Tom Tjaarda, um dos designers de carros mais importantes que se tem notícia, criador do Ford Maverick e de uma série de outros modelos de sucesso

0
Powered by Rock Convert

Designer que além do cupê, desenhou Fiat 124 Spider e De Tomaso Pantera

 

 

Tom Tjaarda, ao volante do Fiat 124 Spider, um dos modelos que desenhou ao longo da sua carreira de designer (Reprodução/Pinterest)

 

O designer Tom Tjaarda, foi projetista criador do Ford Maverick, entre outros modelos

 

 

CRIADOR DO MAVERICK, FIESTA E FIAT 124 SPYDER

 

Tom Tjaarda deixou um legado que inclui modelos brasileiros

 

 

Stevens Thompson Tjaarda van Starkenburg (Detroit, Michigan, 23 de julho de 1934 – Turim, 1º de junho de 2017), desenhista foi um dos designers de carros mais importantes que se tem notícia, criador do Ford Maverick e de uma série de outros modelos de sucesso, como o Fiat 124 Spider, o De Tomaso Pantera e o Ferrari 365 California.

 

 

 

TOM TJAARDA AO LADO DO FIAT 124 SPIDER (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Arquiteto pela Universidade Michigan, foi em Turim que Tjaarda desempenhou seu trabalho no estilo de automóveis. Começou em 1958 na Ghia, na qual fez desenhos como o Innocenti 950 S Ghia Spider e um cupê do Renault Dauphine. Após três anos trabalhou na Pininfarina, onde desenhou Chevrolet Corvette Rondine, Ferrari 330 GT 2+2 e 365 California Spider, o citado Fiat, o conceito Lancia Fulvia HF Competizione e o Mercedes-Benz 230 SL Pininfarina Coupé.

Tjaarda se formou sob a influência dos designers europeus por uma feliz coincidência. Um dos seus professores no curso de Arquitetura e desenho industrial de Michigan foi ninguém menos que Luigi Segre (1919-1963), então chefe da Carrozzeria Ghia.

 

CHEVROLET CORVETTE RONDINE CHEGA A SER MAIS BELO QUE OS AMERICANOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Não precisou muito para que o jovem talento mudasse para Turim e fosse contratado pela Ghia ainda em 1958. Por lá, ele desenhou parte de um modelo que não desembarcou no Brasil, o Karmann Ghia Tipo 34, substituto do clássico cupê produzido no Brasil. Fazer belos cupês estava no sangue do rapaz e ele logo foi encarregado de fazer um cupê baseado no Innocenti 1100, marca italiana que já fez o Mini sob licença e pode voltar muito em breve à vida.

De olho nisso, a Pininfarina contratou Tjaarda em 1961. Foi a oportunidade dele de cunhar um dos cupês mais belos do período: o único Corvette Rondine, uma releitura arredondada e elegante do Vette. A Ferrari 330 GT 2+2 foi outro cupê de parar o trânsito desenhado por Tjaarda, que ainda faria projetos curiosos que nunca foram feitos em massa, exemplos do Mercedes-Benz 230 SL e do Chevrolet Corvair Pininfarina Coupés.

 

MERCEDES-BENZ 230 SL COUPÉ PININFARINA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Foi lá que ele teve a chance de criar um projeto baseado em um modelo de massa, um conversível feito com base no Fiat 124. O 124 Spider de 1966 foi tão marcante que serviu de inspiração para a nova geração, baseada no Mazda Miata.

Em 1968, Tjaarda voltou ao estúdio Ghia como chefe de design, na época nas mãos do argentino Alejandro de Tomaso (1928-2003). Em pouco tempo, apresentou o projeto do Serenissima Ghia Coupé, um daqueles carros que deveriam ter entrado em produção.

Numa ironia do destino, Tomaso entrou em crise e vendeu o estúdio para a Ford. O fabricante americano também levou das mãos dele a Vignale. Foi uma chance e tanto para o designer, responsável por projetos como o sedã Deauville, o cupê Longchamp e o superesportivo Pantera, todos com mecânica Ford V8. O próprio Tjaarda achava irônico que a Ford tivesse ido até a Europa para adquirir um pouco de estilo italiano para contratar justamente um designer nascido e criado em Detroit.

 

PROPAGANDA DO FORD MAVERICK 1969 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

A aquisição da Ghia pela Ford levou Tjaarda a projetar carros de enorme volume. O primeiro deles foi o Maverick de 1969, tentativa da marca americana de reeditar o sucesso do Mustang original em um pacote bem mais acessível. Não é que deu certo? Foram mais de 570 mil carros vendidos apenas no primeiro ano de produção, quase tanto como os 619 mil Mustangs comercializados em 1964.  O carro foi produzido no Brasil entre 1973 e 1979 nas carrocerias cupê e quatro portas.

O Fiesta de 1976 foi outro sucesso estrondoso. O primeiro carro de motor transversal e tração dianteira da Ford conseguiu vender 1 milhão de unidades em menos de três anos, um sucesso mundial que cimentou a carreira de Tjaarda e do Fiesta.

 

 

FORD FIESTA 1976 FOI UMA DAS CRIAÇÕES DE TOM TJAARDA (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Pouco tempo depois, Tjaarda foi contratado como o chefe do estúdio de design avançado da Fiat, onde lançou o Lancia Y10. Entre suas obras conhecidas dos brasileiros está o facelift de modelos da Fiat, na época ainda fundamentada no 147, derivado do italiano 127. Tem muito dele em cada Fiat “Europa” que ainda roda por aqui. Outras marcas logo o procuraram para dar aquele ar europeizado aos seus modelos, que o diga o Chrysler Imperial de 1981.

A criatividade o levou até a investir em negócios menores, como a Rayton Fissore, onde criou o Magnum 4X4 em 1985, um dos primeiros utilitários esportivos do mundo. Foram muitos projetos para elencarmos, a produção do designer inclui até interiores, tais como os caminhões da Iveco dos anos 80 e o próprio cockpit do Lamborghini Diablo.

 

 

O RAYTON FISSORE MAGNUM 4X4 ERA ALTERNATIVA AO RANGE ROVER (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

 

Nascido em Detroit (EUA), em julho de 1934, Tjaarda, descendente de holandeses, era filho do pai do Lincoln Zephyr. O talento quase que veio de berço: seu pai, John Tjaarda, imigrou da Holanda para o Estados Unidos para trabalhar como designer. Ele se tornou mais conhecido ao projetar um dos grandes marcos do designer da década de 1930, o Lincoln Zephyr, um modelo de alto luxo inspirado no visual de uma famosa locomotiva de mesmo nome.

E começou sua carreira depois de se tornar arquiteto, quando começou a trabalhar na Carrozzeria Ghia, na Itália, em 1958. Um dos primeiros carros que desenhou (bem antes do Ford Maverick) foi o Innocenti 950, compacto bem leve que tinha, inclusive, versão Spider (roadster).

Três anos depois, Tjaarda passou a fazer parte do time de designers do renomado studio Pininfarina. E logo foi responsável por projetos de carros de sucesso, como o Fiat 124 Spider, outro roadster típico dos anos 60, feito para concorrer com os tradicionais modelos ingleses da MG, Triumph, Austin Healey, entre outras marcas.

Com a compra da Ghia pela Ford, em 1970, tornou-se chefe de estilo da marca, para a qual fez propostas do primeiro Fiesta, de uma remodelação do Maverick em 1974 (não teria desenhado o original de 1969) e os modelos Pantera e Longchamp da De Tomaso. Nos anos 80 trabalhou na Fiat e lançou seu próprio estúdio, a Dimensione, em 1984, além de atuar para a Chrysler, a espanhola Seat e a Aston Martin. Nos 90 fez desenhos para Qvale (fez o Mangusta de 1999), Saab, Suzuki e Isotta-Fraschini (conceitos em uma tentativa de renascer a clássica marca). Uma reinterpretação de 2007 do Ford Mustang, com seu sobrenome, é o último trabalho conhecido.

Mas foi quando voltou para o studio Ghia, em 1968 é que Tjarda desenhou modelos da Ford, como o Maverick e a primeira geração do Fiesta. Depois disso, em 1984, Tom criou sua própria empresa, a Tjarda Design, que existe até os dias atuais.

 

Um breve histórico sobre o Maverick

 

Ford Maverick GT, versão esportiva do cupê cujas linhas foram criadas pelo designer americano Tom Tjaarda (Foto: Reprodução/Pinterest)

 

Quando foi lançado no Brasil, em junho de 1973, o cupê Maverick não chamou muita atenção. Era um cupê, com aspecto sofisticado, que não caiu no gosto do brasileiro logo de cara. Foi preciso passar alguns anos para que o carro passasse a ser mais valorizado por aqui, principalmente na versão esportiva GT, com motor V8 de 197 cv, potência para acelerar de 0 a 100 km/h em 11 segundos e atingir 180 km/h, pelo o que diz a ficha técnica da fabricante.

Depois que virou clássico, o Maverick GT se valorizou. Atualmente, um exemplar totalmente original, impecável, com detalhes como as entradas de ar no capô, rodas cromadas com sobrearo, faixas na pintura e faróis auxiliares embutidos na carroceria, pode chegar a valer mais de R$ 100 mil para os colecionadores. No interior do carro, são apreciados itens como os bancos revestidos de couro e o volante de três raios, que deixa à mostra o contagiros instalado bem no meio da coluna de direção.

Vítima de câncer, estes a completar 83 anos, Tom Tjaarda faleceu dia 1° de junho de 2017, em Turim (Itália). Até os últimos dias de vida trabalhou no ambiente automotivo, como jurado de concursos de design.

(Fonte: http://carros.ig.com.br/2017-06-05 – CARROS/ Por iG São Paulo | 05/06/2017)

(Fonte: http://bestcars.uol.com.br/bc – BEST CARS – 05/06/2017)

(Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2017/06 – AUTO ESPORTE – por REDAÇÃO AUTOESPORTE – 05/06/2017)

Powered by Rock Convert
Share.