Paulo Nogueira Neto, criador da política ambiental brasileira
Com uma trajetória premiada, trabalho em defesa da natureza foi reconhecido internacionalmente.
Ambientalista foi professor da USP e primeiro secretário especial do Meio Ambiente
Nascido em abril de 1922, concluiu o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo, em 1945. Na mesma USP, concluiu o curso de História Natural, da Faculdade de Filosofia e Letras, em 1959.
Como pesquisador, se dedicou aos estudos das abelhas ao longo da vida, sendo inclusive tema de sua tese de doutorado. Foi professor emérito do Instituto de Biociências, onde também foi um dos fundadores do Departamento de Ecologia Geral.
Em 1974 assumiu o cargo de Secretário Especial do Meio Ambiente (SEMA) do antigo Ministério do Interior. Foi o primeiro secretário de Meio Ambiente do País, com status de ministro. No cargo, auxiliou na aprovação de leis importantes para o país, como a Lei que rege a Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981), deixou um total de 3,2 milhões de hectares que viraram unidades de conservação na sua gestão e representou o Brasil (1983-1986) na comissão Brundtland das Nações Unidas, sobre o Meio-ambiente e Desenvolvimento. Foi nessa comissão que surgiu pela primeira vez a expressão “Desenvolvimento Sustentável”.
Sua carreira acadêmica e como ambientalista é longa e diversa. Ao longo da vida, recebeu inúmeros reconhecimentos pelo seu trabalho. Destacamos o Prêmio Paul Getty, láurea mundial no Campo de Conservação da Natureza, recebido com Maria Tereza Jorge Pádua em 1981. Recebeu a Ordem de Rio Branco (do Brasil) e a Comenda da Arca Dourada, dos Países Baixos e o Prêmio Duke of Edinburgh 1997, da WWF Internacional.
Em 2010, seus diários do tempo do Sema viraram livro e conta as dificuldades de estruturar, com tão pouca gente e recurso, o que viria a ser, mais tarde, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente.
Trajetória
Secretário especial do Meio Ambiente do governo federal entre 1974 e 1986 – função hoje equivalente à de ministro – ele foi responsável pela criação de estações ecológicas com objetivo de valorizar a preservação da natureza, segundo publicação feita pelo Jornal da USP, em 2014.
Nesta universidade, Nogueira-Neto tornou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito em 1945, e depois fez o curso de História Natural, na Faculdade de Filosofia e Letras, o qual ele concluiu em 1959. Além disso, foi professor emérito do Instituto de Biociências, onde também foi um dos fundadores do Departamento de Ecologia Geral.
Ele é integrante da Academia Paulista de Letras desde 1991. Trabalhou em pesquisas sobre o comportamento de abelhas indígenas sem ferrão e publicou livros com estudos na área, e também sobre a criação de animais nativos vertebrados e viagens.
Reconhecimento
Ao longo da carreira, o ambientalista recebeu uma série de homenagens. Entre os destaques está o Prêmio Paul Getty, láurea mundial no Campo de Conservação da Natureza, recebido com Maria Thereza Jorge Pádua em 1981. Além disso, foi eleito duas vezes vice-presidente do programa “O homem e a biosfera (MAB)”, da Unesco, e exerceu a presidência dele na sessão de 1983.
A atuação conservacionista fez com que fosse distinguido com a Ordem de Rio Branco (do Brasil) e com a Comenda da Arca Dourada, dos Países Baixos. Já no ano de 1997, ele recebeu o Prêmio Duke of Edinburgh 1997, da WWF Internacional.
Nogueira-Neto foi ainda um dos dos fundadores da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), vice-presidente da WWF Brasil e atuou no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), no Conselho do Meio Ambiente (Cades) da Prefeitura de São Paulo, no Conselho de Administração da Companhia Ambiental do estado (Cetesb). O ambientalista também foi vice-presidente do International Bee Research Association e membro do Advisory Group do PP-G7.
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2019/02- SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – AMBIENTE / Por Maurício Tuffani –
(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/02/25 – CAMPINAS E REGIÃO / NOTÍCIA / Por EPTV – 25/02/2019)
Nogueira Neto pede investigação do Taquari
Em depoimento, em 16 de maio de 1978, à Comissão de Educação e Saúde da Assembleia Legislativa, o secretário do Meio Ambiente, Paulo Nogueira Neto, disse que a maré vermelha é a causa mais provável para o desastre ambiental ocorrido na praia de Hermenegildo em abril. Mesmo assim, ele pediu ao governo que investigue a hipótese de vazamento de produtos químicos do navio Taquari, naufragado na costa uruguaia.
HIPÓTESE ABANDONADA
OS FATOS OCORRIDOS EM MAIO DE 1978:
O ex-secretário do Meio Ambiente Paulo Nogueira Neto reafirma hoje que a maré vermelha – fenômeno natural provocado por toxinas liberadas após a proliferação de algas – foi a causa da tragédia. Segundo ele, a hipótese de vazamento de substâncias químicas do Taquari foi logo descartada.
– Apesar de tóxica, a carga transportada pelo navio não seria capaz de poluir uma área tão extensa – declara Nogueira Neto.
(Fonte: Zero Hora – ANO 45 – N° 15.601 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 17 de maio de 1978/2008 – Pág: 55)