Erich Mielke, ex-chefe da Stasi, polícia secreta da ex-República Democrática Alemã (RDA)

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Mielke: chefe da repressão política

Erich Mielke (Berlim, 28 de dezembro de 1907 – Berlim, 21 de maio de 2000), ex-chefe da Stasi, polícia secreta da ex-República Democrática Alemã (RDA).

Considerado como o responsável pela manutenção do stalinismo alemão oriental, Mielke comandou a Stasi de 1957 a 1989, quando foi derrubado o muro de Berlim.

Ele chefiou a repressão aos democratas alemães durante 32 anos. Depois da unificação alemã, Mielke escapou do julgamento por seus crimes, pois foi considerado muito velho para ser condenado.

Ele dirigiu a Stasi de 1957 até a queda do Muro de Berlim, em 1989. A Stasi contava entao com 85 mil colaboradores regulares e mais de 100 mil informantes.

Em 1993, Erich Mielke havia sido condenado pela justiça da Alemanha reunificada a seis anos de prisão pelos assassinatos de dois policiais, cometidos em 1931.

O Muro de Berlim

O destino dos líderes

Erich Honecker – supervisionou a construção do Muro de Berlim e comandou o regime entre 1976 e 1989. Chegou a ir a julgamento, mas, devido à sua saúde precária, foi libertado. Se exilou no Chile em 1993 e morreu no ano seguinte, em Santiago.

Markus Wolf – Ex-chefe do serviço secreto alemão-oriental, foi condenado em maio a dois anos de prisão (com sentença suspensa) por sequestro, coação e lesões corporal, por ter supervisionado crimes contra dissidentes durante a Guerra Fria.

Erich Mielke – Antigo chefe da Stasi (polícia do regime comunista), foi condenado em 1993 pela morte de dois policiais, ocorrida em 1931. Foi solto em 1995, após cumprir dois terços da pena de seis anos. Acusado pela morte de refugiados, foi considerado depois muito velho e doente para ir a julgamento.

Heinz Kessler – Ministro da Defesa durante o regime comunista, foi condenado no ano passado a 7 anos e meio de prisão pela morte de alemães-orientais que tentavam fugir do país.

Erich Mielke morreu em  21 de maio de 2000, aos 92 anos, no asilo ‘Haus Kyritz’, de Berlim, onde vivia há alguns meses. Erich Mielke sofria de insuficiência cardíaca e anemia; ele foi enterrado dia 10 de junho no Cemitério dos Socialistas, no bairro de Friedrichsfelde Est.

(Fonte: http://www.dgabc.com.br/Noticia – INTERNACIONAL –Do Diário do Grande ABC – 25 de maio de 2000)

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/44/tributo- TRIBUTO – 27 de junho de 2014)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/8/26/mundo – FOLHA DE S.PAULO – MUNDO – São Paulo, 26 de agosto de 1997)

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1950: Fundação da Stasi, a polícia secreta alemã-oriental

A RDA tinha cerca de quatro meses de existência oficial, quando foi criado, no dia 8 de fevereiro de 1950, o Ministério de Segurança do Estado, chamado de Stasi (abreviatura de “Staatssicherheit” – segurança do Estado).

O ministro de Segurança do Estado Erich Mielke, preparado em Moscou para assumir o cargo (Ullstein bild – Succo)

 

Quase exatamente quatro meses depois da fundação da República Democrática Alemã (RDA), os deputados da chamada Câmara Popular Provisória aprovaram unanimemente o item 4 da pauta de trabalhos do dia 8 de fevereiro de 1950, uma lei que previa a criação de um novo ministério.

A lei tinha apenas dois parágrafos e descrevia em poucas palavras que a repartição denominada Administração Central da Proteção à Economia Popular, do Ministério do Interior, deveria tornar-se autônoma, com status ministerial e o nome de Ministério de Segurança do Estado.

 

Lei não descrevia tarefas

 

A lei não continha nenhuma informação sobre a tarefa e as competências do novo ministério. O ministro do Interior Steinhoff, que justificou o projeto de lei diante do plenário, limitou-se a fazer algumas declarações vagas sobre a “proteção confiável das empresas de propriedade do povo, dos bens agrários e do setor de transportes, contra elementos criminosos, agentes inimigos, subversivos, sabotadores e espiões”.

Quase nenhum dos deputados percebeu nesse dia que acabava de aprovar a criação de um órgão que se tornaria nos anos seguintes um serviço secreto onipotente, com um batalhão de colaboradores, conforme o modelo soviético. O novo ministério acabaria se transformando em “Estado dentro do Estado”.

Mas ainda não havia ocorrido a rebelião popular de 17 de junho de 1953, que significaria o fim da carreira política do primeiro titular da pasta ministerial de Segurança do Estado, Wilhelm Zaisser. Tampouco havia ocorrido ainda o 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética, que levou o seu sucessor no cargo, Ernst Wollweber, à avaliação errônea de que a RDA estaria apta a iniciar um período de distensão.

 

Mielke assume a chefia

 

Em novembro de 1957, ele foi destituído de todos os seus cargos e substituído pelo general Erich Mielke, até então vice-ministro, um stalinista convicto, preparado em Moscou. Numa reunião do Comitê Central em março de 1962, 12 anos após a decisão da Câmara Popular para a criação do Ministério de Segurança do Estado e sete meses depois da construção do muro de Berlim, Mielke declarou acreditar ainda que a Alemanha Oriental estava cercada de agentes inimigos e espiões.

Erich Mielke: “Camaradas, eu só falei sobre os agentes principais. Toda uma série de agentes secundários está aqui, confirmando o que eu digo. As provas são testemunhas, documentos, declarações, perícias. Tudo o que é necessário para provar que o que apresentei aqui, ao Comitê Central, foi apresentado com razão”.

O que a liderança do partido e do Estado temia não eram agentes aliciados pelo inimigo. Antes de mais nada, objetivava-se localizar e isolar aquelas forças dentro do próprio povo que se opunham à visão de uma “sociedade socialista humana”, na qual o individualismo deixaria de existir em prol da coletividade e na qual todos teriam de apoiar inteiramente o Estado e a sociedade.

 

O povo foge do controle

 

O povo inteiro deveria ser transformado numa coletividade homogênea, e aqueles que resistissem seriam classificados de inimigos da sociedade. Um plano de realização impossível, como demonstrariam finalmente os acontecimentos do outono europeu de 1989.

A portas fechadas e empregando o jargão político do partido, o já ancião Erich Mielke tentava motivar os seus informantes a manter uma vigilância mais rigorosa, enquanto já ecoava em todas as partes do país o clamor popular pela democracia.

Poucos dias depois, os manifestantes invadiram a central daquele órgão secreto do poder, encerrando a história que começara no dia 8 de fevereiro de 1950.

(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO / Por Günter Haase – 8 de fevereiro)

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