Tadeusz Rozewicz, poeta e dramaturgo polonês, várias vezes candidato ao Nobel da Literatura

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Resistente durante a ocupação nazista e, depois crítico do regime comunista, a sua peça O Arquivo é considerada uma obra-prima do teatro do absurdo

 

O poeta e dramaturgo polonês Tadeusz Rozewicz

O poeta e dramaturgo polonês Tadeusz Rozewicz

 

Rozewicz era considerado um dos melhores poetas e dramaturgos poloneses após a Segunda Guerra Mundial

Tadeusz Rozewicz (Radomsko, Polônia, 9 de outubro de 1921Wroclaw, no sudoeste da Polônia, 24 de abril de 2014), poeta e dramaturgo polonês, várias vezes candidato ao Nobel da Literatura.

Também romancista, argumentista e tradutor, Rózewicz recebeu em 2007, pelo conjunto da sua obra, o Prêmio Europeu de Literatura.

Nascido em 9 de outubro de 1921 na cidade de Radomsko, perto de Lodz, no centro do país, era filho de um funcionário judicial e, tal como o seu irmão mais velho, Janusz, executado pela Gestapo em 1944, militou na resistência polaca durante a segunda guerra. O escritor era considerado um dos melhores poetas e dramaturgos poloneses pós Segunda Guerra Mundial (1939-1945), durante a qual foi membro da resistência polaca. 

O seu irmão mais novo, Stanislaw Rózewicz (1924-2008) foi um cineasta polaco da geração de Andrzej Wajda, e o próprio Tadeusz escreveu vários argumentos para o cinema.

Em seu primeiro livro de poemas, “Os Ecos da Floresta”, publicado em 1944, descreveu o que viria a ser a característica de seu trabalho: um homem perdido, desorientado e desesperado após o trauma e a carnificina da guerra, que considera que a vida e a poesia não podem continuar como antes e se rebela contra a perda de valores. 

Seus livros de poemas incluem “Inquietude” (1947), “Conversa com o Príncipe” (1960), “Sobre a Superfície do Poema e seu Interior” (1983) e “Sempre um Fragmento” (1998). 

Publicou alguns poemas ainda antes da guerra, em 1938, mas o seu primeiro livro, cujo título é traduzível por Ecos da Floresta, foi escrito em 1943 e 1944, quando combatia no Exército Nacional (Armia Krajowa), o principal movimento da resistência polaca, usando o significativo nome de código “Satyra”. Recebeu várias medalhas pela sua bravura durante a ocupação nazi, e no pós-guerra estudou História de Arte, sem nunca ter chegado a licenciar-se, e envolveu-se no meio artístico de vanguarda, acamaradando com criadores como o pintor Tadeusz Kantor ou o realizador Andrzej Wajda.

Os livros de poemas que publicou no final dos anos 40, como Niepokój(Ansiedade) ou Czerwona rekawiczka (A Luva Vermelha), testemunham a tentativa de reconstruir uma possibilidade de sentido nesse pós-Auschwitz que, segundo Theodor Adorno, não suportava já qualquer genuína criação poética. Alguns acusaram-no de nihilismo e de se deixar contaminar excessivamente por autores como T. S. Eliot ou Ezra Pound, mas outros, como o Nobel da Literatura Czeslaw Milosz, sublinharam o carácter inovador da sua poesia.

Rózewicz saiu do país em 1950 e passou um ano na Hungria, mas regressou depois à Polónia com a mulher. Crítico do regime comunista, viveu com grandes dificuldades, e completamente afastado dos meios literários, ao longo de toda a primeira metade dos anos 50.

Com a relativa abertura política que a Polônia viveu no final de 1956, após a morte, nesse ano, do líder comunista Boleslaw Bierut (Stalin já morrera em 1953, e Kruschev liderava a União Soviética), Rózewicz teve oportunidade de seguir mais de perto a cena artística ocidental e, em particular, a vanguarda parisiense. Fascinado com o trabalho de dramaturgos como Samuel Beckett e Ionesco, escreve a peça Kartoteka (O Arquivo), considerada uma obra-prima do teatro do absurdo.

Parte da extensa obra de Tadeusz Rózewicz, que se prolonga pelo século XXI e inclui dezenas de títulos, entre livros de poemas, peças de teatro, e narrativas, está hoje traduzida em quase meia centena de línguas e recebeu vários prêmios, dentro e fora da Polônia.

Tadeusz Rozewicz morreu em 24 de abril de 2014, aos 92 anos, em Wroclaw, no sudoeste da Polônia, onde vivia desde 1968. 

(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/523923 – ANO 119 – ARTE & AGENDA – Variedades – Literatura – 24/04/2014)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/04/1444819- ILUSTRADA – 24 de abr de 2014)

(Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia -1633502 – NOTÍCIA – 24/04/2014)

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