Tom Petty, lenda e ícone do rock americano, autor de hits dos anos 70 como “American Girl”, “Free fallin” e “Mary Jane’s last dance”

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Em mais de 40 anos de carreira, ele vendeu mais de 80 milhões de discos.

 

Tom Petty faz show em San Diego, na Califórnia, nos EUA, em setembro de 2017 (Foto: Amy Harris/Invision/AP)

 

Ícone do rock americano

Músico emprestou suas canções para filmes como O Silêncio dos Inocentes, Jerry Maguire: A Grande Virada e Carros 3.

 

Thomas Earl Petty (Gainesville, 20 de outubro de 1950 – Los Angeles, 2 de outubro de 2017), cantor e compositor americano, artista era líder da famosa banda Tom Petty and the Heartbreakers

Tom Petty ganhou notoriedade com o grupo que leva seu nome e na bem-sucedida carreira solo. Em mais de 40 anos de música, ele vendeu mais de 80 milhões de álbuns e foi responsável por dezenas de clássicos, entre eles “Free Fallin'”, “American Girl,” “Stop Draggin’ My Heart Around,” “Breakdown” e “Listen to Her Heart”.

O guitarrista também participou do supergrupo Traveling Wilburys, que ainda tinha Bob Dylan, George Harrison, Jeff Lynne e Roy Orbison. Em 1999, sua banda ganhou uma estrela na Calçada da Fama e, em 2002, o instrumentista foi indicado ao Hall da Fama do Rock and Roll.

Ícone da música americana, o cantor e compositor Tom Petty alcançou a fama após deixar a banda Mudcrutch e recrutar músicos para formar a The Heartbreakers, conjunto que o acompanhou por décadas e o tornou um dos ícones do chamado heartland rock, um rock ‘n’ roll com letras sobre nostalgia, temas românticos e alienação com forte apelo entre a classe trabalhadora urbana e rural dos Estados Unidos. Sua trajetória e identificação com o público americano é comparável a de Bruce Springsteen.

Os sucessos de Tom Petty and the Heartbreakers surgiram já no álbum de estreia do grupo, que leva o nome do conjunto e foi lançado em 1976, com os singles “Breakdown” e “American Girl”, que logo se tornou um clássico do repertório do músico. Outros grandes êxitos de sua carreira foram “Free Fallin” (famosa na regravação de John Mayer), “Learning To Fly”, “Mary Jane’s Last Dance”, “Stop Draggin’ My Heart Around”, “Listen to Her Heart”.

Tom Petty and the Heartbreakers assinaram a trilha sonora da comédia romântica Nosso Tipo de Mulher (1996), estrelada por Jennifer Aniston e Cameron Diaz. O disco chegou a ao 15º lugar nas paradas da Billboard. Petty também compôs a faixa “Christmas All Over Again” para Esqueceram de Mim 2 – Perdido em Nova York (1992) e teve suas canções usadas na trilha de obras como O Silêncio dos Inocentes (1991), Máquina Mortífera 2 (1989), Jerry Maguire: A Grande Virada (1996), Simplesmente Complicado (2009) e Carros 3 (2017).

O cantor teve uma breve carreira como ator. Após estrear nos cinemas na comédia dramática musical FM (1978), o Petty fez uma participação especial na comédia com toques de fantasia Paixão Eterna (1987), de Alan Rudolph. Entre 1987 e 1990, o músico interpretou a si mesmo na sitcom It’s Garry Shandling’s Show e fez outra particpação especial na sticom The Larry Sanders Show , onde contracenou com Greg Kinnear.

O principal trabalho de Petty nos cinemas foi no neo-faroeste distópico ambientado em um EUA pós-apocalíptico e decadente O Mensageiro (1997), dirigido e estrelado por Kevin Costner. No longa-metragem, o roqueiro interpreta o prefeito de Bridge City.

Em 2002, Petty fez uma participação especial em “How I Spent My Strummer Vacation”, episódio de Os Simpsons no qual Homer se sente frustrado por sua vida como pai de família e busca escapismo em um acampamento de verão repleto de ícones da música, onde ele e seus colegas de Springfield descobrem como é a vida de um rockstar. O episódio traz ainda participações especiais de Mick Jagger, Keith Richards, Elvis Costello, Lenny Kravitz. No capítulo, Petty dá um workshop de composição e sugere que as letras de música devem ser profundas, para o desespero de Homer, Apu e companhia. Assista abaixo.

Petty foi tema do documentário/filme-concerto Tom Petty and the Heartbreakers: Runnin’ Down a Dream (2007), dirigido pelo lendário cineasta Peter Bogdanovich. Ele também é uma das personalidades principais do documentário Sound City, estreia de Dave Grohl, líder do Foo Fighters, como diretor.

 

Tom Petty gravou hits que fizeram sucesso em trilhas sonoras de filmes de Hollywood
(Foto: Getty Images / AdoroCinema)

 

80 milhões de discos

 

Tom Petty, tinha desde 1976 uma das carreiras mais bem sucedidas do rock norte-americano. Entre suas músicas mais conhecidas estão “American Girl”, “Free fallin”, “Stop draggin’ my heart around”, “Listen to hear heart” e “Mary Jane’s last dance”.

Ele vendeu ao todo mais de 80 milhões de discos. Foram 13 álbuns de estúdio com os Heartbreakers, três solo, dois com os Traveling Willburys e dois com a banda Mudcrutch.

Seu primeiro grande sucesso nos EUA foi “Breakdown”, do disco de estreia com os Heartbreakers, de 1976. Entre inúmeras indicações, ele ganhou o Grammy três vezes: uma com os Traveling Wilburys, uma pela performance solo e outra com os Heartbreakers.

Ele também fez parte no final dos anos 80 da superbanda Traveling Wilburys, com Roy Orbison, Bob Dylan, George Harrison e Jeff Lyne. Eles lançaram dois álbuns, incluindo a música “Handle with Care”. Roy Orbison morreu após a gravação do primeiro disco, de 1988.

 

Ícone do rock americano, Tom Petty (Foto: Sam Jones/Divulgação)

 

 

Turnê de 40 anos

 

Em 1976, Tom Petty e sua banda fizeram história com o debute homônimo que ainda segue como um dos álbuns mais lembrados pelos fãs. A banda tinha completado há alguns dias a turnê em comemoração aos 40 anos de carreira com três shows esgotados no icônico Hollywood Bowl, em Los Angeles, quando o músico morreu. A turnê passou por 24 estados norte-americanos com 53 datas.

 

Tom, em entrevista para a “Rolling Stone” em dezembro do último ano, disse que esta seria a última turnê com sua banda. “Eu estaria mentindo se não dissesse que estava pensando nesta [turnê] ser a última. Estamos todos na casa dos 60 anos. Eu tenho uma neta agora e eu gostaria de vê-la tanto quanto puder. Não quero passar minha vida na estrada”.

 

 

 

Tom Petty se apresenta no Madison Square Garden, em Nova York, em 2008 (Imagem: Jason DeCrow/AP)

 

 

Os Beatles e as drogas

 

Criado na Flórida, Tom Petty viu os Beatles tocando no “The Ed Sullivan Show” e percebeu o que queria fazer da vida. “Esse foi um grande momento, de verdade, que mudou tudo. Eu era um fã até esse ponto, mas essa foi a coisa que me fez querer tocar música. Eu ainda acho que os Beatles fizeram as melhores músicas e tenho certeza que vou para o túmulo com essa ideia”.

 

Em sua biografia lançada no final de 2015, o cantor lembrou algumas passagens complicadas de sua vida, de agressões na infância ao abuso de drogas.

 

“A primeira vez que aconteceu eu tinha uns quatro anos, talvez cinco. Você não consegue imaginar alguém batendo numa criança desse jeito. Lembro-me tão bem. Minha mãe e avó me deitaram na cama, tiraram minha roupa, pegaram algodão e álcool para limpar as feridas em meu corpo”, disse Petty ao lembrar-se dos castigos físicos que recebia do pai.

 

Já nos anos 80, quando The Heartbrakers vendiam milhões de cópias e o protagonista já tinha o status de lenda, a perda da mãe, Kitty Petty, foi outro baque para o cantor, principalmente pela forma como ele a encontrou no hospital.

 

“Alguém deixou revistas com a minha cara na capa sobre o corpo da minha mãe. Ela estava apenas deitada lá, entre as revistas. Foi a coisa mais estranha. Eu pensei, ‘até nesse momento alguém tem que corromper com alguma reação pela fama, ou seja lá o que isso seja’. Passou pela cabeça da enfermeira que isso deixaria feliz o filho famoso de uma paciente terminal do hospital. Foi um gesto infeliz, inocente mas burro”.

 

A partir dos anos 90, para tentar driblar a depressão, Tom ficou viciado em heroína e constantemente se sentia envergonhado ao analisar aquela época. “Você começa a perder a alma. Você percebe um dia, ‘Merda, me perdi. Estou saindo com pessoas que não veria em um milhão de anos, e tenho que sair dessa’. Eu quis sair, usar heroína era contra meus princípios. Não queria ficar escravo de nada. É uma coisa horrível. Eu temo que, se falar sobre isso, as pessoas pensem, ‘bem, eu posso usar e parar quando quiser’. Mas você não consegue. Poucas pessoas conseguem”.

 

 

O músico Tom Petty e sua banda The Heartbreakers no intervalo do Super Bowl (Imagem: Jeff Haynes/Reuters)

 

 

Cinema e televisão

 

O músico também marcou o cinema e a televisão com aparições em diversos projetos. Sua estreia foi em “FM”, em 1978, e apenas na década seguinte, em 1987, arriscou novamente um papel nas telonas em “Paixão Eterna”.

 

Uma década depois, contracenou com Kevin Costner em “O Mensageiro” e, em 2002, apareceu na animação “Os Simpsons”, em um dos episódios mais queridos pelos fãs de Homer e companhia, quando o atrapalhado chefe de família participa de um acampamento com grandes nomes da música, como Mick Jagger, Keith Richards, Lenny Kravitz e Elvis Costello.

 

Já em 2010, o músico confirmou lado bem-humorado ao fazer uma aparição relâmpago no álbum “Turtleneck & Chain”, da banda Lonely Island, encabeçada pelo comediante Andy Samberg.

 

Tom Petty and the Hearthbreakers se apresentam no intervalo do Super Bowl em 2008 (Imagem: Jeff Haynes/Reuters)

 

Tom Pettyty, de 66 anos, morreu em 2 de outubro de 2017, após sofrer um ataque cardíaco no dia anterior.

O músico estava inconsciente e sem respirar quando foi atendido, na noite do último domingo (1º), em sua residência em Malibu, na Califórnia. No entanto, os serviços de emergência foram capazes de recuperar a pulsação e o levaram para o Hospital Santa Monica.

O músico deixa sua segunda esposa, Dana York Epperson, e dois filhos, a diretora de videoclipes Adria Petty e a artista AnnaKim Violette.

(Fonte: https://g1.globo.com/musica/noticia – MÚSICA / Por G1 – 03/10/2017)

(Fonte: https://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2017/10/03 – ENTRETENIMENTO – MÚSICA / Do UOL, em São Paulo – 03/10/2017)

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/cinema/adorocinema – CINEMA – ADORO CINEMA/ Por João Vitor Figueira – 3 OUT 2017)

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