Sergiu Celibidache, maestro e compositor romeno. Titular da Filarmônica de Munique e uma das poucas unanimidades entre os regentes de música sinfônica

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Titular da Filarmônica de Munique

Sergiu Celibidache (Foto: socatour.ro/ Divulgação)

 

Sergiu Celibidache (Roman, Romênia, 28 de junho de 1912 – Paris, 14 agosto de 1996), maestro e compositor romeno. Titular da Filarmônica de Munique, ele não gostava de participar de gravações de discos por achar que não conseguiam reproduzir a qualidade dos concertos.

Romeno e naturalizado alemão, o maestro Celibidache, titular da Filarmônica de Munique e uma das poucas unanimidades entre os regentes de música sinfônica, acreditava existir uma nítida distinção entre a “verdadeira música”, executada ao vivo, em concertos, e a versão a que se tem acesso por meio de gravações.

O disco, a seu ver, pasteuriza o som produzido por cada instrumento da orquestra e produz uma realidade estética artificial.

Coerente, o maestro gravou pouquíssimas vezes e com muita relutância. Entre os grandes desta segunda metade do século -Furtwãngler, Boulez ou Solti- foi ele quem infelizmente produziu a menor discografia.

Celibidache, que esteve no Brasil em 1993, com sua orquestra de Munique (que dirigia desde 1979), concebia o sinfonismo como a lenta interconexão de interpretações individuais.

Um regente, segundo ele, deveria possuir a liderança -e não apenas a autoridade institucional- para fazer com que cada instrumentista aderisse à concepção global de determinada partitura.

O resultado, raramente atingido por outros maestros, é a emergência de sons que o ouvinte mistura no processo de percepção, como se tivessem sido produzidos em locais diferentes.

Sinfonias como a “Oitava” de Bruckner ou a “Sexta” de Beethoven dificilmente serão um dia interpretadas por outros maestros com o mesmo personalismo, sofrimento e perfeição.

Celibidache deverá passar para a história da música sinfônica como um oposto quase perfeito do austríaco Herbert von Karajan (1908-1989), para quem o registro eletrônico dos sons era ao mesmo tempo um objetivo e uma prova da competência dos intérpretes.

Ambos disputaram, nos anos 50, a sucessão de Wilhem Furtwãngler (1886-1954) como titular da prestigiosa Filarmônica de Berlim. Karajan levou a melhor e entrou mais rapidamente para o “star system”, enquanto a genialidade de Celibidache se deixava conhecer apenas entre os iniciados.

Celibidache se formou em filosofia e matemática pela Universidade de Bucareste. Transfere-se para Berlim em 1936, completa seus estudos musicais e, aos 33 anos, passa a dirigir a filarmônica da cidade.

Furtwãngler, com o final da Segunda Guerra Mundial, tinha sido proibido de se apresentar por ter sido propagandista do nazismo.

Celibidache é convidado para reger na Inglaterra, Itália e em outras cidades alemãs. Adquire a reputação de mal-humorado, intratável, inimigo de concessões menores.

Titular da Orquestra Sinfônica da Rádio de Estocolmo (1962-1971), coloca a Suécia no mapa do sinfonismo europeu. Em 1973, inicia um período de dois anos junto à Orquestra Nacional da França, que se tornou a única do país que poderia se exibir em teatros alemães, sem o risco de passar vergonha.

Morreu no dia 14 agosto de 1996, aos 84 anos, de ataque cardíaco, em Paris.

Seus problemas cardíacos se agravaram, em 1995, com uma fratura no fêmur. Ele foi sepultado, na França.

(Fonte: Veja, 21 de agosto de 1996 – Edição 1458 – Datas – Pág; 97)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/8/16/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA/ Por JOÃO BATISTA NATALI DA/ REPORTAGEM LOCAL – 16 de agosto de 1996)

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