Georgi K. Zhukov, o mais conhecido dos chefes militares soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial

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Zhukov: entre glórias e desgraças

Zhukov, o mais condecorado general da história russa e soviética

Georgi K. Zhukov (Strelkovka, Moscou, 1° de dezembro de 1896 – Moscou, 18 de junho de 1974), marechal da União Soviética, o mais conhecido dos chefes militares soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial, expulsou o Exército nazista, levando-a à derrota. Zhukov foi um dos exemplos mais notáveis de sobrevivência política, que sobreviveu a todos os expurgos e mudanças políticas na União Soviética.

Últimas honras

Impressionado, em 1939, pela maneira como unidades de elite do Japão foram repelidas na Mongólia exterior por contingentes ainda inexperientes de infantaria e blindados, Stálin chamou a Moscou o comandante dessas tropas. Caminhando de um lado para outro, em seu gabinete, o ditador soviético submeteu o jovem oficial a um interregatório ininterrupto. Queria saber tudo: desde minúcias sobre a tática empregada até a opinião do oficial sobre a combatividade dos japoneses. Ao término da entrevista, o oficial – Georgi K. Zhukov – se viu promovido a general-de-exército e designado para o comando da região militar de Kiev, na época a mais importante da União Soviética.

Para Zhukov, era o início de uma carreira que o levou a ser considerado o mais importante de todos os generais soviéticos e, segundo muitos historiadores, a maior figura militar da II Guerra Mundial. Sob seu comando, foram travados três dos mais célebres combates de toda a guerra – a batalha de Moscou, a batalha de Stalingrado e a ocupação de Berlim – e foi ele quem presidiu, representando a União Soviética, a capitulação incondicional da Alemanha nazista. O marechal Zhukov, também participou da I Guerra Mundial, como soldado da Rússia czarista, assistiu aos turbulentos anos iniciais da Revolução e esteve diretamente envolvido em momentos decisivos após a queda de Stálin e durante o governo de Kruschev.

Terminada a guerra, Zhukov experimentou os frutos políticos de seu prestígio como militar, tanto no governo de Stálin como durante o período de Kruschev. E, em ambos, foi obrigado a suportar o banimento. Em 1946, Stálin, temendo sua popularidade em todo o país, resolveu transferi-lo para postos obscuros, primeiro em Odessa e, depois, nos Urais. Todos seus êxitos foram negados e a imprensa passou a responsabilizá-lo pela totalidade dos reveses sofridos durante a Segunda Guerra Mundial.

Mas 24 horas após a morte do ditador, em março de 1953, Zhukov era novamente chamado a Moscou e designado vice-ministro da Defesa. Durante o governo de Kruschev, Zhukov, já promovido a ministro da Defesa, voltou a desempenhar papel fundamental para o país – dessa vez, ao lado do dirigente soviético em luta contra seus rivais Molotov e Malenkov. Em minoria diante da facção liderada por seus rivais no Presidium, Kruschev decidiu, como último recurso, convocar a Comissão Central do Partido, para tentar obter um voto de confiança. E, enquanto discutiu com seus opositores, Zhukov enviou aviões militares aos quatro cantos do país para levar a Moscou adeptos de Kruschev.

Para o chefe do governo soviético, a manobra deu certo – ele foi mantido no poder. Para Zhukov, entretanto, ela lhe trouxe apenas a desgraça. Popular e influente, eventualmente um rival perigoso, o ministro da Defesa acabou sendo removido do Comitê Central e do Presidium três meses depois, sob a alegação de que pretendia “liquidar o controle do partido sobre as Forças Armadas”. Somente após a queda de Kruschev ele seria reabilitado – esta vez, simbolicamente, com honras oficiais, mas afastado do governo.

Zhukov faleceu em 18 de junho de 1974, aos 77 anos, em Moscou, dos quais 64 dedicados ao partido, tendo sido presidente da União Soviética durante um ano.
(Fonte: Veja, 26 de junho de 1974 – Edição 303 – UNIÃO SOVIÉTICA – Pág: 58/59)

 

 

 

A batalha de Stalingrado

“Stalingrado foi o ápice da campanha russa. É verdade que a frente recuou aos pulos e sobre grandes distâncias, mas de maneira irreversível.” – Lidde Hart

Stalingrado, cidade situada na margem direita do rio Volga, era um importante entroncamento fluvial e ferroviário que ligava as regiões minerais e petrolíferas do Cáucaso à área de Moscou. Hitler decidiu lançar o peso de sua ofensiva sobre esta cidade não só por motivos estratégicos, mas também políticos. Acreditava que provocaria um profundo abalo moral nas forças inimigas caso conquistasse rapidamente a cidade. As divisões alemãs que atuavam na Rússia foram ampliadas de 184 em junho de 1942 para 193 em agosto/setembro do mesmo ano. Assim reforçados, deram início a ofensiva sobre essa cidade.

A 17 de julho, o VI Exército sob o comando do Gen. Von Paulus teve ordem de dar início à mobilização que visava a ocupação de Stalingrado. Em setembro a luta se estende para o seu interior e sua queda é eminente. Hitler, eufórico, chega a anunciar a rendição para qualquer momento. No entanto, o avanço alemão por entre as ruínas da cidade é cada vez mais moroso. O 62º Exército comandado por Chuikov resiste a sombra de cada casa, de cada rua, de cada porão.

A terrível oposição das tropas russas não evita que os alemães se apropriem de quase 70% da cidade. Chuikov faz referências a extrema dificuldade em se defender um fronte que tinha de extensão mais de 40 km e uma profundidade de apenas 3 km. Na outra margem do rio, os russos colocam sua artilharia que através de sucessivas barragens, evitam que o restante da cidade caia em poder dos alemães. As perdas de ambos os lados são imensas. O inverno se aproximava e a vitória alemã não se concretiza.

Em 19 de novembro de 1942, após silencioso preparativo, os soviéticos, sob o comando do Gen. Zukov realizam a contra-ofensiva. Três grandes corpos de exércitos (de Vatutin, de Rokossovsky e de Yeremenko) avançam pelo frágeis flancos do VI Exército, terminando por cercá-lo completamente a 23 de novembro de 1942. Vinte e duas divisões de elite e mais dois exércitos romenos encontram-se aprisionados no chamado “caldeirão” de Stalingrado.

O Gen. Von Paulus solicita ordens para executar uma retirada em quanto fosse tempo. Hitler, teimosamente ordena que os alemães devam permanecer nas posições conquistadas, enviando um corpo blindado (Hooth-Mainstein) para tentar romper o bloqueio. Os russos com relativa facilidade e auxílio das baixas temperaturas conseguem afastá-lo das cercanias da cidade. Em dezembro de 1942 os soviéticos apelam para a rendição do VI Exército, dada a inutilidade de qualquer resistência. O natal de 1942 é lúgubre em toda a Alemanha.

O führer, tenta criar uma situação emocional favorável ao espírito de resistência até o último homem. Promove Von Paulus a Marechal, esperando lhe dar ânimo. Dos 330 mil soldados existentes dentro do “caldeirão” a metade já havia perecido nos combates, pela fome e pelo frio. As promessas de Güring, de abastecer os sitiados via aérea não se concretizaram.

Entre os dias 10 de janeiro a 2 de fevereiro de 1943, as tropas soviéticas executam a operação final, que culmina na rendição incondicional de quase cem mil homens. Foi a maior derrota militar do Exército alemão em todos os tempos, marcando o fim da supremacia estratégica e tática da Alemanha, que definitivamente perdeu a iniciativa da guerra. Dali em diante, os soviéticos passariam a determinar os rumos do conflito. A Batalha de Stalingrado marca a reviravolta dos destinos da guerra e o princípio do fim da Alemanha Nazista.

A ofensiva final sobre Berlim

O ano de 1944 continuou auspicioso para os soviéticos. Sua ofensiva de verão liquidou com 25 divisões alemãs na região de Minsk. Em agosto aproximam-se de Varsóvia. Neste momento ocorreu mais um dos terríveis martírios do povo polonês. Acreditamos que a proximidade das tropas soviéticas os socorresse, os partisans poloneses tentaram um levante na Capital que redundou num fracasso.

As represálias nazistas foram violentas, mais de 300 mil pereceram. Em outubro de 1944, as tropas soviéticas invadem pela primeira vez o solo alemão – a Prússia Oriental é conquistada. Durante o inverno de 1944/45 os russos preparam sua ofensiva sobre a capital do Reich. 2 milhões e meio de soldados, 6.250 blindados e 7.500 aviões são concentrados para o assalto final. Em 16 de abril o exército Vermelho, sob o comando do Gen. Zucov, (tendo em seu apoio o Gen. Konev) dá a salva inicial que culminará com a rendição de Berlim. Hitler, havia ordenado a mobilização geral da população, convocando todos os homens aptos entre os 16 e 60 anos, organizados em milícias populares (Deutscher Volksturn).

A indústria alemã, apesar dos constantes bombardeios aliados, continuava produzindo em larga escala; o que lhe faltou foi combustível e homens qualificados para utilizar o material bélico. Todos concordam que a resistência alemã foi muito mais significativa contra os russos do que contra os aliados ocidentais. As rivalidades ideológicas e o terrível massacre dos civis no Fronte Oriental, fizeram com que temessem represálias por parte dos soviéticos.

Nos fins de abril, mesmo com os inauditos esforços do Gen. Henrici, os russos penetram na periferia de Berlim. Hitler escreve seu testamento político, ao mesmo tempo que nomeia o Almirante Doenitz Presidente do Reich e indica Goebbels como seu Chanceler. No dia 30 de abril comete suicídio, acompanhado por sua mulher Eva Braun e por Goebbels e família. A primeira capitulação se dá em 7 de maio em Reims, no Quartel General de Eisenhower pelo Gen. Jodl. No dia seguinte, o Mal. Zucov aceita a rendição alemã feita pelo Marechal-de-Campo Keitel. A guerra na Europa tinha finalmente chegado a seu fim após mil e setecentos dias de matanças inauditas na história da humanidade.

(Fonte: http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/segunda-guerra – NOTÍCIAS – EDUCAÇÃO – HISTÓRIA – EDUCAÇÃO – SEGUNDA GUERRA MUNDIAL/ Por Voltaire Schilling – Agosto de 2013)

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