Luciano Benjamín Menéndez, ex-general da ditadura argentina, conhecido pelos codinomes ​”a Hiena”, “Chacal” ou “Cachorro”

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Menéndez, ex-hierarca da ditadura argentina

 

Luciano Benjamín Menendez

Ex-general da ditadura argentina Luciano Benjamín Menéndez – (Foto: Reprodução/AFP/Arquivos)

Luciano Benjamín Menéndez (San Martín, Buenos Aires, 19 de junho de 1927 – Córdoba, 27 de fevereiro de 2018), ex-general da ditadura argentina, condenado em 14 julgamentos por crimes contra a Humanidade.

O ex-militar foi o repressor que acumulou mais condenações, 13 delas à prisão perpétua.

Conhecido pelos codinomes ​”a Hiena”, “Chacal” ou “Cachorro”, liderou entre 1975 e 1979 o III Corpo do Exército, uma estratégica unidade militar com sede em Córdoba, zona de forte desenvolvimento industrial e que foi o berço das lutas sindicais das décadas de 1960 e 1970.

Estava em prisão domiciliar e enfrentava outro julgamento na província de Córdoba.

Homem forte da ditadura e representante da ala mais dura do Exército durante os anos de chumbo chegou a chamar de “brandos” outros hierarcas, como o temível Jorge Rafael Videla (1925-2013), também condenado e morto há anos.

Sob suas ordens, operou o centro clandestino de “La Perla”, um campo de concentração por onde passaram milhares de detidos.

Ele foi perdoado em 1990 pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), mas a Justiça anulou em 2003 as leis de anistia e, em 2005, também o perdão concedido na democracia.

A ditadura argentina deixou 30 mil desaparecidos, de acordo com organizações de direitos humanos.

Luciano Benjamín Menéndez faleceu em 27 de fevereiro de 2018, aos 90 anos. Ele estava internado há várias semanas em um hospital militar em Córdoba por uma doença hepática.

“Morreu a morte: às 11:20 o genocida Luciano Benjamín Menéndez. Ao contrário de suas vítimas, sabemos a hora, o lugar e sua família pode se despedir. Chegou a ser condenado a uma prisão comum, perpétua e efetiva, o único lugar para um genocida. 30.000 presentes!”, expressou através das redes sociais a organização HIJOS de desaparecidos durante a ditadura.

Menéndez nunca mostrou remorso pelos crimes cometidos nos campos de concentração sob sua custódia. “Não houve repressão ilegal”, disse ele durante um dos julgamentos.

“Os criminosos acusam as forças legais e se apresentam à Justiça dizendo que são vítimas”, afirmou ele na frente dos juízes.

(Fonte: https://istoe.com.br – Edição nº 2514 – MUNDO / Por AFP – 27.02.18)

(Fonte: http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2018/02/27 – JORNAL DO BRASIL – INTERNACIONAL – NOTÍCIAS / Por AFP – 27/02/2018)

 

 

 

 

 

 

 

 

General da ditadura argentina é condenado à prisão perpétua por morte de bispo

Processo que contou com a atenção particular do Papa Francisco foi o primeiro a condenar um militar pela morte de um alto sacerdote na Argentina

 

O ex-general Luciano Benjamin Menendez em julgamento em Córdoba, em 2010 – (Foto: Natacha Pisarenko / AP-22-7-2010)

 

O ex-general Luciano Menéndez, principal acusado pelo assassinato do bispo Enrique Angelelli em 1976 — durante a ditadura argentina —, foi condenado em 4 de julho de 2014 à prisão perpétua, e ordenou-se a revogação da prisão domiciliar que ele cumpre por outros crimes contra a Humanidade, informou o tribunal.

Esta foi a primeira condenação pela morte de um sacerdote de alta hierarquia na Argentina durante o regime militar (1976-1983), e de um caso que contou com a atenção particular do Papa Francisco.

O ex-militar, 87, que já recebeu sete penas de prisão perpétua, foi acusado de ordenar o assassinato de Angelelli, bispo da província de La Rioja, que a ditadura encobriu como se tivesse se tratado de um acidente de trânsito.

A Justiça de La Rioja também condenou à prisão perpétua outro ex-militar, Luis Estrella, que, como Menéndez, “foi considerado culpado pelo homicídio do prelado”, disse o juiz José Quiroga Uriburu. O Tribunal Oral Federal de La Rioja revogou as prisões domiciliares de ambos os repressores e ordenou que eles fossem enviados para uma cadeia em Bower, no estado de Córdoba.

Após o anúncio das sentenças, foram ouvidos aplausos e gritos de “Viva Angelelli!” e “Angelelli está presente!”. O advogado Guillermo Diaz Martínez, querelante pela Secretaria de Direitos Humanos da Província e da Nação, havia antecipado que esta sexta-feira seria “um dia histórico não apenas para os riojanos, mas também para toda a Argentina e América Latina”.

Em 4 de agosto de 1976, o bispo morreu, aos 53 anos, na capotagem do carro em que retornava de uma homenagem aos padres Gabriel Longueville (francês) e Carlos Murias (argentino), sequestrados, torturados e fuzilados duas semanas antes, em La Rioja. Ele viajava acompanhado de seu colaborador, o padre Esteban Pinto, que sobreviveu e é querelante no julgamento.

O regime atribuiu a morte a uma suposta perda de controle do motorista, e encerrou o caso. Angelelli escreveu uma carta ao Vaticano, lida no julgamento graças à contribuição do Papa Francisco, que enviou documentos secretos do Vaticano para ajudar no processo. Em um deles, as vítimas diziam que estavam “permanentemente impedidos de cumprir a missão da Igreja”.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO / por O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – BUENOS AIRES – 04/07/2014)
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