Primeira brasileira a receber pensão da União como reparação por tortura.

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PRIMEIRA BRASILEIRA A RECEBER PENSÃO DA UNIÃO
Vera Sílvia Magalhães (1948- ), economista e socióloga, natural do Rio de Janeiro. Musa da guerrilha aos 20 anos, em 1968, a menina de classe média alta do Rio de Janeiro ingressou na luta armada contra a ditadura militar. Treinava tiro, roubava carros e assaltava supermercados e bancos. Aos 21 anos, foi a única mulher a participar do seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick – ação que rendeu filme e série de TV.
Em 1969, presa, sobreviveu a três meses de surras, choques e pressão psicológica no DOI-Codi. Por decisão da 23ª Vara Federal do Rio, tomada em 22 de abril de 2002, foi a primeira brasileira a receber pensão da União como reparação por tortura. A pensão de Vera foi definida por 20 salários mínimos.
Até esta data, indenizações desse tipo só tinham sido pagas a famílias de mortos. Vera Sílvia levou 30 anos para entrar na Justiça. Incluída entre os 40 presos que foram trocados pela libertação de um embaixador alemão, Vera deixou o país em junho de 1976. Só voltou depois da anistia, em 1979. Morou a maior parte do tempo em Paris e estudou na Sorbonne, onde foi aluna de Fernando Henrique Cardoso. Chegou a trabalhar no governo do Rio de Janeiro, mas aposentou-se por invalidez.
“Destruíram minha saúde física e mental, mas me sobrou o principal, que é o sentido humano, ético e político”.

(Fonte: Revista ÉPOCA – Nº 207 – Editora GLOBO – BRASIL – Martha Mendonça, do Rio de Janeiro – 6 de maio, 2002 – Pág.44)

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