Romy Schneider, tornou-se especialista de tipos ingênuos e adoráveis como Sissi, encarnando Elizabeth da Áustria

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Romy Schneider tornou-se uma das principais atrizes do cinema europeu

Romy Schneider tornou-se uma das principais atrizes do cinema europeu

 

Romy: atriz e estrela

Romy Schneider (Viena, 23 de setembro de 1938 – Paris, 29 de maio de 1982), atriz austríaca. Marie Albach-Retty – seu verdadeiro nome -, 43 anos e 59 filmes. Uma das maiores atrizes europeias, além da beleza, a coragem e sobretudo o talento de Romy Schneider brilharam em aventuras no cinema. Nasceu em Viena, 23 de setembro de 1938.

Filha e neta de atores, Romy tinha 15 anos e estudava para tornar-se desenhista de modas quando enfrentou as câmaras pela primeira vez. Queriam uma moça engraçadinha e talentosa para participar de Quando os Lilases Florescem Novamente – ela aceitou e logo se tornou uma especialista na construção de tipos ingênuos e adoráveis. Foi assim que, aos 17 anos, fez Sissi, de Ernest Marischka (1893-1963), encarnando Elizabeth da Áustria. O sucesso foi tão grande que o mesmo personagem voltaria em mais dois filmes milionários e só não filmaram Sissi capítulo IV porque a própria Romy Schneider não quis.

Embora empolgasse Walt Disney, consagrado criador de obras açucaradas para adolescentes, Romy sonhava com diretores como Orson Welles e Luchino Visconti. Com o primeiro fez O Processo; com o outro Bocaccio 70 –e ambos mostraram ao mundo que ela sabia muito mais coisas além de sorrir e encantar. Incansável, fazia em média dois filmes por ano. Preocupada com os direitos da mulher, assinou um manifesto pela liberação do aborto na Alemanha, confessando que já tinha sido obrigada a praticá-lo – e quase sofreu um processo por causa disso. Incomodada por tantos acasos infelizes na vida, afirmou, no início de 1982, “que pretendia nascer de novo”. Não conseguiu.

Das poucas artistas de cinema que sabiam ser atriz, como em Ludwig, de Luchino Visconti, e também estrela quando preciso, como em O que É que Há, Gatinha?, Romy parecia destinada a colher, em sua vida pessoal, uma desgraça proporcional ao sucesso nas telas. Há cinco anos, o alemão Harry Meyen, seu primeiro marido, se enforcou, deixando-a sozinha para criar David, único filho do casal. Em 1981, ao escalar a cerca da casa de seus avós, o próprio David, 14 anos, sofreria um acidente fatal : uma ponta de ferro perfurou sua barriga e o matou.

Com uma vida já marcada por acontecimentos tão trágicos, que no dia 29 de maio de 1982, em Paris, comoveria o mundo pela última vez. Poucas horas depois de se despedir de seu namorado Laurent Petin, foi encontrada morta no seu apartamento em Paris, deixando órfã sua filha Sarah, de 5 anos, fruto do casamento com Daniel Biasini, seu ex-secretário. Romy morreu em 29 de maio de 1982, de parada cardíaca, aos 43 anos. O ator e seu ex-noivo Alain Delon publicou, na revista Paris Match, uma longa e pungente carta de despedidas. Como ele, a França e o mundo tentaram, não sem dificuldades, acostumar-se à ideia de que o talento a beleza, a coragem de Romy Schneider, não mais brilharão em aventuras no cinema.

 

 

(Fonte: Veja, 9 de junho, 1982 – Edição 718 – Datas – Pág; 130)

 

 

 

 

 

 

 

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