Zumbi, herói negro no Quilombo dos Palmares

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Zumbi
A resistência liderada pelo herói negro no Quilombo dos Palmares revela-se emblemática na história de lutas contra a escravidão no País
Magro, baixo, retinto, o coroinha toma a bênção do padre Antônio Melo. Antes de deitar, repassa a lição de latim e combina com o religioso as tarefas do dia seguinte. Ao amanhecer, porém, o pároco de Porto Calvo não encontra o adolescente. Francisco sumiu.
Embrenhado na mata, o jovem percorre 120 quilômetros a pé. Está ávido por alcançar seu lar, o Quilombo dos Palmares, uma poderosa federação de escravos fugidos fundada no sertão nordestino. Foi de lá que Francisco – ou melhor, Zumbi – escapara anos antes, para evitar a morte durante um ataque inimigo.
Ao retornar, em 1670, encontra Palmares no seu momento de maior esplendor. Cerca de 50 mil negros habitam um rosário de aldeias (os mocambos) que se estende pela totalidade da atual Alagoas. O território é pontilhado de lavouras. Um conselho de chefes cuida das leis e governa. À frente deste conselho, com status de rei, está Ganga Zumba, tio de Zumbi. O sobrinho do soberano, herdeiro do seu poder, não demora em dar mostras de valor. Antes dos 20 anos, torna-se comandante das armas.
A guerra, por sinal, canaliza boa parte dos esforços. Exércitos encarregados pelo governo de destruir a federação e devolver os escravos a seus donos são rechaçados constantemente. A cada novo ataque, porém, Palmares se enfraquece. Uma investida bem sucedida dos portugueses, em 1678, leva Ganga Zumba a assinar um acordo desvantajoso, pelo qual apenas os nascidos no quilombo preservariam a liberdade. Zumbi não aceita as condições e se rebela. Quer o fim da escravidão e decide continuar a luta. Com o envenenamento do tio, torna-se o líder.
Resiste heroicamente durante 14 anos. Em 1691, porém, o bandeirante Domingos Jorge Velho é encarregado de chefiar a mais poderosa expedição já armada contra Palmares. Durante três anos, sustenta investidas violentas. Dois tiros atingem Zumbi. Depois de um século, um sonho de liberdade chega ao fim.
Quando nasce o sol, o campo está coberto de cadáveres. Zumbi, porém, não é identificado. Terá morrido? O enigma só é desvendado dois anos depois. Os bandeirantes aprisionam Soares, um ex-quilombola. Torturado, o negro revela que o líder sobrevivera e leva os soldados até o esconderijo. Zumbi luta, fere vários, mata um. Cai morto na manhã de 20 de novembro de 1695. Sua cabeça cortada é exibida no Recife, para servir de advertência aos negros.

(Fonte:HYPERLINK “http:zh.clicrbs.com.br/especial/especial27/50perso/e501618g.jpg.htm”

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