Jean-Jacques Servan-Schreiber, jornalista e político francês também conhecido como JJSS

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Foi figura importante do jornalismo francês, fundador do semanário L´Express, pensador original e político polemista

Jean-Jacques Servan-Schreiber (Paris, 13 de fevereiro de 1924 – Fécamp, 7 de novembro de 2006), jornalista e político francês também conhecido como JJSS. Foi o fundador da revista L’Express e ex-presidente do Partido Radical francês

Servan-Schreiber – que se formou na Escola Politécnica de Paris, e frequentou desde criança os círculos políticos pela mão de seu pai, co-diretor do diário econômico Les Echos– destacou-se, principalmente, no jornalismo.

Em fins dos anos 1960, Servan-Schreiber sacudiu a opinião pública com o Desafio americano, livro no qual advertia sobre a influência dos homens de negócios, os capitais e a tecnologia norte-americana em uma Europa em atraso, resistente à inovação. Foi umbest-seller: no primeiro ano vendeu 600 mil exemplares e foi traduzido em 15 idiomas.

No princípio dos anos 1980, publicou o Desafio mundial, no qual o Japão era quem passava a colocar o mundo em xeque com sua exibição de organização, enquanto os árabes tinham o dinheiro, e os Estados Unidos, a tecnologia, com a computação.

E, entre ambas obras, outra, O desafio radical, em 1970, que fixou sua postura liberal e renovadora, dentro do Partido Radical, centrista, que presidiu entre 1971 e 1979, e pelo qual havia sido eleito deputado por Lorena no ano em que o publicou.

Servan-Screiber tinha nome na imprensa francesa graças à fundação em 1953, junto com Françoise Giroud (1916-2003), da revista “L’Express”, a mais antiga do país.

Com essa publicação, os dois jornalistas criticaram o colonialismo francês da época e, especialmente, a guerra na Indochina e, anos mais tarde, o conflito que se desenvolvia na Argélia.

Ao longo das décadas, ambos marcaram uma linha crítica ao poder, com denúncia de escândalos. Também abriram a revista a novos temas, como o feminismo, mas incluindo a presença estável de seções de cultura e moda.

Tinha 29 anos quando fundou a revista semanal L´Express, junto com a jornalista e política Françoise Giroud, um dos amores de sua vida. “Temos François Mauriac, André Malraux, Jean-Paul Sartre e Albert Camus escrevendo para nós”, orgulhava-se. Criticou o colonialismo francês na Indochina e, tempo depois, a guerra da Argélia. Dirigiu esse semanário de atualidade, de forte marca intelectual, até 1969, quando passou a presidir o grupo L´Express.

Comprometido em diferentes causas a partir das páginas do semanário, Servan-Schreiber também deu um passo para a política, na qual foi presidente do Partido Radical nos anos 70, deputado, presidente da região Lorena e ministro de Reformas durante a Presidência de Valéry Giscard d’Estaing.

Em 1979, quando Giscard D´Estaing presidia o país e era primeiro ministro Jacques Chirac, foi ministro das Reformas por poucos dias, mas renunciou por se opor aos ensaios nucleares franceses. Depois, distanciado da política ativa, deu aulas em uma universidade de Pittsburgh, Estados Unidos. Em 1995, regressou à França para estar próximo de seus quatro filhos.

Servan-Schreiber morreu 7 de novembro de 2006, aos 82 anos após complicações derivadas de uma bronquite, que o levou a ser internado há alguns dias em um hospital de Fecamp, no norte da França.

Em seus últimos tempos sofria de uma variante degenerativa neurológica que lhe afetava a memória, mas seguia lendo os jornais diários e relendo os autores clássicos. 

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,AA1340799-5602,00 – Paris, 7 nov (EFE) – MUNDO – 07/11/2006)

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/11/07/ult1766u18552 – Paris, 7 nov (EFE).- ÚLTIMAS NOTÍCIAS – 07/11/2006)

(Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view – ISSN 1519-7670 – Ano 18 – nº 833 – MEMÓRIA/ Por Jorge Roiullion em 14/11/2006)

 

 

 

 

 

 

 

FRANÇA

The Express

Fundado em 1953 por Jean-Jacques Servan-Schreiber, L’Express nasceu como um semanário de opinião, de linha centro-esquerdista. E, durante os primeiros onze anos de vida, como formato de jornal, foi um órgão de combate, que reunia assinaturas célebres, como André Malraux e François Mauriac, e lançava campanhas, como a denúncia das torturas na guerra da Argélia.

Em 1964, no entanto, passada a época política mais agitada, Servan-Schreiber resolveu alterar a fórmula da revista. Desapareceram os articulistas e o caráter polêmico, e L’Express se transformou numa revista semanal de informação, de acordo com os moldes americanos, até então desconhecidos na França. Em consequência, uma parte da redação se afastou para criar um outro semanário – Le Nouvel Observateur.

Uma nova e mais estrondosa crise ocorreria no início dos anos 70, quando Servan-Schreiber, a essa altura já transformado em personalidade pública, iniciou uma atormentada, frustrante carreira política. Primeiro, ele disputou – com sucesso – a Prefeitura da cidade de Nancy. Depois tentou – com resultados desastrosos – a de Bordéus, ao mesmo tempo que se lançava a empreitadas exóticas, como o resgate de presos políticos gregos ou protestos contra a bomba atômica num atol do Pacífico Sul.

Os leitores, enquanto isso, já não entendiam bem a linha da revista, que passara a flutuar segundo os arabescos políticos de seu diretor. Cansados de explicar o inexplicável, os principais jornalistas se rebelaram contra a direção da redação – e, novamente, o grupo dissidente foi formar um novo semanário, Le Point. Só que, desta vez, tratava-se de uma revista exatamente nos mesmos moldes de L’Express, para fazer-lhe concorrência direta. Nos anos seguintes, como resultado, a vendagem de L’Express seria dizimada, caindo de 700 000 para 200 000 exemplares semanais.

Um outro golpe se abateria sobre a revista, por fim, com o afastamento de sua redatora-chefe, Françoise Giroud, que, em 1974, igualmente tentada pela política, aceitou o cargo de ministro da Condição Feminina no governo Giscard d’Estaing. A venda do semanário, de qualquer forma, foi uma decisão pessoal de Servan-Schreiber, independente da situação econômica da revista, apesar de tudo na época, ainda saudável.

(Fonte: Veja, 13 de abril de 1977 – Edição 449 – FRANÇA – The Express – Pág: 44/46)

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