Peter Brook, foi um dos maiores diretores de teatro da história, esteve à frente de instituições como o Royal Opera House de Covent Garden e o Royal Shakespeare Theatre, no Reino Unido

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Peter Brook, um dos maiores diretores de teatro da história

 

Peter Brook (Londres em 21 de março de 1925 – Paris, 4 de julho de 2022), professor de teatro britânico, foi um dos mais influentes diretores de teatro do século 20.

 

O professor de teatro de origem britânica, que passou grande parte de sua carreira na França dirigindo o teatro parisiense Les Bouffes du Nord, reinventou a arte da direção teatral ao privilegiar uma estética sóbria nos palcos ao invés de cenários tradicionais.

 

Artista com experiência em ópera, cinema e crítica teatral, ele esteve à frente de instituições como o Royal Opera House de Covent Garden e o Royal Shakespeare Theatre, no Reino Unido.

 

Brook também levou sua obra a países do continente africano e do Oriente Médio, onde produziu uma variedade de peças improvisadas, originais e marcadas por uma abordagem desafiadora.

 

Seu conceito de “espaço vazio”, consolidado no título de seu livro de 1968, influenciou gerações posteriores ao defender uma aproximação maior entre as encenações teatrais e o público, revolucionando o que os encenadores entendiam por palco. A ideia era despir a montagem de tudo o que poderia ser considerado supérfluo para dar destaque ao que estava sendo encenado em si.

 

Ficou famosa, por exemplo, a versão que fez nos anos 1970 de “O Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare, em que os atores andavam sobre pernas de pau e se penduravam em trapézios. Uma de suas encenações mais conhecidas foi “O Mahabharata”, um épico de nove horas da mitologia hindu, criado em 1985 e adaptado ao cinema em 1989.

 

O artista vivia em Paris há 50 anos. Lá, ele fundou e dirigiu o Centro Internacional de Pesquisa Teatral.

 

Nascido em Londres em 21 de março de 1925, filho de imigrantes lituanos judeus, Brook assinou sua primeira produção aos 17 anos. Durante sua carreira, dirigiu importantes instituições como o Royal Opera House de Covent Garden e o Royal Shakespeare Theatre, ou os franceses Les Bouffes du Nord e o Centro Internacional de Criações Teatrais (CICT). Ele salvou o Bouffes du Nord, que estava destinado à demolição, e deixou o local intacto, com as paredes descascadas, incorporando a memória dos que passaram pela sala às suas criações.

 

Nascido em Londres, filho de imigrantes lituanos judeus, ele assinou sua primeira produção aos 17 anos e passou a maior parte de sua carreira dirigindo peças no teatro parisiense Les Bouffes du Nord, considerado desde a década de 1990 um monumento histórico pelo governo francês.

 

Artista com experiência em ópera, cinema e crítica teatral, ele se estabeleceu em Paris em 1971. Muitas vezes comparado a Stanislavski (1863-1938) que revolucionou a atuação, Peter Brook é o teórico do “espaço vazio”, uma espécie de bíblia para o mundo do teatro, publicado pela primeira vez em 1968.

 

“Posso pegar qualquer espaço vazio e chamá-lo de palco. Alguém atravessa esse espaço vazio enquanto outro assiste, e isso é o suficiente para começar o ato teatral”: essas famosas primeiras linhas se tornaram um “manifesto” para um teatro alternativo e experimental.

 

“O ator é um criador”

 

Sua obra mais conhecida é “O Mahabharata”, um épico de nove horas da mitologia hindu, criado em 1985 e apresentado pela primeira vez em Avignon. O espetáculo foi adaptado para o cinema em 1989.

 

No teatro dirigiu atores como Laurence Olivier e Orson Welles.

 

“O ator que é um verdadeiro criador (…) explorou os aspectos de seu personagem (…) apesar de ser constantemente obrigado, pela honestidade de sua pesquisa, a se despojar do que possui e recomeçar tudo de novo”, dizia o britânico. “No teatro, até que o público esteja presente, o objeto não está terminado”, lembrava.

 

Depois de uma aventura de mais de 35 anos no Bouffes du Nord, Peter Brook deixou a direção do teatro em 2010, aos 85 anos, continuando a assinar produções.

 

“A palavra que atravessa toda a minha experiência é tocar. Ninguém consegue definir o que significa, nem os cientistas, mas a gente sabe quando é tocado por alguma coisa”, disse o britânico, em uma longa entrevista à rádio France Inter, em abril do ano passado.

O carismático diretor sofreu um grande baque em 2015 com a morte de sua esposa, a atriz Natasha Parry. “Tentamos negociar com o destino dizendo: ‘Traga ela de volta por apenas 30 segundos…'”

 

Brook deixou a direção da instituição em 2010, aos 85 anos, mas continuou a assinar produções. Em 2019, foi galardoado na Espanha com o Prêmio Princesa das Astúrias das Artes, na condição de “mestre de gerações”.

 

Em 2019, Peter Brook foi homenageado na Espanha com o Prêmio Princesa das Astúrias das Artes, na condição de “mestre de gerações”. “Considerado o melhor diretor teatral do século 20”, Brook “abriu novos horizontes na dramaturgia contemporânea, ao contribuir decisivamente para a troca de conhecimentos entre culturas tão diferentes como as da Europa, África e Ásia”, afirmou o júri ao fundamentar a sua decisão.

 

Peter Brook faleceu no sábado (2), aos 97 anos, em Paris, onde morava há 50 anos.

“Brook é muito mais do que um diretor de teatro, é uma verdadeira lenda”, disse com emoção na voz Oliver Py, diretor do festival de Avignon, o maior evento teatral do mundo. “Ele aplicou em sua vida a fórmula de Shakespeare – o palco é um mundo e o mundo é um palco”, lembrou o dramaturgo francês. “Muito antes da diversidade entrar na moda, Brook, que era um cidadão do mundo, integrou em seus elencos pessoas de todas as nacionalidades”, recordou Py.

 

A imprensa repercute o falecimento de Brook lembrando momentos marcantes de sua carreira. O jornal Libération fala em um diretor “com uma obra imensa, marcada por Shakespeare, teórico de uma escrita cênica sem artifícios, reduzida à quintessência do texto e quase sem cenário”.

 

Para o Le Monde, “Brook leva com ele uma das mais importantes aventuras teatrais da segunda metade do século 20, que fez do teatro um instrumento fabuloso para explorar o ser humano em todas as suas dimensões, através de espetáculos lendários”.

 

Nas redes sociais, admiradores do britânico postam citações do diretor: “Se quisermos falar do ser humano, não podemos reduzi-lo ao ser branco e burguês de nossas sociedades”.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / por RFI – 04/07/22)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – CINEMA / NOTÍCIAS / por (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP – 04/07/22)

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