A primeira brasileira a trabalhar como correspondente de guerra

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Helena Salem (1948-1999), jornalista, roteirista, escritora e pesquisadora, a primeira brasileira a trabalhar como correspondente de guerra. Em 1973, como repórter do Jornal do Brasil, ela foi ao Egito cobrir a guerra do Yom Kipur, entre os países árabes e Israel.

 

Helena foi a primeira brasileira a trabalhar como correspondente de guerra, no Yom Kipur de 1973, escrevendo para o Jornal do Brasil. Frutos da experiência, surgiram os livros “O Que é a Questão Palestina” e “Entre Árabes e Judeus”.

 

Escreveu biografias de dois cineastas brasileiros – Nelson Pereira dos Santos e Leon Hirszman – e um livro de religião, “A Igreja dos Oprimidos”, enquanto lutava contra o câncer linfático, que ela suportou por oito anos.

 

Helena morreu no dia 24 de agosto de 1999, de câncer, aos 51 anos, no Rio de Janeiro. A morte a colheu no meio de um projeto, o de dirigir um documentário sobre religiões.
(Fonte: Veja, 1° de setembro, 1999 – ANO 32 – Nº 35 – Edição 1613 – DATAS – Pág; 128)

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/05/tributo – EDIÇÃO 05 – TRIBUTO – 6 de setembro de 1999)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Helena Salem nasceu no Rio de Janeiro em 1948 e ingressou no jornalismo no começo dos anos 70. Em 1970 cobriu no Egito a Guerra do Yom Kippur. Sobre as relações entre árabes e israelenses escreveu inúmeras reportagens e o livro O que é a questão palestina. Em 1983 trocou a política internacional pelo cinema. Junto com o diretor Jorge Bodansky realizou em 1986 o documentário Igreja dos oprimidos baseado em livro de sua autoria. Em 1987 publicou Nelson Pereira dos Santos: o sonho possível do cinema brasileiro (segunda edição, 1996) e, em 1988, 90 anos de cinema, uma aventura brasileira. Escrevia regularmente sobre cinema para o jornal O estado de São Paulo. Helena Salem morreu em agosto de 1999, de câncer, no Rio de Janeiro. Tinha 51 anos. “Foi uma das profissionais mais dedicadas que conheci”, declarou, na época, o cineasta Nelson Pereira dos Santos. Não foi por menos que o cinema nacional em peso reuniu-se para render-lhe a última homenagem no dia do seu enterro.
(Fonte: www.submarino.com.br)

As histórias de guerra que Helena Salem viveu
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 08 de novembro de 1991
Dentro do jornalismo cultural, Helena Salem é uma das profissionais de maior destaque. Dedicando-se a área cinematográfica, não se limitou ao exercício crítico e a cobertura de festivais nacionais e no Exterior, mergulhando em projetos maiores – como um magnífico livro sobre Nelson Pereira dos Santos e um trabalho de pesquisa para a série de TV sobre o Cinema Nacional, dirigida por Walter Salles Jr., para a Rede Manchete e que resultou num belíssimo livro. Atualmente editando o suplemento “Ecologia” (“Jornal do Brasil”, às segundas-feiras), Helena é repórter de quilometragem internacional – por sua vivência em vários países. E isto se reflete em seu novo livro, “Entre Árabes e Judeus – Uma Reportagem de Vida” (Brasiliense, 120 páginas), na qual inicia fazendo uma pergunta: – “O que significa ser uma menina judia, de nome árabe, vivendo em um país católico, freqüentando escola protestante? O que significa ser uma jornalista brasileira, de origem judaica, cobrindo uma guerra árabe-israelense, nos países árabes e composições solidárias aos palestinos?”. Em outubro de 1972, a Guerra do “Youn Kipur” – ou do “Ramadan” – detonou uma situação limite na vida de Helena Salem. Estava na Europa e coincidentemente havia viajado aos países árabes quando o conflito iniciou. Jornalista, antes de tudo, enfrentou uma barra pesadíssima – falta de dólares, comunicações precaríssimas – mas cobriu o conflito para o “JB”, fazendo um trabalho comparável ao que colegas americanos e europeus, com muito maiores recursos, realizavam. Passados quase 20 anos do conflito, Helena amadureceu suas reflexões: que guerra é essa, entre árabes e judeus? Por que brigam tanto, se são tão parecidos? Assim, numa obra de toques autobiográficos, Helena, com seu texto delicioso e sinceridade total busca, com paixão, franqueza e objetividade juntar “a garotinha que se sentia judia e diferente no colégio, com a adolescente que jurou nunca se casar na sinagoga e a correspondente de guerra que assumiu uma suposta origem árabe para circular livremente pelo Egito, Síria e as montanhas do Líbano”. O resultado é um libelo contra todas as formas de conformismo, opressão, intolerância e hipocrisia. Depois de já ter publicado “O que É a Questão Palestina” (Brasiliense, 82) e os dois livros sobre cinema (“NPS, o Sonho Possível do Cinema Brasileiro”, Nova Fronteira, 87 e “90 Anos de Cinema, uma Aventura Brasileira”, Metalvídeo / Nova Fronteira, 88), Helena volta ao lado internacional. Explica: – “Durante anos escrevi sobre a guerra no Oriente Médio enfocando a política, a economia, as armas. Agora, decidi mudar a câmara de lugar. É a menininha, a adolescente, jornalista, judia, árabe, mulher, quem fala. Uma outra história e a mesma História”.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Veiculo: Estado do Paraná
Caderno ou Suplemento: Almanaque
Coluna ou Seção: Tablóide
Página: 20
Data: 09/11/1991
www.millarch.org/artigo

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