Qaboos bin Said, sultão de Omã, país do Golfo Árabe, monarca absoluto, era o líder árabe a ficar mais tempo no poder

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Sultão de Omã, Qaboos bin Said, ficou conhecido como mediador no Oriente Médio

 

No poder desde um golpe pacífico em 1970, ele não teve filhos e não indicou publicamente um sucessor.

País manteve neutralidade em meio a conflitos e ajudou nas negociações do acordo entre EUA e Irã em 2013

 

 

Qaboos bin Said al-Said (Salalá, 18 de novembro de 1940 – 10 de janeiro de 2020), sultão de Omã, país do Golfo Árabe, que liderou o país por 50 anos e não deixou herdeiros. Ele comandava a monarquia árabe desde julho de 1970.

 

Qaboos bin Said foi um líder confiável e experiente que conseguiu equilibrar laços entre dois vizinhos envolvidos em uma luta regional, a Arábia Saudita, a oeste, e o Irã, ao norte, além dos Estados Unidos.

 

O sultão de Omã, foi um dos governantes mais antigos do Oriente Médio e que manteve a neutralidade do país nas lutas regionais, foi um líder experiente e de confiança, visto como o pai do moderno Omã, que equilibrou os laços entre dois vizinhos travados em uma luta regional, a Arábia Saudita, a oeste, e o Irã, ao norte, além dos Estados Unidos.

 

O sultão de Omã Qaboos bin Said, um dos governantes mais antigos do Oriente Médio que manteve a neutralidade do país nos conflitos regionais, governava desde que assumiu após um golpe em 1970, com a ajuda do antigo poder colonial britânico e sempre foi apoiado pelo Ocidente.

 

Qaboos chegou ao poder em 1970, depois de aplicar um golpe em seu próprio pai, Said bin Taimur (1910-1972). Ao sultão é atribuída a modernização e o desenvolvimento do país, que não conta com grandes reservas de petróleo como os demais vizinhos do Golfo Pérsico.

 

Qaboos era uma liderança respeitada no mundo árabe desde que chegou ao poder em 1970, quando liderou um golpe de estado com a ajuda do Reino Unido contra seu próprio pai, o sultão Said bin Taimur

 

Ele buscou transformar o sultanato, até então completamente fechado ao mundo e submetido a um rígido controle religioso.

Monarca absoluto, era o líder árabe a ficar mais tempo no poder. Além de chefe de estado, era primeiro-ministro supremo, comandante das Forças Armadas, ministro das Finanças, da Defesa e das Relações Exteriores.

Nas últimas décadas, Qaboos manteve apoio do Ocidente se projetou como um hábil negociador na região, a ponto de facilitar diálogos sobre o acordo envolvendo o programa nuclear do Irã, e ao mesmo tempo manter sua posição no Conselho de Cooperação do Golfo, de forte influência saudita.

O país árabe tem posição neutra entre Estados Unidos e Irã, e serviu de mediador para as negociações que levaram ao acordo nuclear.

 

 

Sucessão

 

Qaboos não teve filhos e não indicou publicamente um sucessor. Um estatuto de 1996 diz que a família governante escolherá quem ocupará seu lugar dentro de três dias após o trono se tornar vago.

Depois do período de luto oficial, todos os 50 homens membros da família real escolherão o novo sultão. Se não houver consenso, um conselho de oficiais militares e de segurança, chefes da Suprema Corte e chefes das duas assembleias colocará no poder a pessoa cujo nome foi secretamente escrito pelo sultão em uma carta selada.

Repercussão

 

Após o anúncio, a embaixada dos Estados Unidos em Omã divulgou um comunicado lamentando a morte do sultão e oferecendo condolências.

“A Embaixada dos Estados Unidos da América está profundamente triste ao saber da morte de Sua Majestade o Sultão Qaboos. Perdemos um dos grandes líderes do mundo – um visionário responsável pela prosperidade e progresso de Omã durante o último meio século.

Oferecemos as mais profundas condolências e simpatia à família de Sua Majestade e ao povo do Sultanato de Omã.

Sua liderança firme incorporava sua sinceridade, generosidade, tolerância e profundo amor por seu país. Sua Majestade sultão Qaboos fará falta não apenas ao povo de Omã, mas também a seus amigos e admiradores de todo o mundo, inclusive aos Estados Unidos”, diz o texto.

Venerado em Omã, pouco se sabe da vida privada de Qaboos, que nunca se casou ou teve filhos.

 

Qaboos bin Said al-Said faleceu em 10 de janeiro de 2020. Ele tinha 79 anos e estava com um câncer. Seu primo Haitham bin Tariq al-Said foi nomeado sucessor em uma transição tranquila.

 

Omã e outros países do Golfo declararam três dias de luto oficial com bandeiras a serem levantadas a meio mastro para Qaboos.

A televisão estatal transmitiu imagens do cortejo fúnebre pela rua Sultan Qaboos, na capital, Mascate, em meio a uma segurança reforçada e a população estendendo as mãos e tirando fotos. O caixão, envolto na bandeira de Omã, foi levado para a Grande Mesquita do Sultão Qaboos, onde centenas de pessoas se uniram às orações.

 

Qaboos bin Said não deixou filhos e será sucedido pelo primo Haitham bin Tariq al-Said.

Haitham estava de frente para o caixão, com a adaga curva tradicional, ou khanjar, presa à cintura. Qaboos foi enterrado mais tarde em um cemitério da família.

Em um discurso televisionado, Haitham prometeu apoiar a política de coexistência pacífica e relações amistosas com todas as nações, enquanto desenvolve Omã.

— Continuaremos a ajudar na resolução pacífica de disputas.

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/10 – MUNDO / NOTÍCIA / Por G1 – 10/01/2020)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO / DUBAI / Por Reuters – 11/01/2020)

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / Por Lisa Barrington e Nayera Abdallah – 11 JAN 2020)

Reuters – Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters.

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