Hank Aaron, se tornou um dos maiores e mais consistentes astros do beisebol de todos os tempos, e lutou contra o racismo durante a carreira

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Astro do beisebol

Considerado um dos melhores jogadores de beisebol de todos os tempos da liga da MLB.

 

Henry Louis “Hank” Aaron (Mobile, Alabama, 5 de fevereiro de 1934 – Atlanta, Geórgia, 22 de janeiro de 2021), jogador do Hall da Fama do beisebol, rebatedor tranquilo e despretensioso que bateu o recorde supostamente inquebrável de Babe Ruth de mais home runs e lutou contra o racismo durante a carreira.

 

Sua destreza na rebatida lhe rendeu o apelido de “Hammerin ‘Hank”, e seu poder foi atribuído a pulsos fortes. Ele era um tanto tímido e não tinha o carisma dos contemporâneos Willie Mays e Mickey Mantle.

 

Aaron atuava com um estilo suave que fazia o jogo parecer tão fácil que alguns críticos se perguntavam se ele estava realmente dando o seu melhor. Mas Aaron foi alimentado por um poderoso impulso interior ao superar uma juventude empobrecida e o ódio racial para se tornar um dos maiores e mais consistentes astros do beisebol de todos os tempos.

 

CARREIRA DE HANK AARON

 

A carreira de Aaron no beisebol começou nas Negro Leagues, em 1951. Menos de uma ano depois, ele foi contratado pelo Boston Braves (atual Atlanta Braves), e fez sua estreia na liga principal em 54. Hank finalizou sua trajetória como atleta no Milwaukee Brewers, entre 1975 e 1976.

 

Nesse meio tempo, o camisa 44 acumulou prêmios, títulos e recordes. Aaron foi campeão da World Series em 1957, mesmo ano em que ganhou seu prêmio de MVP. Ele também venceu três luvas de ouro como outfielder (entre 1958 e 60) e liderou a Liga Nacional em diversas categorias no bastão por vários anos, o que o fez ser conhecido como um dos jogadores mais consistentes.

 

Um dos momentos mais notáveis nos seus 33 anos de carreira foi quando quebrou o recorde de home runs rebatidos. Em 1973 ele ultrapassou o marco histórico de Babe Ruth (714), e terminou sua carreira com incríveis 755 HRs. Esse recorde durou 33 anos e só foi quebrado por Barry Bonds na era dos esteroides.

 

Ele ainda lidera a MLB em corridas impulsionadas, com 2.297 RBIs, rebatidas para múltiplas bases (1.477) e bases totais (6.856). Além disso, ele é o 3° com mais rebatidas (3.771), é o jogador com mais indicações ao All Star Game (foram 25 aparições), teve 8 temporadas com mais de 40 HRs e terminou a carreira com AVG de .305.

 

Em 1982, no seu primeiro ano de elegibilidade, Hank Aaron foi eleito para o Hall da Fama do beisebol com 97,8% dos votos (o que era a segunda maior marca no momento, atrás somente de Ty Cobb). Sua camisa 44 foi aposentada nos Braves e nos Brewers, mas o Atlanta Falcons, da NFL, e o Atlanta United, da MLS, já anunciaram que farão o mesmo.

 

VIDA FORA DE CAMPO

 

Hank Aaron era um fenômeno nos campos de beisebol, mas sua vida fora dele também tem que ser destacada. Nascido em 1934, em Mobile, Alabama, Aaron cresceu em uma família pobre. Na infância, como não tinha dinheiro para comprar materiais de beisebol, ele improvisava batendo em tampas de garrafa com gravetos.

 

Como a maior parte das pessoas negras, Aaron foi vítima de racismo por muito tempo, inclusive enquanto jogava. Quando criança, ele viveu em um bairro segregado e até precisou se esconder da Ku Klux Klan. Já quando estava para quebrar o recorde de Babe Ruth, recebeu diversas cartas com ameaças de morte e sempre ouvia injúrias raciais vindas das arquibancadas.

 

Quando os Braves se mudaram de Milwaukee para Atlanta, em 1966, Hank Aaron estava receoso de voltar ao sul do país. Porém, foi nesse momento que ele começou a se envolver na luta contra o racismo. Nessa época, a cidade se transformava em um importante centro na briga pelos direitos civis, com isso Aaron conheceu nomes influentes do movimento, como Martin Luther King e Andrew Young, e assim passou a ser um ativista.

 

Em entrevista, o atleta afirmou: “Acho que me dei conta de que tinha algum tipo de papel que deveria cumprir. Não estou falando sobre um papel no beisebol, alguém que tinha um papel a desempenhar para ajudar outros negros como eu.”.

 

Aaron tinha entrado para a diretoria do Braves para se tornar um dos poucos afro-americanos em uma posição executiva no beisebol, após se aposentar como jogador em 1976, com 755 home runs na carreira, um recorde inigualável por mais de três décadas. Aaron morreu “pacificamente durante o sono”, disse o Braves em um comunicado.

“Ele cresceu pobre e enfrentou o racismo enquanto trabalhava para se tornar um dos maiores jogadores da história do beisebol”, disse o ex-presidente George W. Bush, que presenteou Aaron com a Medalha Presidencial da Liberdade em 2002, em um comunicado. “Hank nunca deixou que o ódio que enfrentou o consumisse.”

 

Depois de se aposentar, ele trabalhou com diversas organizações sociais e investiu milhões de dólares em trabalhos filantrópicos e em bolsas de estudo para estudantes negros. Aaron sempre quis ser reconhecido como mais do que um atleta. “Acho que as pessoas podem olhar para mim e dizer: ele era um ótimo jogador de beisebol, mas era um ser humano ainda melhor.”.

 

Por tudo que Hank Aaron fez dentro e fora de campo, em 2002, o presidente George W. Bush lhe concedeu a Medalha Presidencial da Liberdade, que é a maior honraria que um cidadão norte-americano pode receber.

 

Uma das últimas aparições públicas de Aaron aconteceu há apenas duas semanas. O ex-jogador publicou nas redes sociais uma foto tomando a vacina contra a COVID-19, incentivando outros a fazerem o mesmo.

 

Hank Aaron faleceu em 22 de janeiro de 2021, aos 86 anos, em Atlanta, anunciou o Atlanta Braves.

Depois do anúncio de sua morte, nomes como Barack Obama, Bill Clinton, Joe Biden, Tim Cook, Magic Johnson, Bill Russell, Colin Kaepernick, Billie Jean King e dezenas de atletas da MLB fizeram homenagens a ele e destacaram o legado que Aaron deixou.

(Fonte: https://www.torcedores.com/noticias/2021/01 – ESPORTES AMERICANOS / NOTÍCIAS / Por Thais May CarvalhoThais May Carvalho – 23/01/21)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/esportes/futebol – ESPORTES / FUTEBOL / Por Bill Trott – 23/01/2021)

(Reportagem de Frank Pingue em Toronto e Peter Szekely em Nova York)
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