Abdel Fatah al-Sisi, ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas do Egito

0
Powered by Rock Convert
Reprodução da TV estatal do Egito mostra momento em que Abdel Fatah al-Sisi anuncia que o Exército suspendeu a Constituição (Foto: TV Estatal do Egito/Reprodução)

Reprodução da TV estatal do Egito mostra momento em que Abdel Fatah al-Sisi anuncia que o Exército suspendeu a Constituição (Foto: TV Estatal do Egito/Reprodução)

Peça central no golpe que derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, o general foi apontado pelo próprio Morsi em 2012

Abdel Fatah al-Sisi, general do Exército, ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas do Egito. Abdel al-Sisi, foi o general que derrubou o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, Mohamed Morsi

Nascido no dia 19 de novembro de 1954, no Cairo, al-Sisi se formou na academia militar em 1977. Ele estudou ciências militares no Egito, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Casado e pai de quatro filhos, o general ocupou diferentes postos de responsabilidade nas fileiras do Exército, sendo comandante do batalhão de Infantaria Mecanizada e chefe do departamento de Informação e Segurança. Em sua ascensão, também ocupou o cargo de adido militar na Arábia Saudita, o que lhe deu projeção internacional entre os países do Golfo. Antes de se transformar em ministro da Defesa, al-Sisi ainda dirigiu o departamento de Inteligência Militar das Forças Armadas.

Com a nomeação, al-Sisi passou a ser o militar mais jovem a assumir o cargo de chefe das Forças Armadas do Egito. A escolha foi interpretada, na época, como uma “reforma” na hierarquia militar que consolidava a autoridade de Mohamed Morsi. Eventos ocorridos posteriormente mostraram que essa interpretação foi equivocada. Com al-Sisi no comando, o Exército continuou atuando de forma autônoma no Egito. Em janeiro de 2013, quando os egípcios voltaram às ruas e transformaram o aniversário de dois anos da queda de Mubarak em manifestações anti-Morsi, al-Sisi disse que o conflito entre o governo e oposição poderia levar o Egito ao “colapso do Estado”.

No início da noite da quarta-feira, dia 3 de julho de 2013, o general Abdel Fatah al-Sisi, ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas do Egito, anunciou em rede nacional o que todos já esperavam: o Exército estava tirando o presidente Mohamed Morsi do poder após um ano de governo e protestos massivos em todo o país. De perfil discreto, al-Sisi se tornou peça central no golpe que derrubou o primeiro presidente eleito no Egito após a queda do ex-ditador Hosni Mubarak. Ironicamente, o general chegou ao cargo que tem hoje graças ao próprio Morsi, que o nomeou chefe das Forças Armadas em 2012.

O general foi nomeado após uma disputa entre Morsi, a Irmandade Muçulmana e os militares, em agosto de 2012. Essa disputa começou ainda durante as eleições legislativas, quando a Irmandade Muçulmana conseguiu a maioria dos votos para o Parlamento. A eleição foi questionada, e a Justiça dissolveu o Parlamento em junho, pouco antes de Morsi assumir. Os poderes legislativos passaram a ser exercidos pelas Forças Armadas. Quando Morsi tomou posse, ele desafiou esse poder.

A oportunidade para limitar a influência das Forças Armadas surgiu após um ataque na península do Sinai, na fronteira do Egito, que resultou na morte de 16 solados egípcios. Morsi aproveitou a situação e costurou um acordo com lideranças do Exército. Em agosto, o então presidente anunciou a aposentadoria de dois militares, o marechal Hussein Tantawi, considerado um dos militares mais poderosos do Conselho Supremo das Forças Armadas, e o “número 2” do Exército, Sami Anane. Além disso, revogou os poderes legislativos dos militares. Tantawi recebeu homenagens, como a Medalha do Nilo, a mais importante condecoração do Egito. Em seu lugar, Morsi apontou o general al-Sisi, que assumiu o cargo de ministro da Defesa.

O temor de um colapso fez os militares se moverem após a nova série de protestos no Egito que começou no último domingo (30), quando Morsi completou um ano na presidência do país. Buscando estabilidade, al-Sisi anunciou um ultimato ao governo: ou Morsi atende às reivindicações dos manifestantes ou o Exército agiria. Como a principal reivindicação dos manifestantes era a saída da Irmandade Muçulmana do poder, o ultimato foi praticamente uma exigência de renúncia.

No anúncio do dia 3 de  julho de 2013, quando al-Sisi formalizou o golpe que tirou Mohamed Morsi da presidência, o general tentou afastar a participação dos militares no governo futuro. Ele prometeu novas eleições e discursou ao lado de lideranças religiosas, como o papa do cristianismo Copta e um imã do islamismo sunita do Cairo, e de civis, como o Nobel da Paz Mohamed ElBaradei e líderes do movimento Tamarod, que organizaram os protestos. Os militares têm seus motivos para manter o governo civil. Além do desgaste dos anos pós-Mubarak, o Exército recebe ajuda militar de mais de US$ 1 bilhão dos Estados Unidos. Pela legislação americana, os EUA não podem manter a ajuda em caso de golpe de Estado e ruptura institucional.

 

(Fonte: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/07 – REDAÇÃO ÉPOCA, COM COM AGÊNCIA EFE – 03/07/2013)

 

Powered by Rock Convert
Share.