Primeira promotora de Justiça do Brasil.

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PRIMEIRA PROMOTORA DE JUSTIÇA DO BRASIL
Sophia Galanternick Sturm (1913-2003), filha de imigrantes russos, nasceu em Pelotas, onde cursou a faculdade de Direito e foi convidada a participar de um tribunal de júri antes de terminar a faculdade. Foi a primeira promotora de Justiça do Brasil. Sophia destacou-se pelo pioneirismo em uma época marcada por preconceitos em relação a mulheres em cargos importantes.
Depois de ganhar duas causas, foi indicada por seus professores a ingressar na promotoria, sendo autorizada pelo então secretário do Interior, Miguel Tostes. Em 1941, prestou concurso público, sendo aprovada entre os primeiros colocados. Enfrentou o preconceito de superiores que consideravam desagradável a presença de uma mulher em um cargo de responsabilidade. Sophia só não foi afastada graças ao apoio do interventor Cordeiro de Farias.
Foi indicada para atuar em Carazinho, onde, pela fama obtida no início da carreira, foi recepcionada na estação ferroviária por dezenas de pessoas. Sophia se tornou uma personalidade da cidade, dando aulas na escola de contabilidade e sendo eleita princesa do Clube Comercial. Morava em um hotel onde também se hospedava um jovem estudante de Direito, Alberto Guilherme Sturm, com quem se casou.
Ficou famosa por ter enfrentado o poder militar e condenado, sob ameaças, um então general do Exército acusado de assassinato.
– Tinha uma personalidade muito forte, não aceitava injustiça.
A determinação de Sophia não foi vista com bons olhos pela ditadura de Getúlio Vargas e, em pouco tempo, ela foi transferida para Jaguari. Sophia recusou, alegando motivos pessoais, já que não queria prejudicar a carreira do marido, encerrando então sua curta história na promotoria.
Nos anos 50, mudou-se para a Capital, onde atuou, até em 1997, em um escritório de advocacia. Tinha um filho e deixa seu nome escrito na história do Ministério Público. Morreu no dia 12 de novembro, em Porto Alegre, aos 89 anos, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia.

(Fonte: Jornal Zero Hora – ANO 40 – N.º 13.972 – OBITUÁRIO – Porto Alegre, sábado, 22 de novembro de 2003 – Pág. 32)

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