Willie Mitchell, produtor da Hi Records, responsável por sucessos de Al Green e Ann Peebles

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Willie Mitchell (Ashland, Mississipi, em 1° de março de 1928 – Memphis, Tennessee, 5 de janeiro de 2010), produtor da Hi Records nas décadas de 60 e 70, responsável por sucessos de Al Green, Ann Peebles e outros astros do soul.

Willie Mitchell, que ajudou a criar o som elegante mas enérgico de Al Green, Ann Peebles e outros astros do soul quando era produtor da Hi Records, nos anos 60 e 70.
Nascido em Ashland, Mississipi, em março de 1928, Mitchell iniciou sua carreira como trompetista. Em 1961, assinou com a Hi Records. Após gravar músicas instrumentais de R&B, passou a trabalhar como produtor, descobrindo novos talentos. Em 1968, conheceu Green, que alcançaria o topo em 1971, com Let’s Stay Together.
Mais tarde, adquiriu o estúdio Royal, no qual gravaram artistas como Rod Stewart e John Mayer.

O estilo sonoro de Willie Mitchell com destaque para metais, guitarras dedilhadas delicadamente, um órgão eletrônico adocicado e seções ritmas básicas e firmes- é instantaneamente reconhecível nas gravações de cantores como Green, Peebles, Syl Johnson e O. V. Wright, e nas trilhas instrumentais que Mitchell gravou com sua banda.

Sensual e bruto, o estilo Mitchell se tornou a marca sonora da Hi quando a gravadora ganhou fama com os discos de Green, nos anos 70.

Ainda que seu legado seja menos celebrado que o da Stax e o da Sun, duas outras gravadoras pioneiras criadas em Memphis nos anos 50, a Hi teve papel importante no desenvolvimento do soul característico da cidade, e Mitchell foi um de seus arquitetos.

O som de Mitchell devia muito aos músicos que ele utilizava no Royal Recording Studio, um cinema adaptado que servia como sede da Hi. Entre eles estavam os irmãos Hodges -Teenie, na guitarra; Charles, no órgão; e Leroy, no baixo-, bem como Al Jackson (1935-1975) e Howard Grimes na bateria. O estilo leve e a flexibilidade rítmica dos bateristas ajudaram a definir os atrativos da Hi.

“É a preguiça do ritmo”, explicou Mitchell a Peter Guralnick, em entrevista para o livro Sweet Soul Music Rhythm and Blues and the Southern Dream of Freedom, de 1986. “Você ouve aqueles metais preguiçosos, meio compasso atrás da batida da música, e acha que eles não vão conseguir, mas de repente eles aparecem, com aquela preguiça toda, e entram no ritmo. É como se estivessem provocando, brincando, com o ouvinte”.

Nascido em Ashland, Mississipi, em 1928, Mitchell iniciou sua carreira como trompetista, e liderava uma banda já na adolescência. Depois de dois anos de serviço no exército, ele voltou a Memphis na metade dos anos 50 e se tornou música da noite, ganhando respeito como instrumentista sofisticado, de inclinações jazzísticas.

Em 1961, a Hi Records, criada quatro anos antes, assinou com Mitchell como música, e de 1964 a 1969 ele gravou uma série de pequenos sucessos instrumentais de R&B, entre os quais Soul Serenade e 30-60-90.

Mas sua maior influência surgiria quando começou a trabalhar como produtor e descobrir de talentos para a gravadora. Ele levou Peebles e outros músicos para a Hi, aproveitando a experiência como produtor adquirida com o álbum Ain’t Nothing You Can Do, de Bobby Bland, que ele havia produzido para outra gravadora de Memphis, a Duke, em 1964.

Em 1968, Mitchell tinha um show marcado em uma casa noturna de Midland, Texas, e a abertura seria realizada por um jovem cantor do Michigan chamado Al Green. Ao ouvi-lo no ensaio, Mitchell convidou Green a visitá-lo em Memphis, e prometeu que faria dele um astro.

Seguindo as instruções de Mitchell, Green descobriu sua voz musical e em 1971 havia chegado ao primeiro lugar na parada pop dos Estados Unidos com Let’s Stay Together.

O estilo de produção e arranjo de Mitchell oferecia a tela perfeita para os refinados vocais de Green, e 13 das canções em que os dois colaboraram conquistaram lugar entre as 40 mais das paradas de sucesso entre 1971 e 1975, quando Green trocou a música laica pelo gospel e por uma carreira como pregador. Mitchell se tornou sócio proprietário da Hi em 1970, e permaneceu na empresa até sua venda, no final dos anos 70.

Ele adquiriu o estúdio Royal, depois de vender a Hi, e continuou produzindo lá, preservando boa parte do equipamento original que havia instalado em 1969. Entre os artistas que gravou estão o guitarrista de blues Buddy Guy e astros como John Mayer e Rod Stewart.

Os dois netos de Mitchell, Lawrence e Archie, que ele adotou como filhos, continuam a operar o estúdio. Mitchell também deixa o filho adotivo Archie Turner, duas filhas -Yvonne e Lorrain Mitchell- e uma neta.

Quando Mitchell e Green se reuniram na última década para dois novos discos (I Can’t Stop e Everything’s OK), Green gravou no Royal, com o mesmo microfone que havia usado nos anos 70.

Green disse que deve muito de seu sucesso a Mitchell, especialmente aos conselhos que recebeu a partir das primeiras sessões de gravação em que colaboraram. “Eu estava tentando cantar como Jackie Wilson, Sam Cooke ou Wilson Pickett”, disse Green, em uma entrevista em 2003 na qual ele falou de sua colaboração com Mitchell. “Foi ele que me disse que eu devia cantar como Al Green”.

Willie Mitchell morreu no dia 5 de janeiro de 2010, em Memphis, Tennessee, EUA, onde vivia. Tinha 81 anos e foi vítima de parada cardíaca.

“Nós tínhamos acabado de avançar para além do estágio da chamada race music e do blues, que eram vistos de forma desfavorável, para chegar ao rhythm & blues, ao soul”, disse All Bell, ex-proprietário da Stax e hoje presidente da Fundação de Música de Memphis, em entrevista.

“Trabalhávamos juntos para que pudéssemos crescer e melhorar nossa música, e Willie sempre teve essa espécie de liderança. Ele deixou marcas em todos os aspectos da música de Memphis”.

(Fonte: Zero Hora –- Ano 46 – 18 de janeiro de 2010 – N° 16219 –- Obituário –- Pág; 36)

(Fonte: http://musica.terra.com.br/interna/0,,OI4192100-EI1267,00 – DIVERSÃO – MÚSICA/ Por Ben Sisario – 7 de janeiro de 2010)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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