Fred Astaire, bailarino e ator que revolucionou a arte da dança no cinema, estrelou grandes musicais na Broadway e em Hollywood

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Americano revolucionou a arte da dança no cinema

Fred Astaire revolucionou os musicais no cinema (Reprodução/Flickr)

Fred Astaire revolucionou os musicais no cinema (Reprodução/Flickr)

Fred Astaire (Omaha, 10 de maio de 1899 – Califórnia, 29 de junho de 1987), bailarino e ator que revolucionou a arte da dança no cinema, estrelou grandes musicais na Broadway e em Hollywood.

Fred Astaire formou em Hollywood a famosa dupla com Ginger Rogers (Foto: youtube.wikia.com/Divulgação)

Fred Astaire formou em Hollywood a famosa dupla com Ginger Rogers (Foto: youtube.wikia.com/Divulgação)

Em 1933, Fred Astaire estreou no cinema com “A Alegre Divorciada” e formou em Hollywood a famosa dupla com Ginger Rogers. Durante seis anos de parceria, os dois estrelaram dez filmes. O ator dançou também com Rita Hayworth, Judy Garland, Cyd Charisse e Audrey Hepburn.

Fred Astaire revolucionou os musicais no cinema. Foi introduzido um novo conceito para a dança nos filmes a partir da exigência feita por Astaire de ser filmado de corpo inteiro. Antes do ator começar a estrelar nas telas, os dançarinos eram filmados “em partes”. A edição que era responsável pela montagem.

“Não sabe representar. Não sabe cantar. Dança um pouco.” Esse foi o veredicto de um caçador de talentos de Hollywood sobre Fred Astaire, no início dos anos 30. Mais de cinquenta anos e 47 filmes depois, as coisas estavam um pouco mudadas para esse americano que revolucionou a arte da dança no cinema. Numa carreira que durou mais de setenta anos, Astaire fez teatro, televisão e cinema, recolhendo elogios delirantes.

O exigente coreógrafo russo-americano George Balanchine (1904-1983) foi enfático: “Astaire é o maior bailarino do mundo, o mais inovador do nosso tempo”. A legendária bailarina Margot Fonteyn não deixou por menos: “Para Fred, dançar parece mais fácil que andar, mais natural do que respirar”. O superastro Mikhail Baryshnikov seguiu numa linha parecida: “Se me perguntam o que eu sinto quando vejo Astaire dançar, a resposta é óbvia: ódio, porque ele é melhor do que todos nós”.

O estilo de Astaire misturava sapateado, dança de salão e balé. Com essa mistura de técnicas, desceu escadas, flutuou no ar, subiu em paredes e desfilou seu cavalheirismo – casaca, bengala e cartola foram sua marca registrada – ao lado de estrelas como Rita Hayworth, com quem fez bela parceria, Cyd Charisse e Ginger Rogers. Os dez filmes que fez com Ginger – entre eles alguns clássicos como Voando para o Rio e O Picolino – foram até tema de um livro da erudita crítica americana Arlene Croce.

O resultado de seu trabalho detalhista e preciso – exigiu mudança nas técnicas de filmar coreografias para poder mostrar, em corpo inteiro, sem cortes, a fluência dos seus movimentos – não influenciou apenas a dança cinematográfica. O coreógrafo Jerome Robbins, ao criar I’m Old Fashioned, em 1983, para o New York City Ballet, a maior companhia de dança americana, colocou no início do balé uma cena de filme onde Astaire dançava com Rita Hayworth.

PRECIOSIDADES – Nascido Fred Austerlitz, em Omaha, no interior dos Estados Unidos, filho de um vendedor de cerveja, começou a dançar em público aos 7 anos com sua irmã Adele, numa parceria que só foi desfeita 25 anos depois. Astaire ameaçou abandonar a carreira em 1954, quando morreu sua esposa Phyllis, com quem tinha vivido 21 anos e com quem teve três filhos. Em 1980 tornou a casar-se com Rokyn, 46 anos mais nova que ele.

Apesar do veto inicial, nenhum cantor americano – sem excetuar Bing Crosby e Frank Sinatra – teve tantas músicas compostas especialmente para ele por compositores como George e Ira Gershwin, Cole Porter e Irving Berlin, que o considera o maior cantor americano. Para conferir sua voz pequena mas bem colocada em interpretações impecáveis, o disco Fred Astaire – The Irving Berlin Songbook, com dez preciosidades, entre elas Puttin’ on the Ritz, Cheek to Cheek, Top Hat, White Tie and Tails.

Astaire morreu dia 29 de junho de 1987, aos 88 anos, de pneumonia, na Califórnia, Estados Unidos.

(Fonte: Veja, 1° de julho de 1987 -– Edição 982 -– DATAS -– Pág; 87)

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