Primeira mulher a presidir a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado

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Primeira mulher a presidir a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado

 

Primeira mulher a presidir a Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Kátia Abreu (PP-TO) diz a Universa que estava com Ernesto Araújo “entalado” até na terça-feira (18), quando fez críticas ao ex-ministro das Relações Exteriores na CPI da Covid. Em seus 20 minutos de fala, Abreu avaliou a postura de Araújo durante a pandemia como sendo a de um “negacionista compulsivo” e afirmou que ele “nos conduziu para o caos, para um iceberg, para um naufrágio”. Sua atuação rendeu memes nas redes, e o nome da senadora foi parar nos assuntos mais comentados do dia.

 

O descontentamento com Araújo é antigo: o ex-chanceler foi demitido dois dias depois de sugerir, em sua rede social, que Abreu teria feito lobby em favor da tecnologia chinesa no leilão do 5G. “Ali na CPI fui instrumento de desabafo de muitos brasileiros”, diz ela.

 

Primeira mulher eleita senadora do Tocantins, em 2006, Abreu diz que, mesmo com perfis diferentes, ela e as outras 11 colegas da bancada feminina do Senado estão alinhadas em muitas pautas, entre elas o combate à violência contra a mulher, e que precisam gritar mais do que gostariam para serem ouvidas pelos outros 69 parlamentares homens. Com isso, fala, são tachadas de histéricas quando se impõem, como aconteceu com a senadora Leila Barros (PSB-DF) na semana passada na CPI da Covid — além de ter sido interrompida ao falar, ouviu do senador Marcos Rogério (DEM-RO) que não precisava “ficar nervosa”.

 

“É engraçado que quando homem está falando alto, berra, ninguém fala que ele está nervoso. Fala que ele é macho. Quando é a mulher, está nervosa. E nervosa é prima primeira de histeria. Eles querem dizer é isso, que damos ataque, chilique”, afirma. E conta que hoje chama atenção até do marido, Moisés Gomes, quando é interrompida. “Falo: ‘olha o mansplaining’.”

 

A senadora de 59 anos entrou para a política a convite do ex-governador Siqueira Campos, do PSDB do Tocantins, em 1998: naquele ano, concorreu ao cargo de deputada federal e ficou na primeira suplência. Quatro anos depois foi a terceira deputada mais votada do Brasil, atrás, respectivamente, de Enéas Carneiro (1938-2007) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

 

Viúva aos 25 anos enquanto estava grávida do terceiro filho, o ex-vereador de Palmas Iratã Abreu — ela é mãe do também senador Irajá Abreu (PSD-TO) e de Iana —, herdou uma fazenda com plantação de soja e criação de boi, no sul do Tocantins. Por conta dessa experiência em agronegócio, se tornou a primeira mulher líder da bancada ruralista no Congresso e, depois, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no segundo governo de Dilma Rousseff (PT).

 

Em 2010, defendeu mudanças no Código Florestal, entre elas dar anistia a desmatadores e reduzir a área que o proprietário de terra e o Estado são obrigados a conservar, e recebeu do Greenpeace a réplica de uma motosserra de ouro e a alcunha de “Miss Desmatamento”. “Nunca pratiquei desmatamento ilegal na minha vida”, afirma.

 

Na entrevista a seguir, a senadora também defende o filho mais velho e colega de Senado, Irajá Abreu (PSD-TO), acusado de estupro por uma modelo de 22 anos. “Ele jamais seria capaz de fazer aquilo”, diz. A defesa do senador diz que o caso segue na fase de conclusão de inquérito, que confia no arquivamento do processo e que a modelo será processada por falsa acusação de crime e calúnia.

(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/05/20 – UNIVERSA / NOTÍCIAS / por Luiza Souto De Universa – 20/05/2021)

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