Pioneiro no jornalismo

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Silveira: pioneiro no jornalismo, ferino nas críticas

Joel Silveira (Lagarto (SE), 23 de setembro de 1918 – Rio de Janeiro, 15 de agosto de 2007), escritor e jornalista legendário pela carreira pioneira e pela linguagem ferina. Sergipano radicado no Rio de Janeiro, chamou a atenção de Assis Chateaubriand, o magnata da imprensa, por causa da ironia de uma reportagem intitulada Eram assim os grã-finos em São Paulo. Apelidado de “víbora” pelo magnata dos Diários Associados, recebeu a tarefa mais séria de cobrir a participação da Força Expedicionária Brasileira na II Guerra Mundial.

O conflito rendeu-lhe material para parte de seus mais de trinta livros. Em sua longa carreira, criticou artistas que outros jornalistas tratavam com veneração, como o cantor João Gilberto e os escritores Oswald e Mário de Andrade. Sobre o primeiro disse: “Acho João Gilberto uma das sete pragas do Egito – e do Brasil”. Sobre Oswald: “Um moleque, vagabundo, nunca fez nada na vida”. Sobre Mário: “Insuportável”. Silveira faleceu dia 15 de agosto de 2007, aos 88 anos, sofria de câncer de próstata, mas se recusava a tratá-lo. No Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 22 de agosto de 2007 – Edição n° 2022 – ANO 40 – Nº 33 – DATAS – Pág; 94)

Jornalista e escritor, Joel Silveira cobriu a Segunda Guerra Mundial junto à FEB

O escritor e jornalista Joel Silveira morreu hoje aos 88 anos no Rio de Janeiro. Ele estava em casa e sofria de câncer de próstata.

Silveira estava doente há muitos anos. Nas últimas semanas, apresentou uma anemia profunda, piorando o quadro. Segundo sua filha Elisabeth Silveira, 61, ele morreu dormindo, às 8h.

“Ele tinha um tumor há muitos anos e não quis fazer nenhum tratamento”, afirma ela. “Mas morreu em paz, como merecia.”

A pedido do jornalista, não haverá velório. A cerimônia de cremação ocorrerá na quinta-feira (16), no crematório da Santa Casa de Misericórdia.

Silveira tinha mais de 60 anos de carreira no jornalismo. Nascido em 1918 na cidade de Lagarto (SE), começou a trabalhar em um jornal local. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos 19 anos e trabalhou em grandes publicações, como “O Cruzeiro”, “Diretrizes”, “Última Hora”, “O Estado de S. Paulo”, “Correio da Manhã” e revista “Manchete”.

Ele foi repórter especial, correspondente de guerra e lançou mais de 40 livros. Devido a seu estilo, o jornalista ganhou de Assis Chateaubriand o apelido de “a víbora”. Ficaram famosas duas grandes reportagens sobre a sociedade paulistana, “Eram Assim os Grã-Finos em São Paulo” e “A Milésima Segunda Noite da Avenida Paulista”.

Um dos maiores destaque de sua carreira foi a cobertura que realizou da Segunda Guerra Mundial na Itália, junto à FEB (Força Expedicionária Brasileira), como correspondente dos “Diários Associados”.

Silveira ganhou da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. Em 2001, concorreu a uma vaga na Academia Brasileira de Letras em 2001, para a cadeira de Jorge Amado, que morreu naquele ano.

A candidatura era uma alternativa à de Zélia Gattai, que ganhou a eleição com 32 votos contra quatro. Segundo o jornalista, Zélia estaria sendo aclamada à época “por ser viúva de Amado, não por ser escritora”. No ano anterior, o jornalista havia entrado na disputa pela cadeira que foi de Barbosa Lima Sobrinho, mas desistiu diante da candidatura do jurista Raymundo Faoro.

Em maio deste ano, Silveira foi homenageado pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) no segundo congresso internacional organizado pela entidade. Ele também ganhou prêmios como Líbero Badaró, Esso e Jabuti.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br – Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem – 15/08/2007)

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