A primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha olímpica em provas individuais

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Primeira medalhista brasileira (individual) é uma mulher negra e periférica

 

Me refiro ao fato de a primeira medalhista olímpica individual da história do Brasil ser uma mulher negra e periférica nascida no coração do país.

 

A verdade é que, apesar de os jogos Olímpicos contarem com a participação de mulheres há 121 anos (desde os jogos de Paris, em 1900) e de o Brasil ter estreado nos jogos em 1920 (quando ganhamos três medalhas na Antuérpia), só fomos ter uma medalhista olímpica em prova individual no recente anos de 2008. Sim, isso mesmo, tivemos que esperar 29 Olimpíadas para assistir a primeira brasileira a subir ao pódio individual. Essa medalhista foi uma jovem negra, de 20 anos, criada na Ceilândia (DF). Estamos falando da judoca Ketleyn Quadros, bronze na categoria “leve” (até 57 kg).

 

Brasileiras nas Olimpíadas

 

A primeira vez que uma atleta brasileira subiu no pódio dos Jogos Olímpicos foi em 1996, em Atlanta (EUA). Mas na ocasião só conquistamos medalhas em esportes coletivos: vôlei de praia, vôlei de quadra e basquete. Antes disso, algumas brasileiras haviam chegado “quase lá” em esportes individuais.

 

Aída dos Santos ficou na quarta colocação no salto em altura, nas Olimpíadas de Tóquio, em 1964. Depois em Atenas, Natália Falavigna, também ficou em quarto lugar, em 2004, no taekwondo. Mas foi só em Pequim que a judoca Ketleyn Quadros colocou uma atleta brasileira no pódio. Isso foi 88 anos depois da primeira medalha individual conquistada por um brasileiro.

 

Depois do pioneirismo de Ketleyn, a presença de mulheres brasileiras nas finais se tornou mais comum. No próprio judô, tivemos ouro com Sarah Menezes e Rafaela Silva e dois bronzes com Mayra Aguiar.

 

Ketleyn, que também ganhou a medalha de ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2010, em Medellín, foi porta-bandeira do país na cerimônia de abertura destas Olimpíadas e disputou sua segunda medalha na categoria meio-médio. Foi eliminada na madrugada desta terça, após perder da canadense Catherine Beauchemin-Pinard. Fadinha já escreveu seu nome na história do país.

 

Um país que mudou tanto, de 2008 para cá, que nem parece verdade descobrir que a primeira medalha individual feminina só veio há 13 anos.

(Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/fred-di-giacomo/2021/07/27 – ECOA / REPORTAGEM / por Fred Di Giacomo – 27/07/2021)

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