Belarmino Iglesias, empresário e pecuarista, dono da rede de restaurantes do país Rubaiyat

0
Powered by Rock Convert

Dono do restaurante Rubaiyat

De lavador de pratos a dono de rede internacional de restaurantes

 

Empreendedor. O espanhol chegou ao Brasil com 20 anos, trabalhou como garçom e maître antes de construir seu império de churrascarias Foto: Rubaiyat/Divulgação

 

Belarmino Fernandez Iglesias (Rosende, Galícia, na Espanha, 1931 – São Paulo, 30 de maio de 2017), empresário e pecuarista espanhol, dono do restaurante Rubaiyat, ícone da restauração paulistana, nome por trás do Rubaiyat

O galego Belarmino Fernandez Iglesias, fundador da Fazenda Rubaiyat, empresário do ramo de restaurantes que ficou conhecido por investir na pecuária de corte de alta qualidade, foi fundador de uma das mais famosas e bem conceituadas redes de restaurantes do país, o grupo Rubaiyat.

Aos 20 anos, o imigrante espanhol veio para o Brasil e começou a vida lavando pratos em São Paulo. No final da década de 50, o imigrante nascido na Galícia abriu o primeiro restaurante. Ele criou uma rede internacional de restaurantes especializados em carne, o Rubaiyat.

Com os lucros obtidos no restaurante, Berlamino comprou uma fazenda de gado no Mato Grosso do Sul. Em 1957, abriu seu primeiro restaurante, em São Paulo. Para oferecer melhores opções de cortes de carnes nobres, mais tarde, o empresário comprou uma fazenda em Mato Grosso do Sul para criar o próprio gado.

A rede Rubaiyat se expandiu pelo mundo depois que o fundo de private equity Mercapital adquiriu 70% do negócio.

TRAJETÓRIA

Na juventude, aos 20 anos, Belarmino decidiu deixar a Espanha veio parar em São Paulo por engano: mandaram que descesse do navio no segundo porto e ele obedeceu, só que a rota havia sido mudada. Desceu em São Paulo e aqui se instalou. Conseguiu emprego como garçom na celebrada churrascaria Cabana, restaurante dos pais do Massimo Ferrari, do hoje também extinto restaurante Massimo. Foi no salão do Cabana que sua vida mudou, ao ser convidado por clientes para trabalhar num restaurante que seria aberto em breve, o Rubaiyat. Belarmino aceitou, com a condição de que tivesse parte das ações. Acordo fechado, foi trabalhar no salão e, com o passar do tempo, comprou o restaurante dos sócios.

Visionário e atento ao serviço no salão, fez do lugar uma grande churrascaria. O negócio prosperou, o restaurante na Alameda Santos abriu uma filial na Faria Lima e ao lado, o La Trainera (hoje extinto) especializado em peixes e frutos do mar, grande trunfo da cozinha galega. O negócio se expandiu ainda mais com a entrada  de Belarmino Filho, e tornou-se um grupo com filiais fora de São Paulo (Rio e Brasília) e em países como Argentina (como o nome Cabaña Las Lilas), Chile, México e Espanha.

Nascido em 1931, Belarmino cresceu pobre no povoado de Rosende, na Galícia, onde seus pais eram empregados na casa grande local. Parte da família permaneceu ali. Depois de ganhar dinheiro, Belarmino comprou a casa grande de Rosende, que chegou a ser reformada para ser um hotel tipo Relais & Châteaux, mas acabou por virar uma escola de hotelaria que já formou mais de 500 alunos.

O divertido é que ao comprar a casa grande ele se converteu numa espécie de senhor do povoado. Quando estava ali, os locais iam procurá-lo para resolver brigas, pendências e até casos como o de uma vaca de um vizinho que atravessou a cerca e estragou a horta da casa ao lado – cena presenciada pela editora do Paladar, Patrícia Ferraz, e um grupo de jornalistas durante uma visita ao hotel-escola. Ele chamava os litigantes e fazia conciliação. Tinha jeito especial para lidar com pessoas e era um grande contador de casos.

Belarmino Pai na frente dos fornos a lenha da Figueira Rubaiyat, em 2001. (Foto: Mauricio Barbieri|Estadão)

 

Adorava abrir garrafas (especialmente de grandes vinhos espanhois como o Vega Sicilia) para amigos e passar horas à mesa. Um de seus grandes amigos foi o falecido crítico de restaurantes do Estadão, Saul Galvão. Para Ciro Lilla, da Mistral, “Belarmino Iglesias foi aquele que considero o verdadeiro amante e conhecedor de vinhos”.

Especializadas em carnes, e bastante premiadas há anos, as casas do Rubaiyat têm bufês específicos em alguns dias da semana – como o mediterrâneo e o de pescados – e a clássica e concorrida feijoada aos sábados.

Em 2012, 70% do grupo foram vendidos ao fundo espanhol Mercapital. Graças à operação, conseguiram expandir os negócios. No início de 2017, o fundo saiu do negócio, que estava a ponto de ser vendido para um grupo norte-americano. Às vésperas de fechar o negócio, Belarmino Filho decidiu comprar o restaurante de volta para não estragar o sonho do pai. “Pensei no império que meu pai construiu e senti que tinha de continuar com ele”, contou Belarmino Filho esta semana a Patrícia Ferraz no restaurante de Madri. E disse que seus filhos Victor e Diego (formados em economia e finanças), já integram o grupo e têm poder de decisão financeira.

 

 

Belarmino Iglesias Filho e Ana Iglesias (Foto: Marlene Galeazzi/ Reprodução)

 

 

Belarmino Iglesias, de 85 anos, morreu em 30 de maio de 2017 em São Paulo após insuficiência múltipla dos órgãos. Há seis anos ele enfrentava sequelas deixadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Assessora de imprensa do grupo por 15 anos, Sofia Carvalhosa conta que quando Belarmino chegava, a brigada tremia, ele tinha olhar clínico para o ritmo do serviço. A ex-assessora lembra também de quando ele, visionário, apostou no kobe beef, a carne de gado da raça japonesa wagyu, hoje mesclada com brangus, com resultado que o grupo chama de kobe tropical.

(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia – SÃO PAULO – Por G1 SP, São Paulo – 30/05/2017)

(Fonte: http://paladar.estadao.com.br/noticias/comida – PALADAR – COMIDA – 30 maio 2017)

(Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Criacao/Boi/noticia/2017/05 – POR REDAÇÃO GLOBO RURAL – 30 de Maio de 2017)

Powered by Rock Convert
Share.