Roberto Carlos entra pela primeira vez num estúdio de gravação

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Roberto Carlos
O jovem dos tempos do iê-iê-iê mostrou ser um fenômeno ao se manter como um ídolo inconteste depois de enveredar pelos caminhos da música romântica.
Em 1959, um cantor capixaba de 18 anos entra pela primeira vez num estúdio de gravação. Esforçando-se por imitar João Gilberto, registra duas faixas em estilo bossa nova. O disco revela-se um fiasco. Rejeitado por várias gravadoras, o estreante pena até arranjar uma chance na Columbia. A oportunidade, porém, lhe chega com algumas condições:
Não grave bossa nova nem rock. Faça música de juventude – diz o diretor do estúdio.
A determinação é seguida à risca. Cantando a fascinação por carros envenenados e a paquera com os brotos papo-firme, Roberto Carlos bate recordes de vendagem. A consagração vem em 1965, quando é convidado a apresentar na TV o programa Jovem Guarda. Franja copiada dos Beatles, medalhões no peito, anéis imensos e pulseiras, Roberto provoca histeria entre as adolescentes cantando Calhambeque e Quero que Vá Tudo pro Inferno. Para manter a fama de galã, dispensa cuidados extremados à aparência. Nunca lê as reportagens escritas sobre ele. Apenas examina se está bem nas fotos.
A febre da Jovem Guarda cede em 1968, quando as audiências do programa de TV despencam. Uma dezena de músicos surgida na onda do iê-iê-iê desaparece do mapa. É o momento em que Roberto Carlos demonstra ser um fenômeno autêntico, justificando a alcunha de Rei. Transforma-se em cantor romântico e faz pipocar megassucessos como Detalhes, Emoções e Amigo. Gravando um álbum a cada ano, vende em três décadas 70 milhões de discos, fenômeno sem paralelo no Brasil.
Em 1999, pela primeira vez em 25 anos, não estrela o programa especial de fim de ano na TV Globo. A mulher, Maria Rita, gravemente enferma, vive seus últimos dias.
Quero ficar cada minuto com ela – justifica.
uma das raras vezes em que a intimidade do Rei vem a público. Apesar da grande popularidade, Roberto Carlos sempre se esforçara por proteger a vida pessoal. Sequer comenta o acidente (foi atropelado por um trem) que o fez perder o pé esquerdo aos seis anos.
Tampouco fala de suas manias e superstições. Certa vez, encontrou no piso do avião uma libélula com a asa partida. Remendou o corte com fita adesiva e conduziu cuidadosamente o inseto até seu camarim, a fim de certificar-se da recuperação. Noutra ocasião, dedicou-se a procurar com uma lanterna o sapo que havia atropelado na estrada. Queria socorrê-lo. Roberto também tem o hábito de conversar diariamente com suas folhagens e instrumentos musicais, reservando a cada um palavras de carinho e incentivo.

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