Jia Zhang-Ke, o mais festejado cineasta contemporâneo da China

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Jia Zhang-Ke, o mais festejado cineasta contemporâneo da China, autor de, entre outros, Em Busca da Vida (Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2006).
Zhang-Ke encara o cinema como um casulo para resguardar a memória e a tradição em meio aos turbilhões da globalização.
Em 2008, o realizador cooproduziu, com o Brasil, o longa Plastic City, dirigido por Yu Lik Wai e que tem no elenco a gaúcha Tainá Müller (o filme foi exibido em Veneza e estreou em 2009).

Zhang-Ke chegou no Brasil em 2009 com o documentário Inútil. O longa teve sessão de pré-estreia em Porto Alegre em 7 de março de 2009, foca a indústria do vestuário para falar de costumes e valores que a sociedade contemporânea deixa de lado.

Zhang-Ke adora a filmografia chinesa dos anos 1930 e 40 porque naquele tempo, os cineastas trabalhavam com habilidade a noção de que um filme pode ser usado. São exemplos as produções Springtime at a Small Town (1948), de Fei Mu, e Street Angel (1937), de Yuan Muzhi. Se inspirou em Hou Hsiao-hsien (cineasta chinês que construiu carreira em Taiwan, em longas como Three Times e A Viagem do Balão Vermelho). Com seu cinema, compreendeu a relação que há entre os filmes e os indivíduos, entre os filmes e o amadurecimento pessoal.

Formou-se na Academia de Cinema de Pequim, na qual a maioria dos professores vinha da Universidade de Moscou. Seus conceitos estéticos eram imbuídos pelo estilo do cinema soviético. Assistiu a muitos filmes soviéticos, o que o levou a se aproximar do cinema pelo campo linguístico. Diretores como Sergei Eisenstein e Vsevolod Pudovkin exploraram as possibilidades de fazer do cinema uma linguagem. Foi afetado por essa tradição. A cinematografia japonesa dos anos 1960, em especial Nagisa Oshima (O Império dos Sentidos) e Shohei Imamura (A Enguia), foi marcante para Jia Zhang-Ke.
O neo-realismo italiano e a nouvelle vague francesa também o influenciaram muito, com Roberto Rossellini, Vittorio De Sica e Jean-Luc Godard, juntamente com os filmes de Henri Cartier-Bresson.

(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – Nº 15.895 – Segundo Caderno – Entrevista/Por Agência Globo – 9/03/09 – Pág; 6)

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