Flávio Lewgoy, um dos grandes nomes do ambientalismo gaúcho

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Porto-alegrense foi professor universitário e um dos presidentes da Agapan

Lewgoy foi um dos presidentes da Agapan. (Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal)

Lewgoy foi um dos presidentes da Agapan.
(Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal)

Flávio Lewgoy (Porto Alegre, janeiro de 1935 – Porto Alegre, 7 de novembro de 2015), foi um dos grandes nomes do ambientalismo gaúcho

 

O ex-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) Flávio Lewgoy, foi uma das principais vozes do ambientalismo gaúcho.

 

Químico e geneticista, Lewgoy foi duas vezes presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) nos anos 80 e manteve-se atuante até o final da vida.

 

Nascido em Porto Alegre, Lewgoy se formou químico industrial na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde lecionou ecogenética — aposentou-se apenas aos 70 anos. Ele foi responsável pelo laboratório do Instituto de Criminalística do RS e pioneiro na introdução da química forense no Estado.

Foi um ativista ecológico. Em entrevista a Zero Hora em 2013, Flávio Lewgoy lembrou que ingressou na Agapan para ajudar nas mobilizações contra a fábrica norueguesa Borregard em Guaíba, que, em um fato histórico para a indústria gaúcha e sua relação com o ambiente, foi fechada em 1973 por causa da poluição e forte cheiro que gerava.

Contemporâneo de José Lutzenberger, Lewgoy lembrou que a Agapan acompanhou as atividades das sucessoras da Borregaard (Riocell, Klabin e Aracruz) e que seguiria monitorando a planta da Celulose Riograndense, por entender que o tipo de indústria causa impacto ambiental. Entre as causas que abraçou, trabalhou também no cerco a agrotóxicos.

 

 

Químico e geneticista, Lewgoy teve participação decisiva no movimento | (Foto: Divulgação Agapan)

Químico e geneticista, Lewgoy teve participação decisiva no movimento | (Foto: Divulgação Agapan)

No primeiro semestre de 2015, por exemplo, elaborou um estudo sobre o impacto da quadruplicação da planta da Celulose Riograndense, em Guaíba na emissão de poluentes. Seu relatório fortaleceu a ação dos ambientalistas no momento em que a comunidade denunciava os efeitos da ampliação da fábrica na saúde da população.

A postura crítica de Lewgoy à produção de celulose em Guaíba era histórica. Nos anos 90, o professor foi o principal responsável pela rejeição do projeto de duplicação da então fábrica da Riocell na Assembleia Legislativa, mesmo com o Governo do Estado já tendo dado seu aval para a obra.

Sua formação científica foi decisiva para o movimento ambientalista porque contribuiu para tornar a atividade da Agapan mais técnica e dar aos protestos e manifestações públicas uma base científica.

Conforme contou em seu depoimento publicado no livro Pioneiros da Ecologia, da JÁ Editores, tornou-se ambientalista (após conhecer José Lutzenberger em 1971, por quem se fascinou) porque, ex-aluno da universidade pública, queria retribuir com algo para a sociedade que pagou sua formação.

Flávio Lewgoy faleceu no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, em 7 de novembro de 2015, tinha 89 anos e lutava contra um câncer de próstata.

(Fonte: Zero Hora – ANO 52 – Nº 18.288 – TRIBUTO – 07/11/2015)

(Fonte: http://jornalja.com.br – 7 de novembro de 2015)

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