John Updike, escritor americano que escreveu seu nome na história da literatura, vencedor de dois prêmios Pulitzer

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Autor de livros como a série “Coelho” e a releitura de “Tristão & Isolda” tendo o Brasil como cenário em “Brazil”, vencedor do Pulitzer

Escritor John Updike na biblioteca pública de Boston em foto de maio de 2006 (Foto: NYTIMES)

Escritor John Updike na biblioteca pública de Boston em foto de maio de 2006 (Foto: NYTIMES)

 

John Updike (Reading, Pensilvânia, em 18 de março de 1932 – Danvers, Massachusetts, 27 de janeiro de 2009), escritor americano que escreveu seu nome na história da literatura como ao mesmo tempo um cronista agudo e um satirista implacável da sufocante vida burguesa do século 20. Vencedor de dois prêmios Pulitzer, era um dos principais nomes da prosa inglesa.

 
Nascido em Reading, na Pensilvânia, em 18 de março de 1932, e criado na cidade de Shillington, no mesmo Estado, John Hoyer Updike era filho de uma balconista e de um professor de escola. Afetado desde a infância pela asma, dedicou-se desde cedo a atividades criativas como o desenho e a escrita. Após estudar em Harvard com uma bolsa integral e obter graduação em língua inglesa, Updike viu a própria vida um pouco com a daqueles personagens que mais tarde retrataria: um casamento confortável e cheio de filhos nos subúrbios de uma cidade pequena americana. Seria esse o mote da sua principal obra, a tetralogia sobre a vida de Harry Angstrom, o Coelho, inaugurada em 1960 com Coelho Corre e finalizada somente em 1990 com Coelho Cai.

 

John Updike discursa durante cerimônia do National Book Awards em Nova York, em novembro de 1998 (Foto: Divulgação)

John Updike discursa durante cerimônia do National Book Awards em Nova York, em novembro de 1998 (Foto: Divulgação)

Angstrom começa a série como um ex-jogador de futebol americano de 26 anos, casado com a namorada de colégio e afundado como vendedor num subúrbio na Pensilvânia. Uma vida da qual o Coelho tenta, ao longo de todo o romance, fugir. O romance vai encontrar o mesmo personagem ainda insatisfeito com a vida que viveu, tentando se adaptar a uma aposentadoria na Flórida, caminho comum do americano médio que, a contragosto, o Coelho trilhou. Os dois livros finais da série valeram a Updike dois prêmios Pulitzer.

 
Romancista compromissado com o retrato de seu tempo.
O meio literário e as suas vaidades foram também retratados sem dó por Updike em outra série, a trilogia protagonizada pelo romancista (e alter ego) Henry Bech. Updike se destacou ao longo de uma carreira de meio século por uma produtividade e uma versatilidade incríveis. Sua assumida filiação era a do romance realista que tenta capturar a sociedade complexa em que o autor vive. Updike se entregava a essa tarefa com detalhismo e com uma prosa elegante e precisa, que não via tema ou objeto indigno de ser retratado.

 
Para cumprir essa missão, Updike não refugou nenhum desafio. Em Busca Meu Rosto, fez o retrato do mundo das artes plásticas nos Estados Unidos do pós-guerra, época da emergência de Jacson Pollock e, mais tarde, Andy Warhol (ambos retratados de forma nada disfarçada no livro). Em Pai-Nosso Computador apresentou, pelas divagações de um professor de teologia afundado em uma vida e em um casamento medíocres, sua própria versão do embate fé x técnica.

Em Terrorista, investigou a formação no seio da própria América dos jovens muçulmanos que deploram o país como fonte de todo o mal. Seu romance de 1984 The Witches of Eastwick (publicado Brasil pela Rocco com o título O Sabá das Feiticeiras) foi adaptado para o cinema com Michelle Pfeiffer, Susan Sarandon e Jack Nicholson no elenco.
O último livro de Updike lançado no Brasil foi Cidadezinhas, publicado pela Companhia das Letras em dezembro de 2008.

Residente em Beverly Farms, no estado do Massachusetts, Updike morreu de cancêr no pulmão, aos 76 anos.

(Fonte: Zero Hora -– Ano 45 -– 28 de janeiro de 2009 -– Geral -– Literatura/ Por Carlos André Moreira –- Pág; 34)

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