Antônio de Spínola, marechal que apressou a Revolução dos Cravos

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Antônio de Spínola, foi o primeiro presidente após a queda da ditadura portuguesa e uma das principais figuras da revolução de abril de 1974, que trouxe a democracia ao país.

 

Antônio de Spínola, líder da democratização de Portugal

Antônio de Spínola, líder da democratização de Portugal

 

Antônio Sebastião Ribeiro de Spínola (Estremoz, 11 de abril de 1910 – Lisboa, 13 de agosto de 1996), marechal. Militar condecorado na guerra colonial, apressou a Revolução dos Cravos, que reconduziu Portugal à democracia depois de 42 anos de ditadura salazarista, ao manifestar publicamente posições contrárias às do regime.

O livro de Spínola “Portugal e o Futuro” foi um dos inspiradores do movimento militar que trouxe a democracia ao país. Publicado em fevereiro de 1974, dois meses antes da Revolução dos Cravos, mostrou as divisões na cúpula do Exército a respeito da guerra para manter as colônias africanas.

No livro, Spínola expressava a posição da maioria dos militares portugueses, que pretendia uma solução negociada para a guerra colonial. Contra a postura rígida do governo português, propunha a formação de uma confederação com as colônias africanas.

Durante o movimento militar dos capitães, em 25 de abril, o ditador Marcelo Caetano colocou como condição para se render que o poder fosse entregue a um general.

Spínola foi chamado pelos revoltosos para evitar derramamento de sangue e, no mesmo dia, foi nomeado presidente do país pela Junta de Salvação Nacional.

Colocado em maio de 1974 na presidência da Junta Militar de Salvação Nacional, o general de monóculo entrou em choque com a esquerda, em ascensão na época, e renunciou depois de cinco meses. Tentou articular um golpe, mas acabou expulso das Forças Armadas, teve seus bens congelados e refugiou-se no Brasil. Com o refluxo da revolução, voltou a Portugal, em 1976. Foi reintegrado às Forças Armadas e recebeu a patente mais alta, de marechal.

Spínola tentou um golpe em março de 1975, para impedir que os comunistas tomassem o poder. O golpe falhou e acabou fortalecendo do PC e iniciando a reforma agrária e as nacionalizações.

Após a tentativa de golpe, Spínola exilou-se no Brasil, de onde dirigiu o Movimento Democrático de Libertação de Portugal.

Ele só voltou a Portugal em 1976. Em 78 foi reintegrado ao Exército e, em 81, promovido a marechal.

Antônio Sebastião Ribeiro de Spínola morreu no dia 13 agosto de 1996, aos 86 anos, de embolia pulmonar, em Lisboa.

(Fonte: Veja, 21 de agosto de 1996 – ANO 29 – Nº 34 – Edição 1458 – Datas – Pág; 97)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/bio/biospino – FOLHA DE S.PAULO – ESPECIAL/ por JAIR RATTNER especial para a Folha – 14 de Agosto de 1996)

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Ex-general – Na Artilharia, o emotivo brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho, subchefe do Copcon, sintonizado com as posições do PC e claro adversário político de Spinola, foi derrotado por 300 votos a 3.

E, nas armas de Infantaria e Engenharia, o triunfo dos spinolistas, embora não total, foi também amplo.

Símbolo inicial de uma nova mentalidade política e principal profeta de um Portugal moderno, ele havia chegado ao poder pela força das armas e com o aplauso do povo, prometendo democracia e liberdade.

Alçado à presidência, e dela forçado a renunciar, poderia retornar em triunfo ao poder no futuro, dispensando o instrumento da força – ou pelo menos assim pensou até o dia 11 de março de 1975, quando, de um só golpe, liquidou sua fulgurante e curta carreira política.

Ao apelar para o recurso do golpe, no entanto, viu-se na contingência de seguir, melancolicamente, o mesmo caminho do exílio que oito meses antes apontara aos hierarcas máximos do salazarismo, Marcelo Caetano e Américo Thomaz, quando os derrubara em 25 de abril de 1974 e subira à presidência.

E agora, distante da cena principal, expulso do Exército, já não lhe restava sequer o consolo de ser um general “da reserva” – ele era apenas um ex-general.

O próprio general Spinola definiu-se, uma vez, como “um político decididamente péssimo”.

 

(Fonte: Veja, 19 de março de 1975 – Edição 341 – INTERNACIONAL – PORTUGAL – Pág: 30/31)

 

 

 

 

 

 

 

 

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