Wolfhart Pannenberg, brilhante teólogo protestante alemão

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Wolfhart Pannenberg é um dos maiores teólogos protestantes contemporâneos. 

 

Wolfhart Pannenberg, brilhante teólogo protestante alemão  (Foto: Ravens/ Divulgação)

Wolfhart Pannenberg, brilhante teólogo protestante alemão
(Foto: Ravens/ Divulgação)

 

Wolfhart Pannenberg (Polônia, 2 de outubro de 1928 – Munique, Alemanha, 4 de setembro de 2014), brilhante teólogo protestante alemão

Nascido em Stettin, hoje Polônia, consagrou-se como professor de teologia nas Universidades de Wuppertal (1958-1961), Mainz (1961-1967) e partir deste ano em Munique até sua aposentadoria em 1994. Foi professor visitante nas universidades de Harvard, Chicago e Claremont. Em Munique, ele fundou o Instituto de Teologia Fundamental e Ecumenismo para promover o diálogo com a teologia católica.

Quem mais influenciou no pensamento de Pannenberg foram Günter Bornkamm com seu “Nova busca pelo Jesus histórico”. Seu outro mentor foi Hans Von Campenhausen por meio de seu discurso reitoral de 1947 intitulado: “Agostinho e a queda de Roma”.

Estudou filosofia em Berlim e Göttingen (Alemanha). Em Basel (Suíça) estudou com Karl Barth e Karl Jaspers. Professor de Teologia Sistemática em Wuppertal, Mainz e Munique, se tornou conhecido pela oposição à desmitologização de Bultmann, seu professor, afirmando que a revelação e a história são categorias teológicas significativas e que a ressurreição de Jesus é o eixo em torno do qual o cristianismo gira.

Foi anfitrião do Círculo de Teologia de Heidelberg, orientado para o estudo de problemas históricos, porque “a compreensão da revelação que se parece contrária ao conhecimento natural suscita o perigo de confundir a revelação histórica com um tipo de sabedoria oculta, um misterioso gnosticismo, que tem promovido quedas no pensamento religioso moderno”.

Pannenberg se distanciou da tradição fideísta luterana pela importância que esta concede ao lugar da razão na teologia, contra teólogos como Paul Althaus (1888-1966). A posição da razão na teologia faz com que esta seja vista como uma ciência, recuperando assim a grande tradição da Idade Média, que julgava natural que a teologia fosse a ciência por excelência.

Para ele, a teologia não pode ser ciência, no sentido moderno da física-matemática, mas sim como ciência humano ou do espírito. E é tão rigorosa e exigente em seu método como as ciências naturais. Deus, objeto do discurso teológico, é “a realidade que determina tudo” e nenhuma ciência pode ficar indiferente a essa “chave do real e do ser”.

Entre os muitos livros de Pannenberg estão Teologia e Reino de Deus; Fundamentos de Cristologia; A Fé dos Apóstolos; Questões Fundamentais de Teologia Sistemática; Teoria da Ciência e da Teologia; Ética e Eclesiologia; Teologia Sistemática I-II, III; Antropologia em Perspectiva Teológica; O Homem como Problema e O Destino do Homem.

O teólogo alemão Wolfhart Pannenberg (Foto: Divulgação)

O teólogo alemão Wolfhart Pannenberg (Foto: Divulgação)

Resumo da vida acadêmica:

Quando jovem, teve contato com as obras do filosofo Frideric Nietzsche. Após a influência de um professor de literatura, que havia sido membro da igreja confessante, decide estudar teologia e filosofia. O interesse teológico o leva para Berlin. Entende que nenhum sistema político humano jamais seria capaz de produzir a estrutura social humana perfeita. Para Pannnenberg, o ideal, era o dom divino do Reino futuro e glorioso de Deus.

Pannenberg é atraído pelo projeto de Karl Barth de consolidar a sabedoria de Deus e de reivindicar toda realidade para o Deus da Bíblia.

Em 1950, foi para Basileia estudar sob orientação de Karl Barth. Se opõe à distinção radical que Karl Barth fazia entre conhecimento natural e revelação divina em Cristo. Par Pannenberg, a obra de revelação divina consiste na finalização da criação, e não na forte oposição ao mundo. Pannenberg se interessou pelas implicações religiosas inerentes a toda experiência humana.

Em 1951, foi para Universidade de Heidelberg, estudou sob orientação dos principais eruditos da época. Formou um grupo de estudantes de diferentes disciplinas (“o círculo de Pannenberg”).

Concluiu os estudos em 1955. Deu inicio à sua carreira de professor: Seminário da Igreja Luterana de Mainz (1958-1961). Depois se tornou professor na Universidade de Mainz (1961-1968). Em 1968 foi convidado a lecionar na Universidade de Munique. Ali, lecionou até se aposentar em 1993.

Teologia Sistemática, III Volumes

Teologia Sistemática, III Volumes

Ideias:

Para Pannenberg, a teologia foi banida da esfera pública por obra do Iluminismo, cujos filósofos fizeram da razão humana universal o instrumento de superação das divisões da sociedade européia na esteira da polarização que tomou conta da igreja e criou duas facções rivais: católicos e protestantes. Essa mudança radical da cultura precipitou a crise da teologia.

Antes do Iluminismo, os teólogos tinham nos eventos salvíficos de Deus na história os alicerces da fé.

O Iluminismo pôs de lado a ideia de que os eventos históricos pudessem ter a chancela de um testemunho divino autêntico. Os filósofos submeteram a história sagrada aos ditames do método científico.

Baseando em Lutero, Pannenberg afirma: a fé depende de uma base histórica, especificamente, da atividade de Deus. Caso contrário a fé deixa de ser fé em Deus e passa a ser simplesmente fé na própria fé.

 

A parte central da carreira teólogica de Pannenberg foi sua defesa da teologia como uma rigorosa disciplina acadêmica, uma capacidade de interação com a filosofia crítica, a história e as ciências naturais.

Pannenberg é talvez mais conhecido pelo seu livro: Jesus – Deus e Homem, no qual ele constrói uma Cristologia “por baixo”, ou seja, a sua dogmática decorre de uma análise crítica da vida de Jesus de Nazaré. Ele correspondentemente rejeita as tradicionais calcedonicas “duas naturezas”, preferindo ver a pessoa de Cristo à luz da ressurreição. Este foco sobre a ressurreição de Cristo como a chave da identidade levou Pannenberg a defender a sua historicidade. Outras obras: A redenção como acontecimento e história, 1959; Revelação como história, 1962; Que é o homem? A antropologia atual à luz da teologia, 1964; Teologia Sistemática (3 v.). Quando foi publicado seu livro Jesus – Deus e Homem, em 1968, veio a ser uma influência no mundo de fala inglesa.

A doutrina teológica de Pannenberg considera que a realidade histórica tem prioridade sobre a fé e o raciocínio humanos. Wolfhart Pannenberg, pode ser chamado o teólogo da história. Porque para ele a história é o princípio de averiguar o futuro com a revelação da Palavra.

Para Pannenberg, a Ressurreição de Jesus tem uma importância capital na nova concepção de revelação. Ele afirma que ela é o acontecimento central do Novo Testamento, porque faz acontecer antecipadamente o final da história, e isto permite conhecê-la em sua totalidade.
Para Pannenberg, toda história é a revelação de Deus. A história está tão clara em suas funções revelatórias que sua interpretação pode ser feita sem a ajuda da revelação sobrenatural. A verdade revelatória está necessariamente inerente na totalidade da história e bem clara para todos quantos observam. Deixar de captar a revelação dentro da história é falha do indivíduo e da sua investigação, e não da própria história.

Pannenberg propõe que Deus se revela indiretamente mediante a proeza que ele realiza na história. Ele compreende a revelação como a auto-revelação de Deus de forma indireta na história. Portanto, se a revelação de Deus acontece por intermédio de fatos históricos, estes são acessíveis ao juízo consciente de cada homem e, por conseguinte, ela não é um conhecimento esotérico revelado a poucos. Apesar desta abertura, Pannenberg também afirma que a revelação é um ato divino e do qual o homem necessita, pois este conhecimento não está em seu poder e ele não pode obtê-lo sozinho.

O pensamento de Wolfhart Pannenberg pode ser considerado aquele que no contexto luterano aceitou de forma evidente o desafio do Iluminismo. Desde os primórdios de sua reflexão, Pannenberg pretendeu superar a marginalização da fé e da teologia em relação à razão moderna.

Wolfhart Pannenberg ao lado de Jürgen Moltman detém a paternidade da chamada Teologia da Esperança. Simplesmente, teologia liberal. Pannenberg é bem situado entre os grandes teólogos protestantes contemporâneos. De um lado ele é claramente um teólogo de confissão Luterana, de outro lado do ponto de vista metodológico, ele é um neoliberal. Seu esforço de conciliar a tradição Luterana com a metodologia contemporânea é o que faz sua teologia interessante e significativa. Wolfhart Pannenberg também teve muita influência na teologia católica.

Wolfhart Pannenberg morreu no dia 4 de setembro, na Baviera, aos 85 anos. 

(Fonte: http://alc-noticias.net/bp/2014/09/08 – AGÊNCIA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA DE COMUNICAÇÃO (ALC) – ANTONIO CARLOS RIBEIRO – 8 de setembro de 2014)

(Fonte: https://biblicoteologico.blogspot.com.br/2014/09 – BÍBLICO TEOLÓGICO/ Por – Davíd Rubens – 28 de setembro de 2014)

(Fonte: http://teologia-contemporanea.blogspot.com.br/2008/05 – TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA – 19 de maio de 2008)

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