Rachel Coelho Menezes de Souza, mulher que virou ícone do desgaste da ditadura militar

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Ela protagonizou foto que se tornou símbolo de luta contra ditadura.

Aos 5 anos, ela se negou a estender a mão para Figueiredo.

Rachel Coelho Menezes de Souza, mulher que virou ícone do desgaste da ditadura militar

Rachel Coelho Menezes de Souza, mais conhecida como Rachel Clemens, foi a mulher que, quando criança, protagonizou uma das imagens mais representativas do desgaste da ditadura militar no Brasil, foi fotografada no momento em que se recusava a estender a mão para o então presidente, o general João Baptista Figueiredo (1979-1985).

A menina Rachel Clemens Coelho se recusa a cumprimentar o presidente Figueiredo (Foto: Guinaldo Nicolaevsky)

A menina Rachel Clemens Coelho se recusa a
cumprimentar o presidente Figueiredo
(Foto: Guinaldo Nicolaevsky)

 

A fotografia em que a Rachel aparece é de Guinaldo Nicolaevsky, mas ele morreu em 2008 sem conhecê-la. Publicada em diversos jornais e revistas, no Brasil e no exterior, a imagem se tornou símbolo da luta contra a ditadura.

Entretanto, ao se recusar a cumprimentar Figueiredo, a garotinha não pretendia, de fato, afrontar o último presidente do regime militar. Em entrevista ao Jornal da Globo, concedida em junho de 2011, contou que estava ansiosa para falar com o general. O encontro aconteceu em setembro de 1979, em Belo Horizonte, quando Rachel tinha apenas 5 anos. Na entrevista, ela relembrou que, no dia anterior ao registro da fotografia, o pai dela havia comentado que iria almoçar com o presidente. Então, insistiu para que a mãe a levasse para ver Figueiredo no Palácio da Liberdade.

Quando chegou lá, ela realmente conseguiu chegar perto do general. “Virei pra ele: ‘você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje’? Aí todo mundo ficava assim: ‘dá a mão pra ele, dá a mão pra ele’. Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele”.

Antes de morrer, o fotógrafo tentou encontrar a menina da foto. Amigos chegaram a fazer uma campanha em blogs na internet, sem sucesso. Rachel contou ao Jornal da Globo que, um dia, sua mãe recebeu um arquivo pela internet com as cem fotos que marcaram o século, é lá estava o registro da menina que cruzou os braços diante da mão esticada de Figueiredo. Depois disso, ela fez uma pesquisa em um site de busca e tomou conhecimento da campanha para achá-la.

Rachel Clemens cresceu em Belo Horizonte, formou-se em comércio exterior, fez pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e morou e trabalhou em vários países.

Rachel Clemens morreu em Belo Horizonte, em 11 de abril de 2015. Rachel, que tinha 40 anos, foi atendida por médicos do pronto-atendimento, com quadro de parada cardiorrespiratória. Segundo a assessoria da unidade de saúde, foram realizados procedimentos de ressuscitação, mas ela não resistiu.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.082 – 16 de abril de 2015 – TRIBUTO – Pág: 33)

(Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2015/04 – MINAS GERAIS/ Raquel Freitas Do G1 MG – 14/04/2015)

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