Tristram Cary, pioneiro da música eletrônica, ajudou a desenvolver o VCS 3, um sintetizador usado pelo Pink Floyd, Roxy Music, Kraftwerk e outros grupos pop

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Tristram Cary, pioneiro da música eletrônica

Ajudou a criar os sintetizadores usados ​​pelo Pink Floyd e Roxy Music

 

Tristram Ogilvie Cary (Oxford, 14 de maio de 1925 – Adelaide, Austrália, 24 de abril de 2008), pioneiro da música eletrônica, gênio técnico do som da mítica série britânica Doctor Who e inspirador de Pink Floyd.

 

Tristram Ogilvie Cary, um compositor britânico, popularizou a música eletrônica em trilhas sonoras de filmes e TV; ele também ajudou a desenvolver o VCS 3, um sintetizador usado pelo Pink Floyd, Roxy Music, Kraftwerk e outros grupos pop.

 

Entre os pioneiros da música eletrônica, havia duas atitudes profissionais na década de 1970. Havia os subsidiados, como Karlheinz Stockhausen, cujos laboratórios geralmente eram acessíveis apenas aos seus companheiros de vanguarda.

Mas também havia compositores como Pierre Henry que queriam lucrar com suas descobertas e não desgostavam de obras comerciais. Tristram Cary pertencia ao segundo grupo. Entre os polos opostos das escolas de Colônia e Paris, ele decidiu seguir uma linha eclética, partindo de ambas as ideias.

Cary, que nasceu no Reino Unido e educou-se em Oxford, emigrou para a Austrália em 1974 para criar o seu estúdio de música eletrônica, seguindo as linhas do que havia implantado no Royal College of Music, de Londres, em 1967.

 

O diretor de música da Universidade de Adelaide, Stephen Wittington, afirmou que a contribuição de Cary para a música é “impossível de quantificar” e que inspirou grupos de rock dos anos de 1960 como Pink Floyd e Yes. Entre outras coisas, ajudou a desenhar o sintetizador portátil VCS3 que o Pink Floyd usou em seu álbum de 1973, Dark Side of the Moon.

 

– Sem ele, não teríamos tecno, hip-hop nem nenhum tipo de música apoiada na tecnologia – disse Wittington.

 

Ele nasceu em Oxford em 14 de maio de 1925, filho de Joyce Cary, um escritor com fama de experimentador. Na Segunda Guerra Mundial foi engenheiro de radar da Marinha e aí começou a pensar na geração de sons e sua manipulação. Já licenciado, adquiriu sucata dos exércitos britânico, americano e alemão (que usaram os primeiros gravadores). Ele compartilhou a definição de John Cage – “música é som organizado” – e usou instrumentos convencionais e ruídos manipulados ou sons eletrônicos.

Ele poderia ter ficado no mundo dos compositores contemporâneos, com mínimo impacto social, mas decidiu colaborar com o então prolífico cinema britânico. Para os estúdios Ealing, ele interpretou a famosa comédia O Quinteto da Morte (1955); para o martelo fez O que aconteceu então? (1967), terceira fita da série Dr. Quatermass. Acima de tudo, ele se tornou conhecido por seu trabalho contínuo na série de televisão Dr. Who. Ele também fez música para programas e peças de rádio da BBC.

A partir de 1967, Cary cuidou do Electronic Music Studio no Royal College of Music de Londres. Ele tinha um equipamento semelhante em sua casa e estava envolvido no design exterior do protótipo do VCS 3, um sintetizador portátil que foi bem recebido por grupos progressistas que buscavam expandir as fronteiras sônicas e formais (embora Stockhausen também comprasse um modelo rapidamente ) Ele pode ser ouvido em discos de King Crimson, The Who, Pink Floyd, Alan Parsons, Roxy Music ou Jean Michael Jarre. Uma surpresa para Tristram Cary, que admitiu não ter afinidade com o pop.

Além da música para Dr. Who, outras composições de Cary atraíram a atenção do grande público: Divertimento foi encomendado pela Olivetti com máquina de escrever, coro de jazz e bateria. Sua música de fundo também foi altamente celebrada na Feira Mundial de Montreal em 1967.

Em 1974, ele viajou para a Austrália para demonstrar VCS 3. Em Adelaide, ele foi oferecido para ser um compositor residente e fundar um estúdio de música eletrônica. Cansado da incerteza do trabalho freelance, ele se estabeleceu lá pelo resto de sua vida. Em 1992, publicou o Dicionário de Tecnologia Musical. Ele foi um autor prolífico: em seus últimos anos, digitalizou sua obra e ocupou cerca de uma centena de CDs.

Tristram Cary faleceu em Adelaide, a cidade australiana onde morava desde 1974, aos 82 anos, dia 24 de abril de 2008.

(Fonte: http://www.alg-a.org – HISTÓRIA / por nenoescuro – 3 de maio do 2008)

(Fonte: http://curadiaria.blogspot.com.br/2008/04 – MÚSICA – por Fábio Bispo – COLETIVO CULTURAL)

(Fonte: https://elpais.com/diario/2008/05/14/necrologicas – DIÁRIO / por DIEGO A. MANRIQUE – 13 DE MAIO DE 2008)

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