Franco Corelli, tenor, foi um dos mais populares da Itália nos anos 50 e 60

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Franco Corelli (Foto: Franco Corelli/Reprodução)

Franco Corelli foi uma das mais carismáticas figuras do canto lírico do século XX (Foto: Franco Corelli/Reprodução)

Franco Corelli (Ancona, 8 de abril de 1921 – Milão, 29 de outubro de 2003), tenor, um dos mais populares da Itália nos anos 50 e 60. Apresentou-se nos palcos mais importantes da Europa e dos Estados Unidos e teve como parceira, entre outras divas, a cantora Maria Callas.

Foi um tenor italiano que teve um destaque internacional maior entre 1951 e 1976. Associado ao repertório de tenor spinto e dramático italianos. Corelli teve uma sucedida e frutífera associação com o Metropolitan Opera de Nova York, apresentando-se lá entre 1961 até 1975.

O tenor italiano foi uma das mais carismáticas figuras do canto lírico do século XX, conhecido pela aparência de astro de cinema e pela facilidade com que sustentava notas agudas, características que lhe renderam papel de destaque em teatros como o Metropolitan de Nova York e o Scala de Milão a partir da década de 50 até 1976, quando se aposentou. 

O repertório de Corelli contava com cerca de 30 papéis, entre eles alguns dos principais personagens do repertório tradicional italiano – Cavaradossi, na Tosca; Calaf, em Turandot; Manrico, em Il Trovatore; Radamés, em Aida; Rodolfo, em La Bohème, entre muitos outros – e alguns franceses, como Romeu, no Romeu e Julieta de Gounod, e Don José, na Carmen, papel com que fez sua estréia em 1951, no Festival de Spoletto, após vencer um concurso em Florença.

Foram os papéis mais conhecidos aqueles que lhe garantiram a adoração do público, em ocasiões como sua estréia, em 1957, no Covent Garden de Londres, quando sustentou por 12 segundos o grito agudo de “Vittoria!” de Cavaradossi no segundo ato da Tosca, fazendo o teatro vir abaixo. O entusiasmo dos fãs, porém, nem sempre encontrou eco na crítica especializada. Para alguns, suas interpretações eram repletas de concessões, que valorizavam a voz em detrimento da música do compositor, evidenciando ainda a completa falta de senso de estilo e conhecimentos musicais do tenor. Seus defensores, porém, como o crítico Harold C. Schonberg, do New York Times, sugeriam que sua voz e suas interpretações tinham uma lógica própria que precisava ser entendida.

O próprio Corelli era uma figura polêmica, conhecida pelo temperamento forte. Tanto que Maria Callas – com quem interpretou uma série de pares românticos – afirmou ter encontrado nele um colega à altura, “com quem podia, de fato, atuar”. Por outro lado, seu gênio forte o envolveu em histórias que entraram para o imaginário do mundo operístico. Em uma delas, durante uma récita de Il Trovatore, saiu do palco para agredir um membro da platéia que o havia vaiado. Contido por seguranças, voltou ao palco a tempo de cantar o que considerou sua melhor versão da ária Di Quella Pira, conclamação à vingança do personagem Manrico.

Corelli era autodidata e um crítico severo dos professores de canto, “gente perigosa”, “uma praga para os cantores”. Ele creditava aos mestres do Conservatório de Pesaro, a quase perda de seu registro mais agudo e, por algum tempo, pensou em se transformar em barítono. Rapidamente, porém, mudou de idéia e tornou-se seu próprio professor, ouvindo gravações de tenores como Caruso, Gigli e Lauri-Volpi e tentando imitar seus estilos e efeitos vocais.

A fórmula, no seu caso, deu certo. No Metropolitan, de Nova York, onde estreou no papel de Manrico, foi o tenor principal durante 15 temporadas, cantando 365 récitas. Uma curiosidade: a estreia de Plácido Domingo no Met, ocorreu devido a um cancelamento de Corelli, uma hora antes do espetáculo.

Vítima de um derrame cerebral em agosto, morreu no dia 29 de outubro de 2003, aos 82 anos, em Milão.

“Ele é o mais visceral e belo tenor da geração pós Segunda Guerra”, disse certa vez o maestro Herbert Von Karajan. “Perdemos um dos maiores tenores de todos os tempos”, disse o colega italiano Carlo Bergonzi.
(Fonte: Veja, 5 de novembro de 2003 – ANO 36 – N° 44 – Edição 1827 – DATAS – Pág; 109)

(Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia – DIÁRIO DO GRANDE ABC – Cultura & Lazer – 30 de outubro de 2003)

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica – NOTÍCIAS – MÚSICA – CULTURA – 30 de out de 2003)

 

 

 

 

 

 

 

Franco Corelli nasceu no dia 8 de Abril de 1921 e faleceu no dia 29 de Outubro de 2003. Foi um tenor italiano que teve um destaque internacional maior entre 1951 e 1976. Associado ao repertório de tenor spinto e dramático italianos. Corelli teve uma sucedida e frutífera associação com o Metropolitan Opera de Nova Iorque, apresentando-se lá entre 1961 até 1975.

Biografia

Franco Corelli nasceu em Ancona, numa família sem formação musical. Seu pai foi um construtor de barcos para a marinha italiana e a família viveu por muitos anos junto ao Mar Adriático. Corelli amava o mar e inicialmente pensava em seguir os caminhos de seu pai, estudando engenharia naval na Universidade Bolonha. Enquanto Corelli estudava, ele ingressou em uma competição de música, seguindo o conselho de um amigo, que era um cantor amador. Corelli não conseguiu vencer a competição, mas ele foi encorajado, pelos juízes do concurso, a tentar uma carreira de cantor e então Corelli ingressou no Conservatório de Música de Pesaro, para estudar ópera.

No conservatório, Corelli estudou sob os ensinamentos de Rita Pavoni e Arturo Melocchi, mas estava infeliz com seus resultados, dizendo que algumas lições basicamente destruíam seu registro alto. Depois disso, Corelli decidiu se tornar seu próprio professor e referia-se ao professores de canto como “pessoas perigosas” e “praga para os cantores”.

Primeiramente ele tentou se tornar um barítono, mas desistindo dessa ideia rapidamente e voltando à estudar o repertório para tenor. Corelli imitava o estilo e os efeitos vocais de gravações de célebres tenores, como Enrico Caruso, Giacomo Lauri-Volpi, Aureliano Pertile e Beniamino Gigli.

No verão de 1951, Corelli venceu um concurso do Maggio Musicale Fiorentino de Florença, estreiando como Spoleto, da ópera Rigoletto (Verdi) no outono seguinte. Ele foi originalmente convidado para cantar Radames da ópera de Aida (Verdi) e gastou três meses preparando-se para o papel com o maestro Giuseppe Bertelli. Entretanto, Corelli eventualmente cotado para cantar Don José da ópera Carmen (Bizet). Em novembro de 1951, ele fez sua estreia na Ópera de Roma como Manrico em Il Trovatore, cantando ao lado de Maria Caniglia. No ano seguinte, de 1952, ele apareceu em óperas em casas de óperas pequenas italianas e na rádio italiana. Em 1953 ele associou-se na Ópera de Roma e foi feito um dos principais tenores, onde ele passou grande parte de sua carreira, apresentando-se muitas vezes até 1958. Seu primeiro papel na companhia foi em 1953, onde ele executou Romeo na, raramente executada ópera Giulietta e Romeo de Zandonai. Depois dessa apresentação, ele cantou Pollione na ópera Norma (Bellini) ao lado de Maria Callas.

Esta foi a primeira vez em que Corelli cantou com Maria Callas, quem virou fã dele imediatamente. Os dois cantores apresentaram-se juntos por muitos anos, encerrando a grande parceria apenas no fim da carreira de Callas.

Enquanto cantava na Ópera de Roma, Corelli também fez inúmeras apresentações com outras casas de óperas da Itália e casas internacionais. Ele fez sua estreia no La Scala de Milão em 1954, como Licinio da ópera La Vestale de Spontini, ao lado de Callas, abrindo a temporada de 1954. Ele retornou muitas outras vezes para o La Scala nos próximos cinco anos, cantando com Callas nas produções de Fedora (1956), Il pirata (1958) e Poliuto (1960). Ele também fez notáveis performances em óperas como La Fanciulla Del West de Puccini (1956) ao lado de Gigliola Prazzoni e Tito Gobbi, performance que foi transmitida no rádio. Outras estreias em importantes casas de óperas de Corelli foram: Maggio Musicale Fiorentino e no Festival Arena de Verona em 1955; na Ópera Estatal de Viena e no Royal Opera House, Covent Garden em 1957; no Teatro Nacional de São Carlos, na Ópera Lírica de Chicago e na Ópera de São Francisco em 1958 e na Ópera Estatal de Berlim em 1961. Entre tantos triunfos conseguidos por Corelli em sua carreira, duas performances foram muito celebradas: interpretação de Don Alvaro em La Forza del Destino no Teatro de São Carlos em 1958, ao lado de Renata Tebaldi e a interpretação de Maurizio em Adriana Lecouvreur ao lado de Magda Olivero em 1959.

Corelli cantou em muitas óperas de serem encenadas, onde ele foi muito aclamado, como nas óperas: Agnese di Hohenstaufen de Spontini, Giulio Cesare e Hercules de Handel, Guerra e Paz de Prokofiev e a estreia mundial de Enea de Guerrini. A partir de 1960 o repertório dele foi encrementado com mais trinta papéis, incluindo Andrea Chérnier (Giordano), Turiddu de Cavalleria Rusticana (Mascagni), Rodolfo de La Bohème (Puccini) e Ernani e Don Carlo (Verdi). Em 1957, Corelli conheceu a soprano Loretta di Lelio, quando ela foi para o backstage, depois de uma performance do tenor na Casa de Ópera de Roma para pegar seu autógrafo. Eles começaram a se relacionar e casaram-se em 1958. Depois do seu casamento, Loretta deixou sua carreira de cantora para servir como empresária, secretária, agente de relações públicas, cozinheira e tradutora de inglês de Corelli.

Corelli fez sua estreia no Metropolitan Opera de Nova Iorque dia 27 de Janeiro de 1961 como Manrico em Il Trovatore, ao lado da soprano Leontyne Price, que também estava estreando no Met naquela noite. Ele cantou, sendo muito aclamado, até 1974, em papéis como Calaf (com Birgit Nilsson como Turandot), Cavaradossi, Maurizio, Ernani, Rodolfo e Edgardo, e também interpretou repertório francês, como Roméo et Juliette e Werther. Ele cantou em noites históricas no Met, incluindo o concerto de gala do encerro do velho Metropolitan Opera, o concerto em honra à aposentadoria de Rudolph Bing e a legendária volta de Callas como Tosca. Sua última performance no Met foi dia 28 de Dezembro de 1974 como Calaf, ao lado de Ingrid Bjoner, que também estava cantando sua última performance no Met. Entretanto, Corelli apresentou um concerto de sua turnê estendida no Met em 1975, turnê que apresentou em cidades dos Estados Unidos e no Japão.

Em 1961 ele fez sua estreia na Ópera Alemã de Berlim. Corelli retornou para o La Scala em 1962, para reviver Les Huguenots de Meyerbeer, ao lado da célebre soprano Joan Sutherland. Ainda em 1962, apresentou-se no Festival de Salzburgo no papel de Manrico na ópera Il Trovatore (Giuseppe Verdi), sob a batuta do célebre maestro Herbert von Karajan e cantando com Leontyne Price, Giulietta Simionato e Ettore Bastianini. Também em 1962 ele fez sua primeira performance na Companhia Ópera Lírica da Filadélfia como Cavaradossi em Tosca. Ele apresentou-se muitas vezes na Filadélfia, até o ano de 1971, totalizando doze papéis diferentes. Fez sua estreia na Ópera de Paris em 1970. No início da década de 1970, a voz de Corelli começou a mostrar alguns sinais, graças a muitos anos de uso em um difícil repertório.

Ele fez sua última performance, como Rodolfo em 1976 na Torre do Lago aos cinquenta e cinco anos.

Depois de sua aposentadoria dos palcos, Corelli virou um professor de canto em Nova Iorque. Ele morreu em Milão em 2003, aos oitenta e dois anos e foi enterrado no Cemitério Monumentale em Milão.
(Fonte: www.radioitaliana.com.br)

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