Pedro Camargo, cineasta, publicitário, compositor, tarólogo e professor

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Além do cinema, ele trabalhou como professor, compositor e publicitário

 

Cineasta Pedro Camargo - (Foto: Reprodução)

Cineasta Pedro Camargo – (Foto: Reprodução)

 

Pedro Camargo (São Paulo, em 8 de abril de 1941 – Rio de Janeiro, 24 de junho de 2015), cineasta, publicitário, compositor, tarólogo e professor

Era paulistano e morava no Rio de Janeiro, onde até 2001 lecionava cursos de cinema na Pontifícia Universidade Católica. Nos anos 1970, lançou seus três maiores sucessos: Estranho triângulo (1970), Eu transo… Ela transa (1972) e Amor e traição (1979).

Camargo foi também letrista, pianista e ator. Trabalhou em cinema e televisão e escreveu e produziu especiais e minisséries, além de ter feito jingles para minisséries.

Camargo dirigiu “Estranho triângulo” (1970), “Eu transo… Ela transa” (1972) e “Amor e traição” (1979). 

Nascido em São Paulo, em 8 de abril de 1941, Pedro Geraldo Camargo Rocha foi para o Rio de Janeiro aos três anos. É filho único do segundo casamento da mãe, mas teve cinco irmãos de um casamento anterior. O primeiro contato com a arte veio através da música, nas aulas de piano que a mãe insistia que fizesse. Aos 7 anos, foi apresentado ao cinema por uma amiga vizinha que trouxe uma câmera de 8 milímetros, ancestral a Super 8, e um projetor dos Estados Unidos.

Na juventude, descobriu o teatro e integrou o Teatro Jovem do Rio de Janeiro, grupo semi-profissional inspirado no Teatro de Arena de São Paulo. Lá, encenou “A mais-valia vai acabar, seu Edgar”, de Oduvaldo Vianna Filho e “Aconteceu em Irkutsk”, de Alexei Arbusov.

No início dos anos 60, mudou-se para Bauru, São Paulo, onde uma das irmãs morava. Estagiou na TV Bauru onde teve contato com Walter Avancini, Antonino Seabra, David Grinberg. Compôs a trilha musical de programas da TV Continental, como a telepeça “Para viver amanhã”, e dos programas “Brincando de show” e “O show é o Rio”, na TV Excelsior.

Como publicitário, trabalhou na área de criação das agências OBRA (Organização Brasileira de Rádio) e McCann-Erickson, onde fez jingles para clientes Coca-Cola, Manchete e Ponto Frio. Teve a sua primeira música gravada “Sozinha de você”, em 1964, em parceria com Durval Ferreira, interpretada por Tita.

Camargo também deixou sua marca na bossa nova. No ano seguinte, foi lançada a primeira gravação de “Chuva”, composta com Durval Ferreira, no disco “Os gatos”. Dick Farney, Elizeth Cardoso, Claudete Soares, Manfredo Fest, Baden Powell foram alguns dos nomes que regravaram a música. Tom Jobim selecionou a versão em inglês “The day it rained”, feita por Ray Gilbert (1912-1976), para um disco americano, mas a primeira gravação estrangeira foi de Silvinha Telles para o disco “It Might As Well Be Spring”, lançado nos Estados Unidos. Lá fora, Sarah Vaughan e o Mitchell Ruff Duo, grandes nomes do jazz, fizeram suas versões da composição de Camargo.

A estreia profissional no cinema veio na década de 70, com “Estranho triângulo”, sobre um triângulo amoroso em plena ditadura militar, com Carlos Mossy, José Wilker e Leila Santos. Dois anos depois, lançou “Eu transo, ela transa”, filme que conseguiu driblar a censura da época apesar das insinuações sexuais. Em 1973, Camargo dirigiu “Os primeiros momentos”, filme com Odete Lara e Paulo Porto, que esteve no Festival de Gramado indicado a melhor filme em 1974. No ano festival, adaptou “Chapeú de sebo”, de Francisco Pereira da Silva para o cinema com “Amor e traição”.

Em 1976, entrou em contato com o tarô pelo livro “Um Novo Modelo do Universo”, do filósofo russo P. D. Ouspensky. Começou a praticá-lo em 1983. Em 1991, foi editor da versão brasileira da revista espanhol “Año Zero” por um ano. Frequentou encontros da Organização Nova Consciência, em Campina Grande, Paraíba, entre outros eventos para debater a prática, como o Fórum Nacional do Tarô. É autor do livro “Iniciação ao tarô” (1992), da editora Nova Era.

Em 1986, Camargo começou a dar aulas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Ele inicialmente substituiu o cineasta Sílvio Tendler na disciplina “Cinedocumentário”. Depois, foi convidado pelo Departamento de Comunicação da universidade para assumir a cadeira “Introdução ao cinema”, que lecionou até 2011.

Pedro Camargo morreu em 24 de junho de 2015, no Rio de Janeiro, aos 74 anos, por complicações de cirrose hepática, doença da qual se tratava há anos. 

(Fonte: Zero Hora – ANO 52 – Nº 18.157 – TRIBUTO/por Bruna Ayres – 30/06/2015 – Pág: 32)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura-16539827#ixzz3e1QfbZq9 – CULTURA/ POR O GLOBO – 24/06/2015)

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