Guerra do Paraguai, o maior conflito armado e mais sangrento sul-americano da História

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Guerra do Paraguai: a história do conflito armado mais sangrento da América Latina

 

 

Guerra do Paraguai, o maior conflito sul-americano da História, que durou de 1864 a 1870 e matou aproximadamente meio milhão de pessoas.

 

Em 1864, o Paraguai invadiu Mato Grosso e começou a guerra contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai (a Tríplice Aliança). Quando acabou a luta, em 1870, o Paraguai, que tinha cerca de 800 000 habitantes, estava com apenas 200 000. O Brasil venceu, mas começou ali o declínio do Império. O conflito é, portanto, um episódio-chave da História do país – mas um véu de silêncio oficial o encobriu de tal forma que raros pesquisadores brasileiros se ocupam em estudá-lo.

 

No início da guerra, era o Paraguai que detinha a iniciativa militar. Já o Brasil aparece, como o portador de uma nobre tarefa, a de derrotar a barbárie e levar a civilização ao solo guarani, escravizado por um déspota cruel.

 

Na vida real, quem arcava com o peso mais duro da campanha brasileira contra o Paraguai não eram os índios, mas os negros escravos, arregimentados à força ou seduzidos pela promessa da alforria ao final da guerra.

 

DITADURA CAUDILHESCA

Essa contradição evidente, de um regime escravocrata guerreando em nome da liberdade e da civilização, se contrapôs ao ufanismo mitificador da versão oficial da Guerra do Paraguai – o de erigir o Paraguai em modelo de desenvolvimento autônomo e seu dirigente, em paladino da luta pela emancipação da América Latina.

A verdade histórica resiste a essas simplificações. O Paraguai de Francisco Solano López, o caudilho paraguaio, era, de fato, uma ditadura caudilhesca, e a investida que deu início à guerra – o apresamento do navio brasileiro Marquês de Olinda – teve muito mais a ver com as disputas pela hegemonia política na Bacia do Prata do que com supostas intenções anti-imperialistas.

Mas é verdadeira a simpatia popular dos paraguaios pelo ditador, assim como o seu talento como estadista e chefe militar. O Paraguai de antes do conflito militar, tinha uma economia mais avançada que a de vizinhos sul-americanos – foi, por exemplo, o primeiro país da região a ter ferrovias, telégrafo, estaleiros e até uma fundição de ferro. O analfabetismo praticamente não existia.

As atrocidades atribuídas a Solano López pelos brasileiros era pura propaganda, ao menos na fase inicial do conflito, quando a maior parte das charges sobre o assunto foi publicada. No campo de batalha, o que os documentos disponíveis permitem concluir é que os dois lados cometeram excessos.

A denúncia de maior repercussão – a de que os soldados paraguaios cortaram orelhas de brasileiros como recuerdo por sua incursão por Mato Grosso, tema de uma charge de grande efeito psicológico – nunca foi devidamente comprovada.

O que se sabe, com certeza, é que o conde d’Eu, marido da princesa Isabel e chefe das forças conjuntas de Brasil, Argentina e Uruguai nos últimos meses da guerra, acompanhava pessoalmente a execução de prisioneiros paraguaios.

 

LÓPEZ TENTA RECOMPOR SEU EXÉRCITO DEPOIS DE DERROTADO EM HUMAITÁ: na vida real, resistência feroz

 

Francisco Solano López foi morto pelas tropas brasileiras, mas lutou valentemente até o fim, ao contrário do que profetizavam o império, que em mais de uma ocasião o retrataram, preparando-se para fugir para a Europa em companhia de sua mulher, a irlandesa Elisa Lynch.

 

FORNECEDOR DO EXÉRCITO NACIONAL ENRIQUECE COM O CONFLITO: crítica tardia da guerra

 

A imprensa que haviam compartilhado a previsão triunfalista do governo de uma campanha breve e fulminante, deixaram de falar na Guerra do Paraguai quando o conflito passou a se estender ao longo dos anos, com um custo altíssimo em vidas e dinheiro.

 

AMARGO REGRESSO

 

O humorismo da corte só reencontrou sua veia crítica quando o inimigo paraguaio já estava implacavelmente esmagado. No dia 11 de junho de 1870, Agostini publicou na Semana Ilustrada uma charge famosa ilustrando o amargo regresso do voluntário negro, condecorado no Paraguai, que depara com a mãe acorrentada.

O mesmo artista é autor de trabalhos denunciando os lucros auferidos pelos fornecedores do Exército imperial. Sobre o Paraguai devastado, algumas estimativas situam em 600 000 os paraguaios mortos nos seis anos de guerra – o conflito mais longo na História do continente sul-americano. Numa ironia cruel, a ideia deformada do Paraguai como uma terra de ninguém acabou, como resultado da guerra, por corresponder à realidade.

O fim de Solano López representou, também, o início de um período marcado pela indiferença com o destino do país guarani, ficaram os preconceitos. A imagem da selvageria paraguaia foi sedimentada no imaginário social da época, fincando suas raízes de forma a manter-se  viva por um dilatado período de tempo.

 

Durante muito tempo, as crianças brasileiras aprenderam na escola que a Guerra do Paraguai tinha sido causada pela megalomania do ditador Francisco Solano López, que queria terras daqui para engordar seu país. Os livros também esclareciam que o Brasil ganhara a guerra graças à liderança heroica do Duque de Caxias.

A partir da década de 60, no entanto, a história oficial do conflito passou a ser contestada pela ótica da esquerda. A Guerra do Paraguai, havia sido manipulada pelo imperialismo britânico – e  Duque de Caxias tinha mandado convocar à força milhares de escravos para combater pelo Brasil.

Ideias estabelecidas – Cândido Fonseca Galvão, o Príncipe Obá – um negro livre, descendente de um imperador ioruba, que foi voluntário na Guerra do Paraguai -, concluiu que o conflito era um bom negócio para os escravos. Afinal, engajando-se nele os negros obtinham uma carta de alforria, um soldo e uma identidade social. Os republicanos divulgaram a ideia de escravos laçados à força porque não se conformavam que eles quisessem voluntariamente lutar pelo Império.

O Paraguai do século XIX era uma aberração na América Latina, que professava o liberalismo à inglesa – o comércio era livre para que as colônias comprassem os produtos fabricados nas ilhas. Os paraguaios possuíam uma economia independente do capital estrangeiro, com forte domínio do Estado.

Esse quadro, no entanto, nunca teria incomodado a poderosa Grã-Bretanha, a decantada ajuda dos bancos britânicos à Tríplice Aliança não passou de 15% dos gastos brasileiros com a guerra.

Alinha-se três pontos para contestar a tese desse quadro. Primeiro: a essência do imperialismo britânico era o mercado livre, e o Paraguai andava na contramão dessa política. Segundo: os investimentos britânicos no Paraguai só começaram a aparecer em 1871, quando o país sucumbiu ao mercado livre. Terceiro: foi o empréstimo inglês que permitiu ao Império comprar seis encouraçados, fundamentais na vitória brasileira.

A confiança e o alto grau de informação política do povo paraguaio – seja o que talvez explique sua incrível resistência diante de uma força armada tão superior. O Paraguai nunca mais recuperou o status de antes da guerra.

 

O desafio das Forças Armadas para proteger nossas riquezas – como o petróleo do pré-sal – A Amazônia e de vizinhos cada vez mais problemáticos.

O Brasil é um dos três únicos países do planeta que fazem fronteira com dez ou mais vizinhos terrestres – os outros dois são a Rússia, com 14, e a China, com dez. Por isso, precisa ter tato diplomático para lidar com países com todo tipo de orientação político-ideológica. O arco de 15.700 quilômetros que vai da Tríplice Fronteira, na foz do Rio Iguaçu, em pleno Sudeste, até o Oiapoque, limite setentrional com a Guiana Francesa, reúne pela primeira vez, governos irrequietos e até instáveis, cujas atitudes não podem ser para sempre tratadas com bonomia e condescendência.

Se a Amazônia subiu ao topo das prioridades para as Três Armas, a proteção a riquezas emergentes no Atlântico tende a mudar radicalmente o perfil modorrento que a Defesa assumiu. Daí a preocupação com a vigilância das águas, cuja exploração econômica é reconhecida como de direito do Brasil. São 4,4 milhões de quilômetros quadrados, ou metade do território brasileiro.

Nela, figuram as jazidas submarinas que, entre os litorais do Espírito Santo e de São Paulo, prometem transformar o Brasil em exportador de petróleo. O solo brasileiro não é invadido desde 1865, quando pelo Rio Grande do Sul começou a Guerra do Paraguai, o maior conflito sul-americano da História, em que 10 milhões de brasileiros alocaram 200 mil soldados.

Zona Exploratória Econômica Exclusiva

São 4,4 milhões de quilômetros quadrados submersos. Neles, o país exerce direitos sobre as riquezas naturais, mas só detém a posse de uma faixa de 12 milhas marítimas.

Fronteira marítima: 8.500 km.

Fronteira terrestre: 16.880 km.

Séculos de prontidão: Grandes intervenções das Forças Armadas na vida dos brasileiros 1648 – Batalha dos Guararapes
O começo de tudo. O choque com os holandeses durou anos, e as forças brasileiras conquistaram uma vitória decisiva. É considerada a data de fundação das Forças Armadas do Brasil.

1789 – Inconfidência Mineira
Mártir da Independência, o alferes mineiro Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, foi condenado a morte e executado em 21 de abril de 1792.

1822-1823 – Independência
O último militar português foi expulso do país em 2 de julho pelo marechal Pedro Labatut e suas tropas, em Salvador. Lutando com farda emprestada, a baiana Maria Quitéria tornou-se patrona do Exército brasileiro.

1835-1845 – Revolução Farroupilha
Separatistas gaúchos, republicanos e abolicionistas, retratados na aquarela Alegoria Farroupilha, empreenderam o mais longo conflito armado no continente. Governante da província, o Barão de Caxias derrotou os revoltosos.

1865-1870 – Guerra do Paraguai
Mais de 200 mil brasileiros combateram e 18 mil morreram. Entre os paraguaios, houve 300 mil mortos. A Batalha do Avaí, óleo de Pedro Américo, retrata a luta encarniçada, das maiores do século XIX.

1889 – Proclamação da República
Primeiro golpe militar no país, deu-se sem uma gota de sangue derramado. O general Benjamin Constant conseguiu a adesão, no Rio, do oficial mais graduado do Exército, o marechal Deodoro da Fonseca. O movimento federalista aboliu a Monarquia em 15 de novembro.

1893-1897 – Guerra dos canudos
Antonio Conselheiro liderou a rebelião de 30 mil sertanejos em Canudos, cidade de retirantes que fundara na Bahia. Tropas federais foram derrotados três vezes, antes da vitória, na mais mortífera guerra civil da história brasileira, tema de Os Sertões, de Euclides da Cunha.

1910 – Revolta da Chibata
Mais de 2 mil marujos se rebelaram contra torturas, extintas pela República, que a Marinha restabelecera. Tomaram quatro navios, assassinaram seis oficiais. O governo negociou, cedeu e recuou quando os rebeldes se entregaram.

1914 – Expedição Rondon-Roosevelt
As autoridades desconheciam os índios quando Cândido Rondon instalou linhas telegráficas na Amazônia. Em 1914, já coronel, ele levou a floresta uma expedição de que participou o presidente dos Estados Unidos Teddy Roosevelt.

A MÃO PESADA TOMA O PODER

1922 – Revolta dos 18 do Forte
Oficiais do Exército tentam derrubar o poder civil. Nove militares e um cidadão saem do Forte de Copacabana para enfrentar 3 mil soldados. Dois sobrevivem.

1930 – Revolução de Outubro

O segundo golpe militar no Brasil triunfa em três semanas. Depõe Washington Luiz e empossa Getúlio Vargas na Presidência. Encerra a República Velha e dá poder as massas urbanas.

1932 – Movimento Constitucionalista
Primeira revolta armada contra Vargas, une paulistas partidários de mudanças constitucionais por 83 dias, com saldo de mil mortos e a derrota.

1942 – Segunda Guerra Mundial
De fevereiro a dezembro, 18 navios brasileiros são afundados por submarinos alemães. Em guerra contra o Eixo desde agosto, o país conta 1.500 mortos nos ataques marítimos e 456 militares mortos na Itália.

1945 – Deposição de Getúlio Vargas
Terceiro golpe militar no país. Ativos na política desde os anos 20, generais depõem o criador do Estado Novo. Vargas se refugia no Rio Grande do Sul. Eurico Dutra, seu ex-ministro da Guerra, assume o poder.

1964-1984 – Regime Militar
No quarto golpe, o vértice das Forças Armadas decide assumir o comando do país e promove 21 anos ininterruptos de ditadura. A minuciosa intervenção coincide com expansão industrial e aceleração inflacionária.

1988 – Repressão em Volta Redonda

Greve de metalúrgicos é reprimida com violência no Rio de Janeiro. Três operários são mortos por tropas do Exército e um batalhão de choque da PM fluminense.

1992 – Tropas na cúpula ambiental
A capital do país retorna ao Rio de Janeiro durante a primeira quinzena de junho, para a realização da conferência da ONU Eco-92. A segurança a cargo do Exército serve para criar uma doutrina de ação militar em ambientes civis, adotada mais tarde em missões de paz no exterior.

2008 – Tropas nas eleições municipais
A Justiça Eleitoral decide que os soldados garantam a boa marcha dos pleitos em 460 municípios. Por um mês, 5 mil deles ocupam favelas. Fica mais difícil para o tráfico de drogas interferir na campanha política.

(Fonte: Época, 13 de outubro de 2008 – N° 543 – Debate/Defesa /Roberto Lopes e Maria Helena Passos – Pág; 76/77)

(Fonte: Veja, 30 de novembro de 1994 – ANO 27 – Nº 48 – Edição 1368 – HISTÓRIA/ Por Eliane Azevedo – Pág: 121)

(Fonte: Veja, 3 de julho de 1996 – ANO 29 – Nº 27 – Edição 1451 – HISTÓRIA/ Por IGOR FUSER – Pág: 64/66)

Solano López: progresso e aventuras amorosas

Guerra do Paraguai

Francisco Solano López, o caudilho paraguaio, filho de Don Carlos Antônio López, fora educado em Paris, onde seu temperamento irrequieto e sua vontade possante lograram dar-lhe fama de homem destemido e sedutor.

Vivera, na Cidade Luz, entre atrizes e dançarinas, uma das quais o seguiu à América: Elisa Alice Lynch. Essa mulher dominava-o em tudo, e, pode dizer-se, foi mesmo a maior inspiradora de muitos de seus atos e até da política imperialística que seguiu. (História do Brasil, de Vicente Tapajós, anos 40)

Foi na gestão de Solano López que a economia paraguaia atingiu o ápice: foram instaladas linhas de telégrafo, estradas de ferro, fábricas de material de construção, tecidos, papel, tinta, louça e pólvora. A moeda era forte e estável e não havia uma só criança analfabeta.

Bloqueado entre a Argentina e o Brasil, o Paraguai exigia novas alternativas para seu desenvolvimento. O isolamento não poderia ser mantido eternamente. Para rompê-lo, López iniciou uma política ofensivamente para conseguir uma saída para o Atlântico. (História da Sociedade Brasileira, de Francisco Alencar, Lucia Carpi e Marcus Ribeiro, anos 80)

(Fonte: Veja, 21 de dezembro de 1994 – ANO 27 – Nº 51 – Edição 1371 – História do Brasil/ Por Neuza Sanches – Pág: 138/139)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Guerra do Paraguai: a história do conflito armado mais sangrento da América Latina

 

Na história da América Latina, não houve nenhum conflito armado em que lutaram e morreram tantos homens como na Guerra do Paraguai.

O Brasil, a Argentina e o Uruguai perderam cerca de 120 mil soldados. Mas a verdadeira tragédia foi enfrentada pelo país que, há um século e meio, terminou derrotado no conflito com esses três países aliados: o Paraguai.

Para o Paraguai, não foi só uma derrota militar, mas sim um massacre que alguns historiadores consideram um genocídio.

As cerca de 280 mil vítimas paraguaias representavam mais da metade da população do país.

A vasta maioria dos mortos era de homens — o Paraguai teve sua população masculina praticamente dizimada.

Contam os repórteres da época que, quando terminou a “Guerra Grande” — como a chamam os paraguaios —, havia no país quatro mulheres para cada homem (e, em algumas regiões, 20 mulheres por homem).

Um desastre demográfico que, segundo muitos historiadores, atrasou gravemente o desenvolvimento do país.

O que aconteceu?

A pior guerra na história da América Latina teve origem em um conflito interno que surgiu no Uruguai e passou rapidamente para o nível regional (alguns dizem que por conta de interesses comerciais do Império Britânico).

Foi em 1864, poucas décadas após os países sul-americanos declararem suas independências das potências europeias, e quando as fronteiras das novas nações ainda estavam sendo definidas.

A faísca que desencadeou tudo foi uma disputa entre os partidos tradicionais do Uruguai: o Partido Nacional (ou Branco), que governava, e o Partido Colorado.

O governo de Bernardo Prudencio Berro, do Partido Branco, era o único aliado regional do Paraguai e lhe garantia uma saída ao mar (embora, na prática, antes da guerra, os paraguaios usassem principalmente o porto de Buenos Aires para chegar ao Atlântico).

Já os colorados, liderados pelo general Venancio Flores, tinham o apoio do Brasil.

Por isso, quando Flores, com a ajuda do Brasil, encabeçou uma revolução para derrubar Berro, o presidente paraguaio, o marechal Francisco Solano López, decidiu sair em defesa do governo uruguaio.

Solano López ordenou a captura de um barco mercante brasileiro e invadiu o Estado brasileiro do Mato Grosso, que o Paraguai e o Brasil disputavam.

A partir dali, ele pretendia enviar suas tropas até o Uruguai, mas para isso precisava atravessar a Província argentina de Corrientes.

Foi assim que a Argentina entrou no conflito. O presidente do país, Bartolomé Mitre, era aliado dos colorados uruguaios, como o Brasil.

Por isso, ele negou o pedido de Solano López para atravessar Corrientes, e quando o marechal invadiu a Província, a Argentina se uniu ao Brasil e ao novo governo uruguaio contra o Paraguai.

As vítimas civis

Parte do motivo pelo qual a Guerra do Paraguai — ou Guerra da Tríplice Aliança — foi tão sangrenta foi o pacto que Argentina, Brasil e Uruguai fizeram para não encerrar o conflito até que Solano López fosse morto (o que ocorreu em 1º de março de 1870).

(Fonte: https://br.noticias.yahoo.com – NOTÍCIAS / 150 anos do fim da Guerra do Paraguai / Por Veronica Smink – BBC News Mundo / BBC News Brasil – 2 de março de 2020)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 10 de outubro de 1866, o Marquês de Caxias assume o comando das tropas brasileiras na Guerra do Paraguai.

Já a atuação do Brasil passou a ser descrita como vergonhosa. O país só teria ido às armas por pressão da Inglaterra, a super-potência da época, e suas tropas teriam perpetrado um genocídio.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.896 – 10 de outubro de 2014 – HOJE NA HISTÓRIA – Pág: 52)

 

 

 

 

 

O ditador paraguaio, Solano López, tornou-se uma espécie de visionário, paladino do progresso social na selva sul-americana.

A Guerra do Paraguai foi um momento decisivo na história do continente. Iniciado em dezembro de 1864, o conflito durou cinco anos e envolveu quatro países – Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. O pomo de discórdia sempre foram as razões por trás da luta.

A versão marxista apregoa que a destruição do Paraguai foi orquestrada pela Inglaterra, insatisfeita com os ares de autonomia que o país tomava. As causas do conflito foram regionais e a intromissão inglesa um fator secundário.

López, na realidade, foi um “Caudilho Caricato” que governou o Paraguai como se fosse uma estância rural e implantou um regime de terror contra os opositores.

As vacilações do alto comando brasileiro, que prolongaram o conflito além do necessário e causado a perda de milhares de vidas.

O almirante Tamandaré, responsável pela esquadra nacional, emerge como um inepto e o conde d’Eu, marido da princesa Isabel, um covarde.

Longe de serem exemplares, os soldados brasileiros eram inclinados à deserção e aos saques. O comportamento das tropas de Solano López não fugia muito disso. Com uma diferença: seus homens estavam programados para lutar até morrer.

Ainda hoje, não há um diagnóstico conclusivo sobre as perdas paraguaias na guerra, porque inexistem estatísticas populacionais confiáveis.

Só uma coisa é certa: elas não caracterizam um genocídio deliberado levado a cabo pelo Brasil. O número de mortos foi uma enormidade, mas não chega perto de 1 milhão de baixas, como os defensores de López sempre brandiram. Até porque, a população do Paraguai na época não totalizava a metade disso.

(Fonte: Veja, 3 de abril de 2002 – ANO 35 – Nº 13 – Edição 1745 – Livros/ Por Marcelo Marthe – “Maldita Guerra”, do historiador paulista Francisco Doratioto – Pág: 122/123)

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