Jardel Filho, participa de quase todas as companhias teatrais dos anos 40 e 50

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Jardel Filho

Jardel Filho

Jardel Filho (São Paulo, 24 de julho de 1927 – 19 de fevereiro de 1983), ator brasileiro. Participa de quase todas as companhias teatrais dos anos 40 e 50. Filho de um empresário de musicais, Jardel Jércolis, ele só estreou no palco aos 19 anos, em Desejo, de Eugene O’Neill, dirigido por Ziembinski. Seu nome completo Jardel Frederico Bôscoli, protagonizou uma emocionante carreira artística. Nasceu no dia 24 de julho de 1927, em São Paulo. Desde então, sua vida particular sempre se confundiu com o mundo do espetáculo e teve três casamentos com atrizes – Márcia de Windsor, Glauce Rocha e Miriam Pérsia.

 

FORÇA DRAMÁTICA – Seu musculoso tipo físico sempre determinou os papéis que ele interpretava. Ainda assim, conseguia fugir ao simples modelo do homem forte e violento. Ao contrário, em filmes como Terra em Transe, de Glauber Rocha, como um porta-jornalista, provou que era capaz também de expressar emoções muito difíceis. Foi a televisão que o consagrou. Para Janete Clair, Jardel foi o barão vigarista Von Strauss de Coração Alado. Para Dias Gomes o doutor Juarez Leão de O Bem-Amado. Somente com Manoel Carlos, entretanto, ele conseguiu canalizar através de um personagem toda a sua força dramática.

O mecânico rude de coração de ouro surgia a cada noite nas televisões do país inteiro como um tipo que poderia ter surgido na esquina mais próxima e não na sala de maquilagem da TV Globo. Para fazer o holandês Heitor de maneira convincente, chegou a usar camisetas amassadas, a pele brilhante de suor e um repertório de gestos muito pessoais. Era tão forte o personagem que sua morte criou um impasse: como terminar a novela sem ele? A Globo precisou enfrentar a difícil decisão. O herói do público da novela das 8 da Globo, Sol de Verão, o ator paulista, Jardel foi vítima de um ataque cardíaco no dia 19 de fevereiro de 1983, aos 56 anos. Todos os personagens da novela estavam lá. Do silencioso Abel, Tony Ramos, à desinibida Raquel, Irene Ravache, uma dupla que com ele teve bons momentos no vídeo. Mesmo para os amigos tornou-se difícil separar Jardel Filho do esfuziante Heitor, uma feliz criação do escritor Manoel Carlos.

Dias antes, Jardel exibia no Carnaval mesma exuberância que demonstrava nas gravações da novela. Por isso a surpresa ainda foi maior, tanto para os colegas de trabalho como para o público que o seguiu nas novelas. Depois de viver 300 personagens entre o palco, o cinema e o vídeo, agora ele encarnava um tipo humano tão rico que chegava a ameaçar a sua própria identidade. Até onde ia Jardel e começava Heitor, era difícil definir. Manoel Carlos pediu para ser substituído, alegando falta de condições psicológicas para continuar a escrever seu personagem favorito. Lauro César Muniz foi então convidado a redigir os últimos 27 capítulos.decidiu-se pela morte de Heitor. No final do capítulo, surgiu no vídeo uma foto do ator com a inscrição: “Uma ideia que não morre é uma semente que germina novas ideias. A bandeira de Heitor está em nossas mãos”.

(Fonte: Veja, 2 de março, 1983 -– Edição 756 – Datas -– Pág; 82)

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