Dominique Venner, ensaísta e historiador de extrema-direita, antigo membro da Organização Secreta Armada

0
Powered by Rock Convert

Ensaísta francês de extrema-direita

Dominique Venner justificou o suicídio com a necessidade de “despertar as consciências adormecidas”, mostrando-se contra a imigração.

Dominique Venner (Paris, 16 de abril de 1935 – Paris, França, 21 de maio de 2013), político, historiador, ensaísta, jornalista e ativista de extrema direita, autor ainda de vários livros

Nascido em 16 de abril de 1935, Dominique Venner era historiador especializado em História política e militar, conhecido em França pela sua grande atividade política de extrema direita, pela qual foi detido 18 meses, em 1961.

Em 1962 o seu manifesto Pour une critique positive (por uma crítica positiva) escrito imediatamente após ser libertado da prisão, tornou-se um texto fundamental para uma parte da extrema direita.

Paraquedista durante a guerra da Argélia, Dominique Venner fez parte da Organização secreta OAS (organização armada secreta) que procurava, de forma clandestina, manter a Argélia francesa.

Em 1962, escreveu o ensaio Pour une critique positive, que, segundo o Libération, foi importante para uma parte da extrema-direita, ao expor o que chamava de necessidade de refundação intelectual após o fim da guerra.

Pouco conhecido do grande público em França, mas muito respeitado na extrema-direita, o ensaísta foi autor de várias obras sobre a história (política e militar), armas de fogo e caça, destaca o Le Monde, acrescentando que Venner chegou a ser sondado para liderar a Frente Nacional, logo a após a sua criação, em 1972, posto que seria ocupado por Jean-Marie Le Pen.

Desde meados dos anos 50 do século XX que Venner era membro de várias estruturas de extrema direita. Escreveu ainda várias obras de História, militar e política, e ainda livros sobre caça e armas de fogo.

Dominique Venner matou-se a tiro em plena catedral de Notre-Dame em Paris, França, dia 21 de maio de 2013, aos 78 anos.

No momento do suicídio a catedral de Notre-Dame estava repleta de turistas e de fiéis mas foi evacuada sem sobressaltos.

 

A catedral de Notre-Dame (Foto: PATRICK KOVARIK/AFP)

A catedral de Notre-Dame uma das principais atrações turísticas da cidade (Foto: PATRICK KOVARIK/AFP)

 

As autoridades encontraram uma carta pousada no altar, junto ao corpo mas, Dominique Venner ter-se-á aproximado calmamente do local tendo-se suicidado sem proferir um som ao disparar uma arma de fabrico belga dentro da própria boca.

Perigo islamita
Na última nota que assinou, publicada no seu blogue com data de, 21 de maio, Venner critica ferozmente a aprovação pelo Parlamento francês, na semana passada, da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Avisa também contra o perigo da islamização de França, considerando a imigração uma ameaça maior ainda do que o casamento gay,comparando-a “uma grande substituição da população da França e da Europa.”

Intitulado “A manif de 26 de maio e Heidegger” o ensaio fala do risco de “uma França caída em poder dos islamitas,” criticando toda a classe política francesa e a Igreja Católica pelo seu papel na imigração.

“Desde há quarenta anos, os políticos e governos de todos os partidos (exceto a Frente Nacional), assim como o patronato e a Igreja, trabalharam ativamente acelerando por todos os meios a imigração afro-magrebina,” escreveu.

“Gestos espetaculares”

Sobre a manifestação do próximo dia 26, contra o casamento gay, Venner sublinhava que os seus participantes “terão razão em gritar a sua impaciência e a sua cólera” mas advertia que “o seu combate não pode limitar-se à recusa do casamento gay.”

“Serão necessários certamente gestos novos, espetaculares e simbólicos para sacudir as sonolências, abalar as consciências anestesiadas e acordar a memória das nossas origens”, escreveu Venner.

O historiador era atualmente editor da revista La Nouvelle Revue d’Histoire.

“Potência simbólica”
Pierre Guillaume Roux, editor dos livros de Venner, disse à AFP ter falado com o autor na noite de segunda-feira, sobre a sua próxima obra que deverá chegar às livrarias junho de 2013.

“Não creio que se deva ligar este suicídio apenas à questão do casamento (gay), vai bem mais além” afirmou Roux, acrescentando que o gesto, em Notre-Dame, se reveste “de uma potência simbólica extremamente forte que o aproxima de Yukio Mishima” (escritor japonês que se suicidou em 1970). A referência é ao escritor japonês Yukio Mishima, ligado à extrema-direita e ao movimento nacionalista nipônico, que se suicidou em 1970. 

Marine Le Pen, filha de Jean-Marie e atual dirigente da Frente Nacional, reagiu no Twitter, qualificando este suicídio como “um gesto, eminentemente político, que deve ter tido o objectivo de despertar o povo francês”.

(Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/mundo – NOTICIAS – MUNDO / Por Graça Andrade Ramos, RTP 21 Mai, 2013)

(Fonte: https://www.publico.pt/mundo/noticia – MUNDO – NOTÍCIA – AFP e PÚBLICO – 21/05/2013)

Powered by Rock Convert
Share.