Se tornou pioneiro do surfe no Brasil

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Arduíno Colasanti (Livorno, 15 de fevereiro de 1936 – Niterói, no Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 2014), galã do Cinema Novo e pioneiro do surfe no Brasil.

Italiano foi protagonista do primeiro nu frontal do cinema nacional

Arduíno Colasanti, o italiano que se tornou pioneiro do surfe no Brasil e um dos maiores galãs do Cinema Novo. Ele foi protagonista do primeiro nu frontal do cinema nacional, em “Como era gostoso meu francês”, de Nelson Pereira dos Santos.

Colasanti nasceu em 1936 em Livorno, na Itália, e veio com a família para o Brasil pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando tinha 11 anos. Acabou se aproximando do grupo que passava os dias no mar do Arpoador.

— Nessa época, soube que o pessoal estava começando a pegar onda em pé, como os havaianos, mas usando tábuas grandes — contou, em entrevista ao GLOBO, em agosto de 2013 — Comecei a pesquisar uma maneira de fazer uma prancha.

O problema é que não havia poliuretano rígido naquela época e eu decidi usar isopor, que derretia por causa da resina de poliéster. Tentei vários sistemas e joguei fora muitas fôrmas até descobrir a fibra de vidro e a resina epóxi.

Colassanti também foi um pioneiro no surf nacional, sendo considerado um dos primeiros surfistas semi-profissionais do país.

O ator se iniciou no surf na praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio, e fez diversos estudos para a criação da prancha de fibra de vidro e resina.

Apesar dos 40 filmes nos quais atuou (como “Memórias do cárcere”, de 1984, e “A ostra e o vento”, em 1997), ele não tinha o cinema como atividade fixa e ganhava dinheiro com pesca submarina. Além disso, inspecionava instalações submersas da Petrobras e participava de competições de mergulho nos anos 1960.

“Príncipe submarino”

A estreia na sétima arte foi já como protagonista do filme “El justicero”, sua primeira parceria com Nelson Pereira dos Santos, em 1967.

— Naquele tempo, as equipes eram pequenas, e o Arduíno tinha uma qualidade: ele sabia fazer muita coisa. Além de fazer o personagem, sabia ajudar na fotografia, na iluminação, no som, mergulhava para pegar o peixe que ia entrar em cena.

Fico emocionado com essas memórias. Vou morrer de saudade — conta Nelson, que também dirigiu Arduíno em “Fome de amor” (1968), “Azyllo muito louco” (1970) e “Como era gostoso o meu francês” (1971).

Para Luiz Carlos Lacerda, que o dirigiu em “O homem e a sua hora” (1972), o ator era de uma bondade e uma inteligência sem precedentes:
—Arduíno era um príncipe submarino que habitava as mais nobres profundezas onde um ser humano pode mergulhar.

Colasanti teve cinco casamentos e alguns casos famosos, com atrizes como Leila Diniz e Sônia Braga. A eterna “Gabriela” escreveu uma despedida em sua página no Facebook, reproduzindo uma foto em que os dois se beijam:
“Adeus Arduino! E foi assim que nos conhecemos, no filme “Mestiça, a Escrava Indomável”. Ele me levou para o Rio de Janeiro, moramos na casa da vila, nº 9. Viajamos para Paraty e moramos no veleiro Gaivota por um tempo na Urca. Vai em paz Arduino!”

Até o final do ano o ator poderá ser visto no curta-metragem “Depois da banda”, de Leila Barreto, que está em fase de finalização. O filme, inspirado na canção “A banda”, de Chico Buarque, traz Arduíno no papel do Velho Fraco, um dos personagens da clássica canção.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – RIO JANEIRO – 22/02/14)

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