Vilmos Zsigmond, diretor de fotografia húngaro, vencedor do Oscar por “Contatos imediatos do terceiro grau” (1977)

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Húngaro foi consagrado por ‘Contatos imediatos do terceiro grau’, de 1977

O diretor de fotografia húngaro Vilmos Zsigmond - (Foto: Tamas Kovacs / AP)

O diretor de fotografia húngaro Vilmos Zsigmond – (Foto: Tamas Kovacs / AP)

Vilmos Zsigmond (Szeged, Hungria, 16 de junho de 1930 – 1º de janeiro de 2016), diretor de fotografia húngaro, vencedor do Oscar por “Contatos imediatos do terceiro grau” (1977)

Entre cerca de cem trabalhos que acumulou em sua carreira, ele fez parceria com diretores consagrados como Robert Altman (1925-2006), Steven Spielberg, Brian De Palma e Woody Allen.

Quando os tanques da União Soviética invadiram a Hungria, em novembro de 1956, para abafar a revolta popular contra as medidas impostas pelo governo húngaro apoiado por Moscou, Vilmos Zsigmond era apenas um estudante de cinema em Budapeste. Junto com o amigo László Kovács (1933-2007), ele pegou sua câmera, filmou tudo o que pode e fugiu em seguida para os Estados Unidos, onde se estabeleceu em Los Angeles. Lá, ele e Kovács venderam as imagens da repressão soviética.

Após trabalhar como técnico de laboratório, Zsigmond começou a sua carreira como diretor de fotografia em filmes de baixo orçamento na década de 1960. Seu primeiro trabalho a chamar atenção foi em 1971, com “Quando os homens são homens”, de Robert Altman, que lhe rendeu uma indicação para o Bafta, o Oscar britânico. Seu uso de uma palheta de cores sem saturação deu ao western um tom melancólico e pouco convencional. Ele voltaria a trabalhar com Altman em outros filmes como “O perigoso adeus”, de 1973.

Nas duas décadas seguintes, ele seria um dos diretores de fotografia mais procurados de Hollywood, colaborando com diversos diretores como Michael Cimino, Martin Scorsese, Brian De Palma e George Miller. No entanto, a consagração de Zsigmond viria com o estrondoso sucesso de “Contatos imediatos do terceiro grau”, do então jovem diretor Steven Spielberg, lançado em 1977.

O húngaro já havia sido o responsável pela direção de fotografia da estreia cinematográfica de Spielberg, “Louca Escapada”, três anos antes. Apesar de ganhar o seu único Oscar de fotografia por “Contatos imediatos do terceiro grau”, ele nunca mais repetiu a parceria. Zsigmond manifestou sua insatisfação por sentir que o diretor o considerava apenas um bom cinegrafista e não dar atenção às suas ideias.

Já com De Palma, a boa relação rendeu mais frutos. O húngaro fez a fotografia de “Trágica obsessão”, de 1976, “Um tiro na noite”, de 1981, “A fogueira das vaidades”, de 1990, e “Dália Negra”, de 2006. Nos anos 2000, Zsigmond emplacou três filmes com Woody Allen: “Melinda e Melinda”, de 2004, “O Sonho de Cassandra”, de 2007, e “Você vai conhecer o homem dos seus sonhos”, de 2010. Mesmo assim, em entrevista à revista “Filmmaker”, em 2014, ele disse que não vinha trabalhando muito pela falta de boas oportunidades em Hollywood.

— Eu não tenho feito muitos filmes recentemente. O último bom filme que fiz foi provavelmente “Dália Negra”. Não acho que tenha a chance de fazer algo tão bom como eu fiz na década de 1970. Agora, não há tantos bons filmes de baixo orçamento ou independentes. Eu gosto de fazer filmes que signifiquem alguma coisa — afirmou à época.

Vilmos Zsigmond morreu em 1º de janeiro de 2016, aos 85 anos.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/filmes -18401529#ixzz3wDecaTrc – CULTURA – FILMES – POR O GLOBO – 03/01/2016)

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