Pioneiro no uso do vídeo como expressão artística

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Foi pioneiro no uso do vídeo como expressão artística e explorou a imagem eletrônica na criação de filmes

A influência de Nam June Paik, pioneiro da videoarte.

 

Obra “Sfera/Punto eletrônico” durante a montagem da mostra de Nam June Paik no Oi Futuro – (Foto: Futuro Gustavo Miranda/ / Agência O Globo)

 

O sul-coreano, participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1975 e 1985

Nam June Paik (Seul, Coreia do Sul, 20 de julho de 1932 – Miami, Flórida, 29 de janeiro de 2006), artista de origem coreana, considerado o pai da videoarte. Integrante do grupo internacional Fluxus, caráter multidisciplinar do artista sul-coreano, foi pioneiro no uso do vídeo como expressão artística e explorou a imagem eletrônica na criação de filmes, performances e instalações que inauguraram um novo panorama das artes plásticas. Entre seus trabalhos mais importantes estão The More The Better, que reuniu 1 003 monitores de televisão nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988.

Considerado o pai da videoarte, o sul-coreano Nam June Paik membro do movimento artístico Fluxus, combinava o uso de música, vídeo e esculturas. Participou quatro vezes da Bienal de São Paulo -uma delas na 13ª edição, em 1975, com a obra “Jardim de TV”. No festival Videobrasil 11, em 1996, no qual foi homenageado, sua instalação “TV Buddha” virou “TV Preto Velho”: Paik trocou o Buda que via TV no original por um preto velho.

O trabalho do artista ganhou reconhecimento internacional através de exposições no Museu Guggenheim de Nova York e no Museum of Broadcast Communications de Chicago, entre outros. Grande parte de sua obra está à mostra no Museu Nam June Paik de Kyonggi, na Coreia do Sul.

A estreia artística de Paik aconteceu em 1963, na cidade alemã de Wiesbaden, com uma mostra individual intitulada “Exposition of Music-Electronic Television” [exposição de música, televisão eletrônica], na qual ele recorreu a 12 aparelhos de TV e os usou para criar diferentes efeitos com as imagens recebidas.

Considerado um dos pais da videoarte, o sul-coreano integrou uma série de linguagens artísticas, fazendo da tecnologia um meio de expressão. Aborda os últimos 20 anos da produção e inclui trabalhos criados por Paik entre o final dos anos 1980 e o início dos 1990.

Exposições posteriores incluíram ímãs, com que ele manipulava ou alterava as imagens em televisores para criar padrões de luz. Paik se mudou para Nova York em 1964 e começou a trabalhar com a violoncelista Charlotte Moorman, combinando vídeo e performances.

Numa delas, intitulada “TV Bra for Living Sculpture”, Moorman usou uma pilha de televisores com a forma de um violoncelo. Quando a violoncelista os tocava com o arco, os aparelhos exibiam imagens dela se apresentando e colagens com registros de outros músicos.

A partir de 1998, começou a usar laser em suas obras. Ele justificava o uso do laser vinculando-o a problemas de saúde decorrentes do derrame que o deixou parcialmente paralisado em 1996: “Tornei-me de certa forma religioso, preciso de algo que me libere da miséria cotidiana.”

Paik incorporou também aparelhos de TV a uma série de robôs. Os primeiros foram feitos com pedaços de fios e metal. Depois, com rádios e televisores velhos.

Foi um período muito interessante, quando ele começa a construir os robôs, utilizando monitores de TV, rádios e outros equipamentos.

Paik não era fundamentalmente ligado à tecnologia, ele via a TV como uma tela e pensava o seu trabalho como o de um pintor tradicional. Era um artista complexo, levava ao vídeo seu talento como músico, pintor e performer. E adorava as possibilidades de fazer experiências que os meios eletrônicos traziam.

Integrante do Grupo Fluxus na década de 1960, Paik manteve um intercâmbio criativo com artistas de múltiplas áreas, como os compositores Karlheinz Stockhausen e John Cage, os artistas conceituais Joseph Beuys e Wolf Vostell, a violoncelista Charlotte Moorman e a performer Laurie Anderson, entre outros. Em muitos desses trabalhos, Paik usava o vídeo como meio, trazendo para sua arte inovações tecnológicas do período, como a Sony Portapak, primeira câmera de vídeo portátil do mercado, lançada em 1965.

A popularização da linguagem influenciou, ainda nos anos 60, a primeira geração de videoartistas no Brasil, formada por nomes como Anna Bella Geiger, Sônia Andrade, Ivens Machado (1942-2015), Fernando Cocchiarale e Letícia Parente (1930-1991).

A marca que o sul-coreano deixou em meios como a TV e a internet é resultado de sua própria ligação com a cultura pop. — Paik foi um dos únicos artistas do Fluxus que estava realmente interessado em elementos de comunicação de massa. Ele inspirou a TV, mas também foi inspirado por ela. Mesmo com uma produção altamente experimental, ele jamais deixou de olhar para a música pop, o cinema, a TV.

Paik morreu no dia 29 de janeiro de 2006, aos 73 anos, de causas naturais, em seu apartamento em Miami, Estados Unidos.

(Fonte: Veja, 8 de fevereiro, 2006 – ANO 39 – Nº 5 – Edição 1942 – Datas – Pág; 82)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – ILUSTRADA/ FOLHA DE S.PAULO / DA REPORTAGEM LOCAL – 31 de janeiro de 2006)

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(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais – CULTURA – ARTES VISUAIS/ POR NELSON GOBBI – 26/06/2017)

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