Se tornou a primeira mulher trans indicada na categoria melhor atriz de série dramática do Emmy

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Primeira trans indicada à melhor atriz no Emmy atua há mais de 20 anos

 

Mj Rodriguez em foto de junho de 2021 — (Foto: Kevin Winter/Getty Images North America/Getty Images via AFP/Arquivo)

 

Mj Rodriguez, de ‘Pose’, é primeira mulher trans indicada ao Emmy na categoria principal de atuação

Atriz interpreta Blanca Evangelista e foi reconhecida pelo trabalho na terceira temporada.

 

A atriz e cantora Mj Rodriguez, de 30 anos, fez história em 13 de julho de 2021, ao se tornar a primeira mulher trans indicada na categoria melhor atriz de série dramática do Emmy, principal premiação internacional de televisão. A indicação veio pelo trabalho na terceira temporada da série “Pose”, disponível na Netflix, em que Mj interpreta a dona de casa Bianca Rodriguez-Evangelista, mas a carreira da atriz é longa, com uma trajetória consolidada no teatro.

 

Mj Rodriguez se tornou a primeira mulher trans a ser indicada ao Emmy na categoria principal de atuação. A atriz foi reconhecida pelo trabalho como a dona de casa e enfermeira Blanca Evangelista na série “Pose”.

Mj concorre na categoria de série dramática com Uzo Aduba (“In Treatment”), Olivia Colman e Emma Corrin (“The Crown”), Elisabeth Moss (“The Handmaid’s Tale”) e Jurnee Smollett (“Lovecraft Country”).

Nascida em Newark, no estado norte-americano de Nova Jersey, Michaela Antonia Jaé Rodriguez é filha de uma afro-americana com um porto-riquenho naturalizado americano e começou a atuar aos 7 anos de idade. Em entrevista ao site Entertainment Tonight, ela relembrou a infância difícil e os desafios que teve que superar para ser aceita como mulher e reconhecida como atriz.

 

Isso só mostra o que a condição humana é capaz de fazer. Eu sou um humano no final do dia. Tudo que eu queria era que o mundo me visse, eu queria que eles vissem que eu tinha algo a oferecer. Por mais que pareça cafona, é aquilo: o amor vence, p*rra!

Mj Rodriguez, em entrevista ao Entertainment Tonight

 

Ainda na entrevista, Mj agradeceu aos colegas da classe artística, que votam para definir os indicados ao Emmy, pelo reconhecimento.

 

“Ser reconhecida por meus pares significa muito para mim”, comentou a atriz, que recebeu elogios como esse, da roteirista de “Pose”, Janet Mock:

 

Três temporadas carregando uma série dramática em seus ombros esguios, mas poderosos.

 

A história de Mj com o Emmy, no entanto, não começou agora. No ano passado, ela escreveu um texto destacado no projeto In My Opinion (“na minha opinião”, em tradução livre), promovido pela premiação. Na publicação, com o título “Nós merecemos um lugar à mesa”, a atriz questionava a falta de representatividade de minorias em cerimônias como o próprio Emmy.

 

“A Academia de Televisão pode mostrar amor e apoio à nossa experiência, abrindo a porta para grupos marginalizados e nos deixando nos sentar à mesa, reconhecendo o trabalho árduo”, dizia parte do texto de Mj, publicado no site da própria Academia, sete meses antes da indicação para o Emmy.

 

A carreira

 

Mj, que também é cantora, ganhou notoriedade no teatro, principalmente em musicais, antes de chegar à televisão. Em 2011, aos 21 anos, ela foi destaque de uma remontagem do clássico “Rent”. Pelo trabalho no papel da drag queen Angel Dumott Schunard, ela levou o Clive Barnes Award, uma das premiações mais cobiçadas do teatro de musical dos Estados Unidos.

 

Após a transição, cujo processo começou em 2012, Mj participou de outros musicais do circuito off-Broadway, como “Burn All Night” e “Street Children”, antes de estrear na TV. Naquele mesmo ano, ela fez sua primeira aparição em uma série televisiva, uma pequena participação em “Nurse Jackie”.

 

Mesmo sem um grande papel até então, a estreia abriu portas dos principais estúdios de TV para Mj. Nos anos seguintes, ela atuou em papéis maiores, como “The Carrie Diaries” (2013), sobre a adolescência de Carrie Bradshaw, personagem de “Sex and The City” e “The Whitlock Academy” (2015).

 

No cinema, Mj participou de alguns curtas-metragens entre os anos de 2015 e 2018, antes de atuar nos longas “The Big Take” (2018) e “O Verão de Adam” (2020). Como cantora, ela ganhou destaque na participação do single “Home”, que faz parte da trilha sonora de “Pose”.

 

A transição

 

Com mais de 20 anos de carreira, foi há pouco menos de uma década que ela decidiu fazer a transição com hormônios femininos. Foi em 2012, logo após o primeiro trabalho de sucesso, em “Rent”. Ela, então, decidiu entrar em um hiato profissional para realizar o processo da melhor maneira possível.

 

Em 2016, em entrevista ao site Playbill, Mj falou sobre a decisão:

 

Sempre senti que era a mesma pessoa. Nunca houve realmente qualquer mudança. Havia apenas uma evolução que precisava acontecer. Havia um aprimoramento que precisava ocorrer — aprimoramento mental, aprimoramento físico, todas essas coisas — mas isso era especificamente para mim, e eu precisava de tempo para mim.

 

Mj, em entrevista ao site Playbill sobre o processo de transição, em 2016

 

O Emmy mais inclusivo

 

Em 2014, Laverne Cox foi a primeira trans a ser indicada ao Emmy, porém em uma categoria de menor destaque. Naquele ano, ela concorreu como atriz convidada, pelo trabalho em “Orange Is The New Black”. Ela também esteve entre as indicadas ao prêmio nas edições de 2017, 2019 e 2020. Mj é a primeira pessoa trans a concorrer em uma das principais categorias do evento.

 

Na disputa pela estatueta de melhor atriz em série dramática deste ano, Mj concorre com Uzo Aduba (de “In Treatment”), Elisabeth Moss (de “The Handmaid’s Tale”), Jurnee Smollet (de “Lovecraft Country”) e Olivia Colman e Emma Corrin (ambas de “The Crown”).

 

A cerimônia vai ser realizada no dia 19 de setembro, em Los Angeles, com apresentação de Cedric the Entertainer e público ainda limitado devido à pandemia de Coronavírus.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2021/07/13 – POP & ARTE / NOTÍCIA / Por G1 – 13/07/2021)

(Fonte: https://www.uol.com.br/splash/noticias/2021/07/14/emmy- NOTÍCIAS / EMMY / por Breno Boechat De Splash, no Rio – 14/07/2021)

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