Ben Johnson, foi um autêntico cowboy que participou com brilho de tantos e tão memoráveis faroestes

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BEN JOHNSON – A MARAVILHOSA CARREIRA DE UM COWBOY

 

Ben Johnson (Pawnee, Oklahoma, 13 de junho de 1919 – Mesa, Arizona, 8 de abril de 1996), atuou em inúmeros westerns e filmes de ação, foi um autêntico cowboy que participou com brilho de tantos e tão memoráveis faroestes.

 

Ben Johnson

Ben Johnson

 

A grande maioria dos artistas moveu céus e terra para chegar ao estrelato. Ben Johnson, no entanto, atingiu a fama mesmo sem persegui-la. Muito pelo contrário, pois chegou até a abandonar o cinema em certo momento, retornando depois para receber um Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, muitos outros prêmios e uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.  Justo reconhecimento para Ben Johnson, um autêntico cowboy que participou com brilho de tantos e tão memoráveis faroestes.
Ben Johnson

Ben Johnson

 

 

UM HERÓI EM “SANGUE DE HERÓIS” – Durante as filmagens de “Sangue de Heróis” (Fort Apache), um estampido assustou uma parelha de cavalos que estava atrelada a um carroção. Os cavalos saíram em disparada em direção ao local onde estava John Ford sentado em sua cadeira conversando com alguns atores. A tragédia parecia inevitável mas, de repente saído sabe-se lá de onde, um stuntman (dublê) saltou sobre um dos cavalos detendo a parelha desgarrada a metros do grupo. Refeito do susto John Ford disse ao corajoso jovem que ele era um herói, perguntou o nome ao rapaz, dizendo que iria recompensá-lo.

As locações de “Sangue de Heróis” estavam terminando e tudo indicava que John Ford havia se esquecido da promessa, até que o diretor que também era produtor com a sua Argosy Company, mandou chamar Ben Johnson, entregando-lhe um envelope e pedindo que o stuntman levasse aqueles documentos para o advogado dele examinar. Ben abriu o envelope na frente de ‘Pappy’, leu as folhas de um contrato de trabalho como ator, parando de ler quando chegou nos números que indicavam cinco mil dólares por semana de trabalho efetivo. Johnson, que ganhava cem dólares por dia de trabalho como dublê, não leu mais nada e assinou ali mesmo o contrato como ator. Seu primeiro trabalho nessa condição foi em “E o Céu Mandou Alguém” (3 Godfathers).

 

Ben Johnson

Ben Johnson

 

DE CAMPEÃO DE RODEIOS A DUBLÊ EM HOLLYWOOD – Ben Johnson nasceu em Pawnee, Oklahoma, em 13 de junho de 1919 (algumas fontes falam em 1918 e outras em 1920, bem como dão outra cidade como local de nascimento). O pai de Ben, que também se chamava Ben Johnson, era o capataz de um rancho onde havia criação de cavalos. Johnson Jr. nunca teve bicicleta mas bem cedo ganhou um cavalo e também nunca teve um par de patins, mas ainda criança ganhou um par de esporas. Antes dos 20 anos ‘Ben Son’, como era chamado, já ganhava prêmios nos rodeios, acumulando dezenas de troféus e medalhas como vencedor de provas montando cavalos e touros bravos. O principal título conquistado por ‘Ben Son’ foi o de campeão mundial na categoria de laçar novilhos.

O rancho em que Ben trabalhava era o ‘Fats Jones Stables’ e Fats Jones tinha uma filha chamada Carol que se enamorou de ‘Ben Son’ e acabou se tornando a senhora Ben Johnson, casando-se com o jovem campeão de rodeios. Fats Jones alugava cavalos para filmes e um produtor esquisito chamado Howard Hughes que estava iniciando as filmagens de “O Proscrito” (The Outlaw), alugou um lote de animais e levou junto também o cowboy Ben Johnson, que nesse tempo ganhava um dólar por dia no ‘Fats Jones Stables’. Johnson viajou de trem para Yuma, Arizona, no mesmo vagão dos cavalos. Durante a acidentada filmagem de “O Proscrito”, Hughes assumiu a direção do western e usou Ben Johnson como dublê e ainda fazendo figuração. Johnson não mais retornou ao rancho do sogro, passando a atuar em filmes na condição de dublê e figurante.

 

O galante Ben Johnson com Terry Moore em "Monstro de um Mundo Perdido" e com Joanne Dru em "Caravana de Bravbos"

O galante Ben Johnson com Terry Moore em
“Monstro de um Mundo Perdido” e com
Joanne Dru em “Caravana de Bravbos”

 

FRED ASTAIRE A CAVALO – A longa lista de atores dublados por Ben Johnson inclui Charles Starrett, Monte Hale, Bill Elliott, Robert Mitchum, Henry Fonda, John Wayne, Gary Cooper, James Stewart, Randolph Scott e Joel McCrea. Cita-se até Alan Ladd nessa lista, o que é estranho pois Ben Johnson tinha 1,88 de altura contra o metro-meia-cinco de Ladd. Aqui entra a história de “Sangue de Heróis” e a passagem de Johnson para a condição muito melhor remunerada de ator. Depois da ponta em “E o Céu Mandou Alguém” Johnson participou com maior destaque em outros filmes de John Ford ou produzidos por sua companhia, a Argosy, como “Monstro de um Mundo Perdido”. Nesse quase remake de King Kong, rodado em 1949, Ben Johnson teve o principal papel masculino, ainda que fora do lugar que mais gostava que era montado num cavalo.

E veio então a sequência de westerns com personagens chamados ‘Travis’. O primeiro foi como o ‘Sargento Travis Tyree’ no sublime “Legião Invencível” (She Wore a Yellow Ribbon), em que Ben Johnson executa talvez a mais maravilhosa cavalgada já vista nas telas, em pleno Monument Valley, ao fugir de um grupo de índios. Alguém estupefato com a beleza plástica da sequência afirmou que se Fred Astaire fosse um cavaleiro seria assim que ele cavalgaria. No ano seguinte, 1950, John Ford disse a Ben Johnson que ele seria o ator principal de seu novo filme, “Caravana de Bravos” (Wagon Master), o western que John Ford sempre declarou ser seu preferido. Johnson interpretou um cowboy chamado ‘Travis Blue’. Nesse mesmo ano de 1950 Ben Johnson fez parte do elenco de “Rio Grande”, fechando a Trilogia da Cavalaria de John Ford, com John Wayne no papel principal e Ben Johnson agora como o ‘Soldado Travis Tyree’.

 

Tudo bem, ainda, entre John Ford e Ben Johnson em "Rio Grande"...

Tudo bem, ainda, entre John Ford e
Ben Johnson em “Rio Grande”…

 

“SR. FORD, NUNCA MAIS GRITE COMIGO!” – É bastante conhecida a irascibilidade de John Ford e em “Rio Grande” ocorreu um episódio que mudaria a carreira de Ben Johnson. Ao final de cada dia de filmagem, John Ford tinha o costume de reunir os atores ao redor de uma grande mesa para tomar chá e se preciso discutir o que ocorrera nas filmagens. Ford à cabeceira da mesa tinha John Wayne à sua direita e Maureen O’Hara à sua esquerda e a ordem de importância do ator no filme definia a distância em que este se sentava em relação a Ford.

Na outra extremidade da mesa Ben Johnson fez um comentário com Harry Carey Jr. dizendo que houve muitos tiros e nenhum índio havia morrido nas tomadas daquele dia. O comentário foi percebido por John Ford que perguntou a Ben: “O que você disse para o Dobe?” (Dobe é o apelido de Carey Jr.). Ben respondeu: “Nada importante, Sr. Ford.” O diretor perguntou novamente: “Você falou alguma coisa, o que foi que você disse?” Ben Johnson tornou a repetir: “Nada de importante, Mr. Ford.” Exasperado John Ford gritou: “Olha aqui, seu estúpido, eu perguntei o que você falou e eu quero saber o que você falou para o Dobe!” Ben Johnson levantou-se do seu lugar, caminhou até onde estava John Ford, abaixou-se e disse no ouvido do diretor: “Sr. Ford, nunca mais grite comigo. E pegue esse seu filme e enfie naquele lugar!” John Wayne e Maureen O’Hara conseguiram ouvir as duas frases e perceber que John Ford, surpreso com a reação de Bem, não conseguiu responder nada.

Pouco depois Ford mandou chamar Ben Johnson mas este não retornou e Ford completamente sem graça comentou: “Que rapaz nervoso esse Johnson…” O diretor e o ator voltaram a conversar durante os últimos dias de filmagem, aparentemente em paz como se nada houvesse acontecido. Mas depois disso o vingativo diretor ignorou completamente Ben Johnson não mais o chamando para seus filmes, excluindo-o da Ford Stock Company. Somente 14 anos depois Ben Johnson voltaria a atuar num filme de Ford, fazendo uma ponta em “Crepúsculo de uma Raça” (Cheyenne Autun), último western do diretor.

 

Ben Johnson como assistente de xerife em "E o Céu mandou Alguém"; com John Wayne e Harry Carey Jr. em "Legião Invencível"; com Maureen O'Hara, Claude Jarman Jr. e Harry Carey Jr. em "Rio Grande".

Ben Johnson como assistente de xerife em “E o Céu mandou Alguém”;
com John Wayne e Harry Carey Jr. em “Legião Invencível”;
com Maureen O’Hara, Claude Jarman Jr. e Harry Carey Jr. em “Rio Grande”.

 

 

PAPEL REDUZIDO EM “SHANE” – Ben Johnson tinha adoração por seu pai, Ben Johnson Sr., também campeão de rodeios. O ator gostava de contar que seu pai não lhe pode dar uma educação formal, mas o ensinou que “a honestidade é a maior honra que um homem pode ter na vida” e disso Ben Johnson jamais se esqueceu. Seu amigo Dobe (Harry Carey Jr.) que era afilhado de John Ford conta que Ford afastou Ben Johnson da Ford Stock Company não pelo incidente em “Rio Grande”, mas sim porque queria o ator para o papel principal de “O Preço da Glória” e ao contatar o agente de Ben este pediu um salário como se Ben fosse John Wayne. Ford entendeu isso como um insulto e Ben Johnson só veio a saber dessa confusão anos mais tarde.
Claro que essa história contada por Harry Carey Jr. não pode ser levada a sério. Afastado de John Ford, Ben Johnson continuou sua carreira atuando em “Ataque ao Forte Defiance” (Fort Defiance), estrelado por Peter Graves e fez depois o papel principal em “Wild Stallion”, com Edgar Buchanan. Uma nova grande oportunidade em sua carreira Ben Johnson teria em “Os Brutos Também Amam” (Shane) em que desempenhou o regenerado bandido ‘Chris Calloway’. Na história original de Jack Schaefer o personagem ‘Chris’ tem uma dimensão maior e mesmo com Ben Johnson tendo uma das melhores interpretações do elenco do western de George Stevens, o diretor optou por cortar na edição a grande parte da participação de Ben Johnson, privilegiando outras sequências e personagens.
DIRIGIDO PELO EXIGENTE MARLON BRANDO – Bastante decepcionado com Hollywood, Ben Johnson chegou a abandonar a carreira de ator e stuntman, em 1954. Com o dinheiro ganho no cinema comprou seu próprio rancho onde passou a criar cavalos que alugava para os estúdios. Foi nessa condição que voltou ao cinema em “Oklahoma”, fazendo uma ponta nesse western-musical. Ben teve outro pequeno papel em “Rebel in Town”, western com John Payne que antecedeu “Tambores de Guerra” (War Drums), outro faroeste simpático à causa indígena, desta vez estrelado por Lex Barker. Triste a sina de Ben Johnson, coadjuvando Lex Barker e depois Jock Mahoney, este ator principal na comédia-western “Slim Carter”. Seguiu-se “Ten Who Dared”, com Brian Keith encabeçando o elenco.
Melhores papéis Ben Johnson teria em “Forte Bowie”, em que foi o ator principal, em 1958, e principalmente no western dirigido por Marlon Brando, “A Face Oculta” (One-Eyed Jacks). Neste belo faroeste Ben Johnson deu, definitivamente, demonstração que era um muito bom ator interpretando o bandido Bob Amory. Veio então a ponta em “Crepúsculo de uma Raça” (será que Ford aos 70 anos estava senil e se esqueceu da insolência de Johnson?) Foi no western “Juramento de Vingança” (Major Dundee) que Ben Johnson viria a conhecer e se tornar amigo de Sam Peckinpah ainda que Ben Johnson tenha seu nome em décimo lugar nos créditos desse conturbado filme.

DE FORD A PECKINPAH
 – Ben Johnson contava que sua amizade com Peckinpah se devia ao fato de ter salvado várias vezes a vida do esquentado diretor. Sam gostava de entrar nas bodegas, tomar muitos goles de tequila e provocar o camarada mais forte que lá estivesse. Quem sempre o socorria nessas ocasiões era Ben Johnson, gratidão que Peckinpah demonstraria em outros filmes. Johnson teria outro papel de pouca relevância em “Raça Brava” (The Rare Breed), western com James Stewart, em 1966. Como não poderia deixar de ser, Ben Johnson participou como convidado de inúmeras séries de TV, até que foi contratado, em 1967, como personagem fixo de “Os Monroes”, série estrelada por Barbara Hershey e que obteve razoável sucesso.
Num tempo em que os westerns declinavam, até por falta de cowboys autênticos, Ben Johnson atuou no esplêndido “E o Bravo Ficou Só” (Will Penny), com Charlton Heston. A seguir interpretou um xerife em “A Marca da Forca”, primeiro western norte-americano estrelado por Clint Eastwood pós-Trilogia dos Dólares. Em 1969 Ben Johnson faria parte de um inesquecível quarteto de desajustados homens do Velho Oeste num tempo e lugar que não era deles. Dirigido pelo amigo Sam Peckinpah, “Meu Ódio será sua Herança” foi, sem dúvida, o maior filme da carreira de Ben Johnson, carreira que parecia recomeçar 20 anos depois de se encontrar com John Ford.
UM OSCAR PARA ‘SAM, THE LION’ – Por falar em amigos, John Wayne era um dos grandes amigos de Ben Johnson que chegou até a administrar o rancho do Duke em Springerville, Arizona. Ao lado de Wayne, Ben Johnson atuou em “Jamais Foram Vencidos” (The Undefeated), com Rock Hudson no elenco e ainda em “Chisum”, em 1970. O ano seguinte, 1971, reservaria a maior glória para a carreira de Ben Johnson. Peter Bogdanovich se preparava para filmar “A Última Sessão de Cinema” e queria Tex Ritter e John Ritter nos papéis principais.
Ainda bem que Bogdanovich teve juízo e esqueceu Ritter, chamando Ben Johnson para interpretar ‘Sam, the Lion’ nesse pungente e nostálgico drama passado numa pequena cidade do Texas. O tocante e sincero desempenho de Ben Johnson lhe valeu um Oscar como Melhor Ator Coadjuvante em 1972. Além do Oscar, Ben recebeu o Golden Globe, o People’s Choise, o English Award Academy e o New York Critics Award, prêmios que foram repousar na sua prateleira repleta de troféus e medalhas recebidos em rodeios, demonstrando que Ben Johnson era muito mais que um mero cowboy do cinema.
QUASE SEMPRE UM HOMEM DA LEI – Com os prêmios Ben Johnson passou a receber mais propostas de trabalho, atuando em “Os Renegados”, com Dean Martin; “Os Chacais do Oeste” (The Train Robbers), com John Wayne; “Kid Blue não Nasceu para a Forca”, com Dennis Hooper e Warren Oates, western em que Ben Johnson interpreta um xerife. A imagem de Ben Johnson sempre transmitiu intensa dignidade e muitas vezes ele interpretou homens da lei como o lendário agente do FBI Melvin Purvis em “Dillinger, o Gângster dos Gângsters” com Warren Oates como Dillinger. Antes Ben Johnson havia sido dirigido outras duas vezes por Sam Peckinpah: no filme sobre rodeios “Junior Bonner – Dez Segundos de Perigo” e em “Os Implacáveis”, ambos com Steve Mcqueen e este último enorme sucesso de bilheteria e Johnson excelente como um corrupto homem da Lei.
Em 1974 um jovem cineasta chamado Steven Spielberg se lançava no cinema com o alucinante “A Louca Escapada” em que Goldie Hawn e seu marido são perseguidos no Texas pelo Capitão interpretado por Ben Johnson. Seguiram-se “Risco de uma Decisão”, western sobre o amor pelos cavalos com Gene Hackman e James Coburn disputando uma extenuante corrida. Em seus filmes seguintes Ben voltou a ser homem da lei em “O Trem do Inferno” (Breakheart Pass), western estrelado por Charles Bronson; coadjuvou Catherine Deneuve e Burt Reynolds em “Crime e Paixão”; estrelou “Grayeagle”, filme sobre um lendário chefe índio; voltou a ser um xerife em “Caçador Implacável” (The Hunter), outra vez com Steve McQueen; foi o ator principal em “O Trem do Terror”, com Jamie Lee Curtis; atuou em “O Enxame”, com Richard Widmark.
HONRANDO NOSSOS HERÓIS – Quando o cinema praticamente já não produzia mais westerns, Ben Johnson se reencontrou com Ernest Borgnine em “Outlaws: The Legend of O.B. Taggart”, protagonizado por outro veterano: Mickey Rooney. Ben Johnson continuou atuando regularmente em filmes de ação e em dramas, um deles cujo título mais parece uma homenagem ao próprio Ben: “Nossos Heróis Sempre Foram Cowboys”. Nesse drama sobre rodeios Ben interpreta o pai de Scott Glenn que em certo momento comenta com a irmã a respeito do pai: “Ele é um herói e ninguém joga fora os seus heróis”. Ela então pergunta: “E quando eles ficam velhos doentes e cansados?” Scott Glenn responde: “Nós os honramos!” O derradeiro trabalho de Ben Johnson no cinema foi como um vizinho de Shirley MacLaine em “O Entardecer de uma Estrela”.
Ben Johnson ficou viúvo em 1994 depois de 53 anos de casamento com Carol. Passou então a viver num retiro onde já estava sua mãe. Quando foi fazer uma visita à genitora Ben Johnson sofreu um ataque cardíaco, vindo a falecer em 8 de abril de 1996, aos 77 anos. Meses antes havia sido entrevistado com exclusividade por Rubens Ewald Filho, em Cannes, num evento que homenageava John Ford. Ben Johnson fez cinco filmes com John Ford e dez com John Wayne. Lembrar Ben Johnson é lembrar de John Ford, de John Wayne e da própria história do faroeste.
(Fonte: http://westerncinemania.blogspot.com.br/2012/02 – 18 de fevereiro de 2012)
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