todescredi.

 

Farina também é reconhecido por sua contribuição comunitária. Durante sua trajetória, integrou diversas entidades empresariais e sociais, sendo presidente do CIC-BG, da Fenavinho, da Apae, do Conselho Administrativo do Hospital Dr. Bartholomeu Tacchini, dentre tantas outras.

 

Farina faleceu em casa, aos 95 anos, após meses tentando se recuperar de um AVC.

O filho João Farina Neto, atual diretor-presidente da Todeschini, destacou o legado deixado pelo pai:

— Ele cumpriu sua missão aqui na Terra e nos deixou muitos ensinamentos. Vai deixar saudade.

(Fonte: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2020/05 – ECONOMIA / NOTÍCIA – 27/05/2020)

(Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/giane-guerra/noticia/2020/05 – NOTÍCIA / Por  GIANE GUERRA – 27/05/2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.724 – 28 DE MAIO de 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 26)

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