Glauber Rocha, foi um dos mais importantes nomes do cinema brasileiro

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A grandeza do dragão

 

Carismático, barroco e apocalíptico, Glauber Rocha desvendou, no sucesso ou no fracasso, os caminhos para o cinema brasileiro

 

 

Glauber de Andrade Rocha (Vitória da Conquista, 14 de março de 1939 – Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1981), foi um dos mais importantes nomes do cinema brasileiro, cineasta foi o fundador do Cinema Novo, gênio, profeta e incompreendido. Brilhante, surpreendeu o Brasil em 1963 com seu filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.

 

Com quinze filmes, três livros, uma peça de teatro inédita, centenas de entrevistas, um título de melhor diretor do Festival de Cannes de 1969 e uma auréola de maldito, Glauber Rocha jamais coube nas molduras tradicionais da cultura brasileira.

 

Carismático, liderou uma geração de cineastas no país e influenciou dezenas de outros pelo mundo. Audacioso, foi para a cadeia em 1966 quando se juntou a um grupo que protestava diante do presidente Castello Branco contra a intervenção na República Dominicana, da qual participaram tropas brasileiras. Imprevisível, chamou o general Golbery do Couto e Silva de “gênio da raça” e abraçou-se com o presidente João Figueiredo em Portugal, em fevereiro de 1981. Irreverente, classificou o professor Antônio Delfim Netto de “burro”, a esquerda brasileira de “stalinista” e apelidou o compositor Chico Buarque de Holanda de “o nosso Errol Flynn”.

 

O regime que o levou ao exílio em 1969 batizou um cinema com seu nome e glorificou sua obra nos rotineiros panegíricos do Senado. A esquerda, que passou a olhá-lo com desconfiança desde 1974, quando ele se dispôs a apoiar a política de abertura do presidente Ernesto Geisel, chorou e discursou à beira de seu túmulo.

 

Glauber Rocha faleceu no Rio de Janeiro, em 22 de agosto de 1981.

(Fonte: Revista Veja, 2 de setembro de 1981 – Edição 678 – CULTURA / Por LEANDRO KONDER – Pág: 102/)

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