Karl Kraus, mestre do aforismo e um dos escritores preferidos do poeta inglês W. H. Auden

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Karl Kraus (1874-1936), escritor vienense, mestre do aforismo e um dos escritores preferidos do poeta inglês W. H. Auden (1907-1973), que aparece citado logo nos primeiros textos de A Mão do Artista.

Para a contemporaneidade, a genialidade de Kraus, quando ataca todo e qualquer ser humano e intelectual e jornalista e político.

Kraus matriculou-se como estudante de Direito na Universidade de Viena, em 1892. Em abril do mesmo ano começou a contribuir para o jornal, Wiener Literaturzeitung, começando com uma crítica a Gerhart Hauptmann die Weber. Nessa época, tentou, sem sucesso, ser ator num pequeno teatro.

Em 1894 mudou seu campo de estudos para a Filosofia e a literatura alemã. Interrompeu seus estudos em 1896. A sua ligação e amizade a Peter Altenberg vem desse tempo.

O mau humor de Kraus manifesta-se principalmente contra seu país de adoção, a Áustria. A Áustria também é objeto do ódio de outro gênio indiscutível do século XX, o grande Thomas Bernhard. Com efeito, deve ser um país habitado por um povo repugnante, mas produz bons artistas. Kraus, obviamente, era um colecionador de inimigos.

Os aforismos do livro da Arquipélago foram selecionados em três coletâneas que Kraus publicou em vida: Ditos e Contraditos (1909), Pro Domo et Mundo (1912) e De Noite (1919). As coletâneas tiveram origem na virulência que o autor demonstrava nas páginas do Die Fackel (“A Tocha”) — revista que fundou e da qual foi praticamente o único redator durante quarenta anos.

Paradoxalmente, Kraus, um dos maiores escritores satíricos em língua alemã do século XX, trabalhava na imprensa, apesar de odiá-la minuciosamente. Odiava como ninguém a estupidez e a ignorância dos jornalistas de seu tempo. Seus temas são a política, a filosofia, a imprensa e o papel do artista na sociedade.

São pequenos textos e frases furibundas e geniais. Seu autor insiste que todos os aforismos devem ser lidos mais de um vez. É horrível ter que dar razão a alguém tão arrogante, mas o fato é que na segunda leitura cada um dos aforismos ganha significado duplo ou triplo. São frases curtas de exatidão milimétrica e múltiplo sentido de Kraus.

Kraus fez também numerosos inimigos, devido ao seu carácter inflexível.

(Fonte: Veja, 27 de outubro de 1993 – ANO 26 – Nº 43 – Edição 1311 – LIVROS/ Por João Moura Jr. – Pág: 141)

(Fonte: http://miltonribeiro.sul21.com.br/2012/02/07/aforismos-de-karl-kraus – Aforismos, de Karl Kraus/ Por Milton Ribeiro – Publicado em 7 de fevereiro de 2012)

 

 

 

 

 

 

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