Pela primeira vez receita dos clubes europeus passa dos € 20 bilhões

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Pela 1ª vez receita dos clubes europeus passa dos € 20 bilhões

 

 

 

Que o futebol é um negócio bilionário todo mundo sabe. O que quase ninguém sabe é na faixa de quantos bilhões o mundo da bola gira.

 

 

Na Europa, a Uefa (entidade que rege o esporte no continente), que divulga anualmente um panorama financeiro do futebol local, incluindo a receita dos clubes, publicou seu relatório mais recente, referente ao ano fiscal de 2017.

 

 

O levantamento inclui valores de direitos de TV (que representam o grosso do dinheiro), patrocínios, ações comerciais, venda de ingressos, merchandising, licenciamentos, repasses da própria Uefa. Transferências de jogadores não entram na conta.

 

 

Pela primeira vez, os ganhos somados de todos os clubes das primeiras divisões europeias (são 710, de 55 países, no total) ultrapassou a casa dos € 20 bilhões. As agremiações arrecadaram, juntas, € 20,11 bilhões (R$ 85,9 bilhões).

 

 

€ 20,11 bilhões! Muita grana, não? Sem comparação, porém, é somente um número, como tantos outros.

 

 

Cotejos com anos anteriores ajudam a estabelecer um dimensionamento. Voltando no tempo, para o fim do século 20, por exemplo.

 

 

Em 1997, a arrecadação dos clubes foi de € 3,6 bilhões. Assim, a de 2017 aproxima-se do sêxtuplo da verificada 20 anos antes.

 

 

O estudo imediatamente anterior, do ano fiscal de 2016, apontou receita de € 18,47 bilhões para as equipes das divisões de elite. Em 12 meses, ela subiu 9%, similar à alta de 2015 (€ 16,87 bilhões) para o ano seguinte.

 

 

Não sou do ramo de economia, mas considero 9% uma elevação significativa, especialmente se o comparativo for feito com o crescimento da economia global em 2017, de 3%, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

 

 

Vamos à vida real. Você, leitor, teve alta salarial de quanto naquele ano? Acima ou abaixo de 9%?

 

 

É palpite, mas aposto a que a maioria dos trabalhadores não teve aumento “de verdade” algum, talvez só a reposição da inflação.

 

 

Desse montante de € 20,11 bilhões, mais de um quarto (27%) ficou com os clubes da Inglaterra. Não é surpresa, pois é amplamente sabido que a Premier League é, com folga, a liga mais rica do planeta.

 

 

Na sequência vêm as primeiras divisões de Espanha e Alemanha (14% cada uma), Itália (11%), França (8%), Rússia e Turquia (4% cada uma), Holanda (3%), Portugal (2%) e Bélgica (também 2%) . Os demais países, juntos, somam os restantes 12%, em uma conta arredondada.

 

 

No relatório da Uefa, o clube que mais faturou em 2017 foi o Manchester United, que em campo não tem dado as alegrias de outrora a seus torcedores.

 

 

A receita dos Diabos Vermelhos foi de € 676 milhões (R$ 2,89 bilhões pelo câmbio atual), queda de quase 2% em relação aos € 689 milhões de 2016.

 

 

O Real Madrid ficou muito perto da equipe inglesa, com ganho de € 675 milhões (alta de 9%). Completam o top 5 o Barcelona (€ 649 milhões, +5%), o Bayern  de Munique (€ 588 milhões, -1%) e o Manchester City (€ 558 milhões, +5%). No top 10 ainda estão o francês PSG, os ingleses Arsenal, Liverpool e Chelsea, e a italiana Juventus.

 

 

Na lista dos 30 primeiros, chamam a atenção os aumentos de receita, em percentual, do inglês Leicester (€ 274 milhões, +58%) e do alemão Leipzig (€ 191 milhões, +60%).

 

 

Possivelmente os resultados em campo, que lhes deram visibilidade, sejam a razão para tão expressivos retornos financeiros. O Leicester foi o campeão inglês em 2016 e realizou boa campanha na Champions League em 2016/2017, e o Leipzig foi o vice-campeão alemão em 2017.

 

 

O capitão do Leicester, Wes Morgan, diante da taça da Premier League; conquista pode ter influenciado no salto expressivo de ganhos do clube no ano fiscal de 2017 (Christophe Archambault – 18.mai.2016/AFP)

 

 

 

No top 30, só há um clube que não seja de Inglaterra (13 equipes), Alemanha (6), Itália (5), Espanha (3) e França (2); é o Zenit, da Rússia, na 28ª posição, com receita de € 168 milhões.

 

 

O levantamento da Uefa tem 118 páginas com dezenas e dezenas de informações, números, gráficos.

 

 

Que certamente pergunta: e a comparação com o Brasil?

 

 

Pesquisa da empresa Sports Value, que em um recorte não inclui na conta o ganho com a venda de jogadores, diz que em 2017 o Palmeiras arrecadou R$ 466,4 milhões, seguido por Flamengo (R$ 465,6 milhões), Cruzeiro (R$ 309,2 milhões), Corinthians (R$ 293,4 milhões) e São Paulo (R$ 291,5 milhões).

 

 

Feita a conversão, percebe-se o abismo: a receita do Palmeiras foi de € 109,3 milhões – ou apenas 16% da receita do Manchester United.

 

 

Para chegar perto dos € 676 milhões, só somando os nove clubes nacionais com maiores arrecadações em 2017 (total de € 668 milhões) – além dos já citados, Botafogo, Atlético-MG, Grêmio e Sport Club Internacional.

 

 

Em tempo: No ano fiscal de 2007, o clube que mais gastou em salários foi o Real Madrid: € 406 milhões (R$ 1,73 bilhão), ou 60% da receita. Vêm a seguir o Barcelona (€ 378 milhões), o Manchester City (€ 334 milhões), o Manchester United (€ 306 milhões) e o Bayern de Munique (€ 276 milhões). Levantamento publicado em setembro de 2017 pela ESPN Brasil mostrou que o Palmeiras era o time brasileiro com maior folha salarial: R$ 132 milhões (€ 31 milhões) no ano.

(Fonte: https://omundoeumabola.blogfolha.uol.com.br/2019/01/19 – O MUNDO É UMA BOLA / Por Luís Curro – 19.jan.2019)

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