Primeira viagem de volta ao mundo

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Primeira viagem de volta ao mundo

 

Grandes navegações europeias aconteceram entre os séculos XV e XVI

 

 

Fernão de Magalhães e a primeira circum-navegação do planeta

Réplica da nau Victoria, que completou a volta ao globo iniciada por Magalhães. (Foto: Picture-Alliance/dpa/Fundación Nao Victoria)

 

 

Fernão de Magalhães e a primeira circum-navegação do planeta

 

Há cinco séculos, navegador português partia para encontrar passagem que liga Atlântico e Pacífico no extremo sul do continente americano. Celebrado sobretudo no século 19, hoje o culto a Magalhães é questionado.

 

Retrato de Fernão de Magalhães, no Museu Municipal de Sevilha. (imago-images/Leemage)

 

 

 

Em 10 de agosto de 1519, Fernão de Magalhães iniciou a primeira viagem de circum-navegação do planeta, um dos momentos fundamentais entre as grandes “descobertas” de navegantes europeus nos séculos XV e XVI.

 

 

Para evitar a presença otomana que tinha o monopólio do comércio com a Índia, Portugal — impulsionado pelo Infante D. Henrique, o Navegante — se lança a explorar a costa africana, de dimensões até aquele momento desconhecidas para os europeus.

 

 

Menos de 30 anos após a morte de D. Henrique, o português Bartolomeu Dias chegou ao extremo sul da África, em 1488. Deu à essa região de difícil navegação o nome de “Cabo das Tormentas”, mais tarde alterado para “Cabo da Boa Esperança”.

 

 

A passagem permite chegar ao Oceano Índico desde o Atlântico. Dias continuou sua viagem pela costa oriental da África, mas foi forçado a retornar e morreu num naufrágio em 1500 durante uma viagem para Índia.

 

 

Colombo chega à América

 

 

Uma réplica da caravela “Santa Maria”, de Cristóvão Colombo, navega pelo rio Hudson, para lembrar os 500 anos de sua chegada ao continente americano.

 

 

O genovês Cristóvão Colombo realizou, entre 1492 e 1504, quatro viagens através do Oceano Atlântico para a coroa da Espanha. Em sua primeira expedição, chegou às ilhas hoje chamadas de Bahamas, e posteriormente a uma ilha que chamou Hispaniola (atual Haiti e República Dominicana).

 

 

Colombo chegou ao continente em sua quarta viagem, quando alcançou a costa da atual Venezuela; e, até sua morte, em maio de 1506, foi conhecido por ter chegado à costa da Índia.

 

 

O navegador florentino Américo Vespúcio (nascido em 1454 e morto em 1512) foi o primeiro a compreender que se tratava de um novo continente, até esse momento desconhecido pelos europeus. Em sua homenagem, a partir de 1507, esse território passou a ser chamado de América.

 

 

Em 1494, Espanha e Portugal, que dominavam os oceanos, assinaram um tratado na localidade espanhola de Tordesilhas em que dividiram o “Novo Mundo”, que se comprometeram a evangelizar.

 

 

 

Vasco de Gama alcança a Índia

 

 

Junto ao rio Tejo, em Lisboa, está o Monumento aos Descobrimentos, que mostra o Infante D. Henrique e outros famosos navegantes portugueses.

 

 

O português Vasco da Gama se transformou no primeiro europeu a chegar à Índia circulando toda a costa africana.

 

 

Zarpou da foz do rio Tejo em julho de 1497, chegou à costa africana e finalmente alcançou a Índia em maio de 1498. Em uma segunda expedição, fundou o primeiro assentamento comercial de Portugal na Ásia, na cidade de Cochin, na Índia.

 

 

Nomeado vice-rei da Índia, morreu em 24 de dezembro de 1524.

 

 

Pedro Álvares Cabral desembarca no Brasil

 

 

Pedro Álvares Cabral saiu de Lisboa em março de 1500 à frente de 13 caravelas a serviço da coroa portuguesa. Navegou na direção sudoeste, para aproveitar os ventos predominantes no Atlântico Sul, e chegou à “Ilha de Vera Cruz” em 22 de abril desse mesmo ano. Tratava-se da costa do Brasil, no litoral sul do atual estado da Bahia.

 

 

Após reclamar o território para a coroa de Portugal, a expedição cruzou novamente o Atlântico e passou pelo Cabo da Boa Esperança até chegar à Índia. Finalmente, retornou a Portugal carregada de especiarias, mas somente com metade da frota que havia iniciado a viagem.

 

 

Mas a primeira viagem comprovada ao atual território brasileiro foi do espanhol Vicente Yáñez Pinzón, que chegou à costa de Pernambuco em janeiro de 1500, vários meses antes de Cabral. Apesar disso, não pode reclamar o território para a coroa da Espanha graças ao tratado de Tordesilhas.

 

 

 

A circum-navegação de Magalhães

 

 

 

O português Fernão de Magalhães é o autor da primeira circum-navegação, da qual foi capitão.

 

 

Após ter participado da conquista portuguesa da Rota das Especiarias, ofereceu seus serviços à coroa espanhola e ao jovem Rei Carlos I.

 

 

Em 10 de agosto de 1519 partiu de Sevilha com cinco navios e 237 homens na direção oeste. Franqueou o estreito que hoje leva seu nome, no extremo da América do Sul, e entrou em um oceano que batizou “Pacífico”. Em 1521 chegou às Filipinas, onde morreu durante um combate contra indígenas locais.

 

 

O basco Juan Sebastián Elcano assumiu o comando da expedição após ao morte de Magalhães. Ele regressou à Espanha em 1522, com apenas um barco e cerca de 20 marinheiros sobreviventes, completando dessa forma a circum-navegação do planeta.

 

 

 

Cartier explora o Canadá

 

 

 

O francês Jacques Cartier passou parte de sua juventude como navegador, até que o rei Francisco I o designou para liderar uma expedição em busca de uma passagem do Atlântico para o Pacífico pelo norte do continente americano.

 

 

Em 1534 chegou a um enorme golfo (hoje chamado de Golfo de São Lourenço) e explorou toda a região, que chamou “Canadá” (do iroquês “Kanata”, “aldeia”). Cartier fez três viagens a esse local entre 1534 e 1542.

 

 

 

 

Há cinco séculos navegantes europeus zarparam para explorar o mundo

Relembre as viagens que mudaram o rumo da história mundial e construíram a sociedade que conhecemos hoje.

 

 

Dias passa pelo Cabo da Boa Esperança

 

 

Navegações de Bartolomeu Dias em sua viagem ao Cabo da Boa Esperança. (Imagem: Getty Images)

 

 

 

 

Para evitar a presença otomana que tinha o monopólio do comércio com a Índia, Portugal – impulsionado pelo Infante D. Henrique, o Navegante – se lança a explorar a costa africana, de dimensões até aquele momento desconhecidas para os europeus.

 

 

 

Menos de 30 anos após sua morte de D. Henrique, o português Bartolomeu Dias chegou ao extremo sul da África, em 1488. Deu à essa região de difícil navegação o nome de “Cabo das Tormentas”, mais tarde batizado de “Cabo da Boa Esperança”.

 

 

A passagem permite chegar ao Oceano Índico desde o Atlântico. Dias continuou sua viagem pela costa oriental, mas foi forçado a retornar e morreu em um naufrágio em 1500 em uma viagem para Índia. 

 

 

Colombo chega à América

 

 

Cristóvão Colombo no porto de Palos, em Cartagena (Imagem: Getty Images/iStockphoto)

 

O genovês Cristóvão Colombo realizou entre 1492 e 1504 quatro viagens através do Oceano Atlântico para a coroa da Espanha. Em sua primeira expedição, chegou às ilhas hoje chamadas de Bahamas, e posteriormente a uma ilha que chamou Hispaniola (atual Haiti e República Dominicana). 

 

 

Colombo chegou ao continente em sua quarta viagem, quando alcançou a costa da atual Venezuela, e até sua morte, em maio de 1506, foi conhecido por ter chegado à costa da Índia. 

 

 

O navegador florentino Américo Vespúcio (nascido em 1454 e morto em 1512) foi o primeiro a compreender que se tratava de um novo continente, até esse momento desconhecido pelos europeus, e em sua homenagem a partir de 1507 esse território passou a ser chamado de “América”. 

 

Em 1494, Espanha e Portugal, que dominavam os oceanos, assinaram um tratado na localidade espanhola de Tordesilhas em que dividiram o “Novo Mundo”, que se comprometeram a evangelizar. 

Vasco da Gama alcança a Índia

 

 

Mapa dos percursos das grandes navegações (Imagem: Getty Images)

O português Vasco da Gama se transformou no primeiro europeu a chegar à Índia circulando toda a costa africana.

 

 

Nomeado vice-rei da Índia, morreu em 24 de dezembro de 1524. 

Zarpou da foz do rio Tejo em julho de 1497, chegou à costa africana e finalmente alcançou a Índia em maio de 1498. Em uma segunda expedição, fundou o primeiro assentamento comercial de Portugal na Ásia, na cidade de Cochin, na Índia. 

 

Pedro Álvares Cabral desembarca no Brasil

 

 

A cena do Descobrimento do Brasil, quadro em madeira do artista Tarcísio Andrade, na loja Alma Brasileira, em Natal (Imagem: Cris Gutkoski/UOL)

 

Pedro Álvares Cabral saiu de Lisboa em março de 1500 à frente de 13 caravelas à serviço da coroa portuguesa. Navegou na direção sudoeste, para aproveitar os ventos, e chegou à “Ilha de Vera Cruz” em 22 de abril desse mesmo ano: se tratava da costa do Brasil, no litoral sul do atual Estado da Bahia. 

 

 

Após reclamar o território para a coroa de Portugal, a expedição cruzou novamente o Atlântico e passou pelo Cabo da Boa Esperança até chegar à Índia. Finalmente retornou a Portugal carregado de especiarias, mas somente com metade de sua frota. 

 

Mas a primeira viagem comprovada ao atual território brasileiro foi do espanhol Vicente Yáñez Pinzón, que chegou à costa de Pernambuco em janeiro de 1500, vários meses antes de Cabral. Apesar disso, não pode reclamar o território para a coroa da Espanha graças ao Tratado de Tordesilhas. 

A circum-navegação de Magalhães

 

 

Primeira circum-navegação, capitaneada por Fernão de Magalhães (Imagem: Getty Images)

 

 

O português Fernão de Magalhães é o autor da primeira circum-navegação, da qual foi capitão.

 

 

Após ter participado da conquista portuguesa da Rota das Especiarias, ofereceu seus serviços à coroa espanhola e ao jovem Rei Carlos I.

 

 

Em 10 de agosto de 1519 partiu de Sevilha com cinco navios e 237 homens na direção oeste. Franqueou o estreito que hoje leva seu nome, no extremo da América do Sul, e entrou em um oceano que batizou “Pacífico”. Em 1521 chegou às Filipinas, onde morreu durante um combate contra indígenas locais.

 

 

O basco Juan Sebastián Elcano assumi o comando da expedição após ao morte de Magalhães, e regressou à Espanha em 1522, com apenas um barco e cerca de 20 marinheiros sobreviventes, completando dessa forma a circum-navegação do planeta. 

 

Cartier explora o Canadá

 

 

 

Ilustração da chegada de Cartier ao Rio São Lourenço, no Canadá (Imagem: Getty Images)

 

O francês Jacques Cartier passou parte de sua juventude como navegador, até que o rei Francisco I o designou para liderar uma expedição em busca de uma passagem do Atlântico para o Pacífico pelo norte do continente americano. Em 1534 chegou a um enorme golfo (hoje chamado de Golfo de São Lourenço) e explorou toda a região, que chamou “Canadá” (do iroquês “Kanata”, “aldeia”).

 

 

Cartier fez três viagens a esse local entre 1534 e 1542.

 

(Fonte: https://www.uol.com.br/viagem/noticias/afp/2019/08/08 – VIAGEM / NOTÍCIAS / Por AFP – 08/08/2019)

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(Fonte: https://exame.abril.com.br/mundo/primeira viagem de volta ao mundo – MUNDO / Primeira viagem de volta ao mundo / Fernão de Magalhães / Por AFP – 8 ago 2019)

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Fernão de Magalhães e a primeira circum-navegação do planeta

Há cinco séculos, navegador português partia para encontrar passagem que liga Atlântico e Pacífico no extremo sul do continente americano. Celebrado sobretudo no século 19, hoje o culto a Magalhães é questionado.

Na Espanha, a partir de 10 de agosto de 2019 festeja-se um evento desencadeado por obra do acaso: o 500º aniversário da partida para a primeira circum-navegação do planeta, iniciada por Fernão de Magalhães. Cavaleiro endurecido pelas lutas e marinheiro à prova de tempestades desde jovem, ele não poderia imaginar que faria uma contribuição vital para a primeira volta ao redor da Terra.

Magalhães nasceu no norte de Portugal por volta de 1480, numa família da baixa nobreza. Católico convicto, ele foi influenciado pela visão de mundo religiosa da Baixa Idade Média e pela ideia de cristianizar o planeta. Magalhães faz parte de uma mudança épica dos tempos, da Idade Média à era moderna.

Contando 12 anos quando Cristóvão Colombo “descobriu” a América, para o aventureiro intrépido e de boa constituição física o início da era colonial chegou na hora certa. Desde jovem, destacou-se em missões militares – provavelmente visando ascender à alta nobreza, segundo historiadores.

 

 

Magalhães foi o primeiro a chegar à Índia ou à Península da Malásia em navios portugueses de especiarias e de guerra. Durante oito anos lutou em palcos de guerra na Ásia e no norte da África. Em 1512, juntamente com outros navegadores, partiu para as chamadas “Ilhas das Especiarias”. Somente lá, nas lendárias terras pertencentes ao arquipélago das Molucas, no Sudeste Asiático, florescia a noz-moscada e, sobretudo, o cravo-da-índia.

 

 

Esses preciosos e exóticos intensificadores de sabor prometiam riqueza, pois eram pesados a ouro nos mercados europeus. A participação do navegador português na venda das especiarias ali adquiridas assegurou inicialmente sua subsistência, mas ao mesmo tempo despertou o desejo de mais.

 

 

 Fernão de Magalhães

Descoberta do Estreito de Magalhães, 500 anos atrás, custou dezenas de vidas.

 

 

Após uma discussão com o rei de Portugal, a partir de 1517 Fernão de Magalhães passou a navegar sob bandeira espanhola. Seu patrão era o rei Carlos 1°, conhecido mais tarde como Carlos 5°, soberano do Sacro Império Romano Germânico.

 

 

O historiador Christian Jostmann conta que o teólogo e escritor espanhol Bartolomé de las Casas descreve Magalhães como pequeno e antes insignificante, mas extraordinariamente carismático. “Quando necessário, ele sabia se promover brilhantemente, conseguindo entusiasmar as pessoas sobre si próprio, suas ideias e grandes objetivos”. Não é de admirar que tenha convencido o rei espanhol a financiar sua viagem às Molucas.

Mas não era apenas perspectiva de riqueza que fez Carlos 1° concordar, ele também foi movido por razões geopolíticas: no fim do século 15, Espanha e Portugal dividiram entre si o mundo então conhecido, mas não era claro a quem pertenciam as Molucas, hoje pertencentes à Indonésia.

Uma rota ao redor do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, estava fora de questão por estar bloqueada pelos portugueses. Para evitar cruzar qualquer área reivindicada por seus conterrâneos, Magalhães planejou encontrar uma rota marítima ocidental para as Molucas. Desde Colombo, cerca de 500 navios haviam tentado em vão achar uma passagem através do continente americano.

A Armada das Molucas – cinco navios totalmente reformados, equipados com canhões – deixou Sevilha em 10 de agosto de 1519, partindo para Sanlúcar de Barrameda, no litoral do Oceano Atlântico. De lá, a frota zarpou com cerca de 240 tripulantes em 20 de setembro.

 

 

“Enriquecer, fundar colônias para a Espanha, cristianizar e, em nível pessoal, a perspectiva de ascensão social: com esses objetivos, Magalhães partiu”, explica o historiador Christoph Jostmann, que se ocupou intensamente do navegador português. Em seu livro recente, Magellan oder Die erste Umsegelung der Erde (Magalhães ou a primeira circum-navegação da Terra), ele descreve vividamente o que o aventureiro e seus companheiros vivenciaram nessa primeira volta ao redor do globo: tempestades, calmarias, fome, sede, doenças, motins e conflitos mortais com os povos indígenas.

 

 

“Isso não tem nada a ver com romantismo da navegação”, aponta Jostmann. “Cerca de 50 homens viveram por meses numa banheira de madeira, que talvez tivesse uma área de 150 metros quadrados, sem instalações sanitárias, sem cozinha, sem privacidade. A comida era modesta, quase não havia cuidados médicos; além disso, a incerteza de uma missão suicida.”

 

 

Primeiro a frota navegou para as Ilhas Canárias; depois, ao longo da costa africana, até Serra Leoa. No ponto mais estreito, atravessou o Atlântico e alcançou o continente americano, na altura de onde hoje fica o Rio de Janeiro.

 

 

Continuou ao longo da costa leste da América do Sul, sempre em busca da hipotética passagem para o oeste, num processo extremamente penoso. A frota teve que atracar para passar o inverno, a situação de abastecimento ficou cada vez mais difícil, o clima a bordo dos navios foi piorando cada vez mais. Houve um motim.

 

 

Magalhães se manteve perseverante: em 21 de outubro de 1520, descobriu um cabo e navegou entre a ponta sul do continente americano e a Ilha Grande da Terra do Fogo, num vasto labirinto de canais, embora um primeiro navio tenha se perdido. Outra caravela aproveitou a confusão para escapar de volta para a Espanha. Mas a tão esperada passagem através de águas marcadas pela tempestade foi encontrada, graças a muita sorte. A armada reduzida levara seis semanas para chegar ao Oceano Pacífico.

 

 

Do sudeste do Pacífico, Magalhães seguiu durante três meses e meio em direção noroeste, sem se deparar com ilhas habitadas. Fome, sede e doença ceifaram 19 vidas, antes que se encontrasse água fresca e comida numa das Ilhas Marianas. Trágico é que a frota passou perto de uma série de ilhas que poderiam lhe ter fornecido água e alimentos, sem notar sua existência.

 

 

Finalmente, as tripulações – os 150 marinheiros restantes – aportaram em 21 de março de 1521, como primeiros europeus nas Filipinas. Para Fernão de Magalhães, era a estação final: seu objetivo era tomar posse dessas ricas ilhas para a Espanha e, possivelmente, mais tarde tornar-se seu governador.

 

 

“Quando ele chega às Filipinas, faz uma apresentação tão espetacular, que os nativos se convertem ao cristianismo em grande número e se submetem à Espanha”, relata o historiador Jostmann.

 

 

Mas nem todos. Ao tentar subjugar militarmente uma aldeia, em 21 de abril, Magalhães foi atingido por uma lança e um dardo envenenado e morreu. As caravelas restantes zarparam às pressas, tendo uma que ser afundada por não haver marinheiros suficientes.

 

 

Sob o comando de Juan Sebastián Elcano, os dois navios restantes partiram das Filipinas para as Ilhas das Especiarias. Ali, finalmente embarcaram a tão esperada carga. Para a volta, Elcano escolheu a rota do Cabo da Boa Esperança. O outro navio ainda restante fracassou no caminho do Pacífico.

 

 

Quase três anos após a partida da Armada das Molucas, a circum-navegação involuntária e não programada de Magalhães foi concluída por Elcano. Em 6 de setembro de 1522, a nau Victoria chegou ao porto espanhol de partida, Sanlúcar de Barrameda.

 

 

Dos 240 que partiram, cerca de 20 marinheiros sobreviveram e colheram a glória pela primeira circum-navegação historicamente documentada. Desde meados do século 19, a passagem ocidental homenageia Fernão de Magalhães com o nome Estreito de Magalhães.

 

 

Na época, Magalhães era exaltado por muitos intelectuais como herói e gênio. “Hoje, isso acabou e não se justifica”, aponta Christian Jostmann, especialmente tendo em vista a posterior colonização. “É preciso entendê-lo como um ser humano em sua época”, mas devendo-se também reconhecer sua ambição e força de vontade. Mas o historiador não vê qualquer razão para celebrar o navegador.

 

(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS / CULTURA / HISTÓRIA / Por Autoria Klaus Krämer (ca) – 10.08.2019)

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