Powered by Rock ConvertWaldyr Calheiros Novaes – Bispo que puniu torturadores na ditadura
Dom Waldyr nasceu em Murici, em Alagoas
(Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
Dom Waldyr Calheiros Novaes (Murici, 29 de julho de 1923 – Volta Redonda, 30 de novembro de 2013), ele era bispo emérito da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, defensor dos trabalhadores.
O bispo emérito era alagoano de Murici, onde nasceu em 29 de julho de 1923. Tornou-se padre em 1948 e foi empossado em 1966 como bispo da diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, posto que ocupou até 2000. Mesmo aposentado, ele prometeu seguir na luta em favor dos pobres.
Ao ser ordenado bispo auxiliar em 1° de maio de 1964, primeiro Dia do Trabalho sob a ditadura militar, dom Waldyr Calheiros Novaes já deixava claro qual seria sua marca como líder religioso.
Dom Waldyr costumava contar uma anedota sobre sua ordenação. Assim que aceitou ser indicado a bispo, o então papa, João 23, morreu. “Creio que não foi de susto pela minha resposta”, disse em entrevista para o livro “O Bispo de Volta Redonda” (FGV).
A indicação pode ter não assustado o papa, mas seu bispado na diocese Barra do Piraí/Volta Redonda (1966/1998) foi motivo de preocupação para os militares.
Em 1967, foi ao quartel pedir para ser preso ao lado de quatro auxiliares detidos por panfletar. “Me considerem preso em solidariedade a eles. Se estão presos por minha causa, eu sou o maior criminoso”, afirmou à época.
Também participou de raro episódio de punição a militares por tortura durante a ditadura. Foi autor de um relatório sobre a morte de quatro soldados. Três militares foram expulsos em razão do caso.
Ajudou na fuga de perseguidos políticos e abrigou ex-presos. Um deles foi Jesse Jane, militante da ALN. Segundo ela, o religioso abriu as dependências da diocese para discutir os direitos das mulheres, entre eles o do aborto.
Após a ditadura, manteve a sua atuação política. Apoiou a greve de funcionários da CSN, quando três trabalhadores foram mortos pelo Exército, em 1988. Criticou a privatização da empresa e fez denúncias de abuso policial.
Ele nasceu em Murici (AL), em 29 de julho de 1923. Se tornou padre em 1948 e bispo em 1964, quando morava no estado do Rio de Janeiro. Em 8 de dezembro de 1966, foi empossado bispo da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, sendo substituído em 2000 pelo bispo Dom João Mesci. Mesmo “aposentado”, ele prometeu continuar a luta em favor dos pobres.
A vida de Dom Waldyr foi de constante envolvimento com as causas sociais, participação que começou durante o período da Ditadura Militar, em especial na defesa do trabalhador. Nos 34 anos à frente da diocese, participou de atos públicos contra a violência e condenou a impunidade e a tortura. A luta por justiça e igualdade lhe rendeu homenagens de grupos ligados à defesa dos direitos humanos. Dom Waldyr ficou, até a morte, com título de bispo emérito da diocese.
Waldyr Calheiros Novaes faleceu em 30 de novembro de 2013, de falência múltiplo dos órgãos, em Volta Redonda, no Sul do Rio de Janeiro, aos 90 anos.
O sepultamento foi dentro da Igreja Santa Cecília, em Volta Redonda, RJ, em uma cripta construída para abrigar os bispos da diocese — Dom Waldyr é o primeiro a ser enterrado nela.
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/12 – COTIDIANO / Por ITALO NOGUEIRA / DO Rio de Janeiro – 04/12/2013)
(Fonte: http://g1.globo.com/rj/sul-do-rio-costa-verde/noticia/2013/11 – NOTÍCIA / Do G1 Sul do Rio e Costa Verde – 30/11/2013)
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